Por José Lima de Carvalho Rocha (*)
Foram
diversas as reações pessoais e institucionais quando surgiu a Covid-19 em nossa
cidade. Estas reações foram moduladas pelas características da personalidade de
cada um, assim como pela capacidade de gestão na crise.
No
ensino superior há, como princípios, a pluralidade de ideias e de concepções
pedagógicas. Esses conceitos, aliados às autorizações do Conselho Nacional de
Educação, permitiram que durante o início da quarentena as Instituições do
Ensino Superior (IES) conseguissem rapidamente passar das aulas presenciais
para novos modelos de ensino.
Como
nossos alunos poderiam manter o ritmo de estudo? Como estabelecer ambientes de
aprendizagem permitindo o desenvolvimento da teoria própria de cada curso?
Capacitar
os professores para que lecionassem remotamente, considerando que até o dia 18
de março de 2020 estudavam e lecionavam de forma presencial, foi um grande
desafio. O desafio não foi apenas pedagógico, foi também tecnológico.
Algumas
IES optaram por gravar aulas, denominadas de Aulas Remotas Assíncronas (ARA), e
as disponibilizaram para os alunos. Outras optaram pelo caminho das Aulas
Remotas Síncronas (ARS), aulas em ambiente virtual que permitem a interação em
tempo real entre professor e alunos. Algumas IES optaram pelos dois caminhos.
Entendo
que a correta gestão de uma IES precisa considerar sentimentos e necessidades
dos professores e alunos no presente, assim como o compromisso destes
estudantes com os futuros pacientes ou clientes. Estas necessidades do presente
e do futuro nos guiam para a tomada de boas decisões. Várias adaptações foram
feitas, considerando o momento vivido. Alguns pré-requisitos para uma boa
prática pedagógica, no entanto, precisam ser mantidos. Não podemos aceitar que
estudantes de 2020 se tornem profissionais menos qualificados quando comparados
aos anteriormente formados.
Como
ter certeza? Podemos dividir a matriz curricular em duas partes principais.
Aulas teóricas e aulas práticas. As duas são complementares. No segundo
semestre as aulas práticas foram autorizadas. Importantes práticas que não
foram oportunizadas no primeiro semestre, acontecem no segundo.
As
avaliações remotas tiveram início no primeiro semestre. Esperávamos que os
alunos respondessem às questões de modo individual e sem consultas. Em parte,
obtivemos êxito. As dificuldades surgidas nos possibilitaram evoluir.
Durante
o final do primeiro semestre e o início do segundo, os alunos e as instituições
se adaptaram às novas formas de avaliação. Hoje, é possível oferecer exames com
resultados mais fidedignos. Mesmo considerando este avanço, testes presenciais
precisam ser oferecidos aos alunos. Durante a pandemia, alunos deveriam poder
decidir se respondem a provas remotas ou presenciais. Estas últimas ainda
precisam ser autorizadas pelas autoridades governamentais.
A
valorização do processo de ensino-aprendizagem aliado ao compromisso de se
tornarem excelentes profissionais, permite afirmar que os futuros formandos
serão tão competentes ou até mais do que os graduados antes da pandemia.
(*) Médico
e pedagogo. Reitor de Medicina da UniChristus.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 20/11/2020. Opinião. p.21.
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