Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)
“No mundo
tereis grandes tribulações". E, nesse ano de 2020, estamos enfrentando tribulações, como os
efeitos da pandemia, a crise financeira, e ainda outras enfermidades. Além de
outras preocupações.
"O que
fazer quando tudo passar?". Ninguém sabe! O que sabemos é o que nos disse Jesus: "Coragem, eu venci o mundo!" (cf. Jo 16,29-33). Mas,
para ter essa perseverança corajosa é preciso um ingrediente especial, uma
virtude, um importantíssimo fruto do Espírito Santo: a paciência.
Ela é um antídoto contra a ira, o descontrole, a ansiedade e o
desequilíbrio emocional. É o esforço humano e a graça divina fundamentais para
suportar as ofensas, as cobranças, as diferenças e as coisas contrárias à nossa
vontade.
Na vida espiritual, é saber esperar a hora de Deus. Quem cultiva a
paciência não se revolta contra Deus. Você pode até estar se perguntando,
"mas quem é
louco de se revoltar contra Deus?". Muitos que perdem uma pessoa querida. No meio dessa pandemia
muitas famílias perderam prematuramente os seus para a Covid-19. E, no momento
de dor, se revoltaram contra Deus. A revolta faz parte das fases do luto, tem
que ser vivida e trabalhada.
A paciência e a perseverança são primas-irmãs. São Paulo nos diz que a
tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade,
quando comprovada, produz a esperança. A paciência gera perseverança (Rm
5,3-4). A paciência nos faz aprender a esperar em Deus, a confiar sem perder a
esperança, e nos faz entender que o silêncio de Deus não é a ausência d'Ele. O
silêncio é o tempo em que Deus está caprichando na graça, é o tempo que Ele
está nos preparando para recebê-la, mas nunca será ausência.
Deus é paciência. Muitas vezes na vida de todos nós, quando em algum
momento nós merecíamos levar uma bordoada, Ele teve paciência para conosco.
A paciência é a virtude dos fortes, dos santos. E, esse mês, nós temos um
grande exemplo - até por isso escolhi esse tema. Santa Mônica, que rezou
durante 20 anos pela conversão do filho Agostinho.
Aprendamos a ter a paciência de Santa Mônica que, em nove meses no
ventre, gerou o filho Agostinho para a vida e, durante 20 anos em oração, o
gerou para a graça.
Deus os abençoe.
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de
15/8/2020. Opinião. p.14.
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