terça-feira, 27 de outubro de 2020

A PACIÊNCIA TUDO ALCANÇA

Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)

No mundo tereis grandes tribulações". E, nesse ano de 2020, estamos enfrentando tribulações, como os efeitos da pandemia, a crise financeira, e ainda outras enfermidades. Além de outras preocupações.

"O que fazer quando tudo passar?". Ninguém sabe! O que sabemos é o que nos disse Jesus: "Coragem, eu venci o mundo!" (cf. Jo 16,29-33). Mas, para ter essa perseverança corajosa é preciso um ingrediente especial, uma virtude, um importantíssimo fruto do Espírito Santo: a paciência.

Ela é um antídoto contra a ira, o descontrole, a ansiedade e o desequilíbrio emocional. É o esforço humano e a graça divina fundamentais para suportar as ofensas, as cobranças, as diferenças e as coisas contrárias à nossa vontade.

Na vida espiritual, é saber esperar a hora de Deus. Quem cultiva a paciência não se revolta contra Deus. Você pode até estar se perguntando, "mas quem é louco de se revoltar contra Deus?". Muitos que perdem uma pessoa querida. No meio dessa pandemia muitas famílias perderam prematuramente os seus para a Covid-19. E, no momento de dor, se revoltaram contra Deus. A revolta faz parte das fases do luto, tem que ser vivida e trabalhada.

A paciência e a perseverança são primas-irmãs. São Paulo nos diz que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, quando comprovada, produz a esperança. A paciência gera perseverança (Rm 5,3-4). A paciência nos faz aprender a esperar em Deus, a confiar sem perder a esperança, e nos faz entender que o silêncio de Deus não é a ausência d'Ele. O silêncio é o tempo em que Deus está caprichando na graça, é o tempo que Ele está nos preparando para recebê-la, mas nunca será ausência.

Deus é paciência. Muitas vezes na vida de todos nós, quando em algum momento nós merecíamos levar uma bordoada, Ele teve paciência para conosco.

A paciência é a virtude dos fortes, dos santos. E, esse mês, nós temos um grande exemplo - até por isso escolhi esse tema. Santa Mônica, que rezou durante 20 anos pela conversão do filho Agostinho.

Aprendamos a ter a paciência de Santa Mônica que, em nove meses no ventre, gerou o filho Agostinho para a vida e, durante 20 anos em oração, o gerou para a graça.

Deus os abençoe.

(*) Fundador e presidente da Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR).

Fonte: O Povo, de 15/8/2020. Opinião. p.14.

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