Por José Jackson
Coelho Sampaio (*)
A Universidade Estadual do Ceará (Uece) se prepara para
completar 45 anos de criação como universidade pública cearense. Sua história,
iniciada em 1975, apoiou-se nas sólidas colunas de seis escolas antecedentes:
Enfermagem (1943), Filosofia (1950), Serviço Social (1953), Administração
(1961), Veterinária (1963) e Fafidam (Limoeiro do Norte, 1968).
Constituímos,
hoje, um grande patrimônio do povo cearense, com 13 campi presenciais, 28 polos
de Educação a Distância (EaD), 45 polos de educação profissional, 28 mil alunos
em 78 cursos de graduação, 93 especializações, 31 mestrados, 15 doutorados, 800
servidores técnico-administrativos e 1.128 professores, dos quais 60% são
doutores ou pós-doutores, atuando em 173 grupos de pesquisa e atendendo 164 mil
pessoas em projetos de extensão/ano.
Mas, enquanto
festeja as conquistas do vivido, prepara-se para crescer academicamente e
ajudar o Ceará a crescer intelectual, política, social e economicamente. Que
caminhos se vislumbram?
Na formação técnica
de nível médio, extensão social e pós-graduação lato sensu (aperfeiçoamento,
especialização, residência), o caminhar é ágil e aberto, atravessado pelas
demandas que a sociedade cearense formule para a Universidade. Neste tópico não
há nada que a Uece não possa fazer com qualidade e rapidez.
Na graduação, os
caminhos garantem a continuidade do pioneirismo na interiorização da educação
superior e da qualidade da formação de professores para a educação básica.
Atingimos, direta ou indiretamente, mais de 2/3 dos municípios cearenses, e não
há escola de ensino médio da rede pública que não tenha pelo menos um professor
egresso da Uece assumindo o sucesso educacional do Ceará. Daí a necessidade de
garantir que cada campus seja um centro de excelência em formação de
professores.
Mas há um novo
caminho aberto, que é o de prospectar a oferta das formações que o
desenvolvimento socioeconômico do Ceará exigir. Tarefa também da pós-graduação
stricto sensu, da pesquisa básica e aplicada, da extensão social e inovação
tecnológica. Estamos testando novidades na Incubadora de Empresas, Parque
Tecnológico, Núcleo de Inovação Tecnológica, Biotério, Hospital Veterinário,
Museu de História Natural, Complexo de Saúde do Itaperi, e nos processos e
produtos gerados pelos nossos mestrados profissionais.
Empresa no
TecParque desenvolve, à base da água em coco em pó, pomada cicatrizante para
feridas diabéticas e proteção aos órgãos destinados a transplante.
Pesquisadores do campo da saúde pública aperfeiçoam democracia do acesso e
qualidade do cuidado para o SUS. Grupos interdisciplinares aplicam-se em tornar
as cidades solidárias, pela implantação das zonas especiais de interesse
social.
Grupos estudam
Tecnologia da Informação (TI), nuvens, clima, energias renováveis e biodiversidade.
Outros dão suporte a economia criativa e inclusiva, política para a cidadania
digna e aperfeiçoamento dos processos civilizatórios. Somente em 2019/20
instalam-se três novos Doutorados: Biotecnologia em Saúde Humana e Animal,
Saúde da Família e Ciência da Computação. Assim celebramos 45 anos.
(*) Professor titular de
Saúde Coletiva e Reitor da Uece.
Fonte: Publicado In: O Povo, Opinião, de 5/3/20. p.17.
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