Por Luiz Gonzaga Fonseca
Mota (*)
Escrevo-lhe
esta resumida carta (01/05/2020) externando a minha angústia e preocupação no
tocante à situação do nosso querido e amado Brasil, com uma população próxima
de 210 milhões de habitantes. A pandemia provocada pelo covid 19, apesar do
significativo esforço realizado por equipes dos Governos, da área de saúde,
cientistas e trabalhadores diversos etc., ainda me deixa muito aflito. Não
perco, porém, a esperança e acredito que os efeitos maléficos serão contidos.
Por sua vez, no início deste ano, os indicadores brasileiros mostravam uma leve
melhoria na perspectiva do País. Todavia, a boa expectativa foi eliminada logo
no mês de março, principalmente, em face da cruel epidemia. Caro José, além dos
problemas conjunturais e estruturais brasileiros (desigualdade de renda, baixos
níveis de educação e saúde, segurança, desemprego e outros) surgiram de forma
mais acentuada os desequilíbrios inter e intra Poderes Constitucionais.
Observo, lamentavelmente, em alguns integrantes, a falta de patriotismo. É
fundamental que se elimine os conceitos de direita, centro e esquerda, mediante
a valorização da democracia em favor da nação e não de setores gananciosos. A
Reforma Política é importante, no entanto os debates e opiniões, inerentes ao
processo democrático, caro amigo José, deverão ocorrer visando o bem da
população e não objetivando interesses de grupos, nem sempre republicanos. É
claro que se deve buscar conquistar, através da vontade popular, o poder
político, no entanto dissociado do poder econômico e de influências mesquinhas.
José, inspirando-me no poeta Drumond, com outras palavras, é claro, digo:
tiremos essas pedras do meio do caminho do Brasil. Peço a Deus para livrar o
Brasil das epidemias corporal, ética e moral, proporcionando-lhe uma Democracia
plena, uma Justiça imparcial e uma Liberdade solidária e responsável.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 1/5/2020.
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