Por Vladimir Spinelli Chagas (*)
Enfim,
recomeçamos a contar o tempo em nova sequência de 365 dias, como se
convencionou a partir da adoção do calendário gregoriano, aprovado em 24 de
fevereiro de 1582 e implantado em 15 de outubro daquele ano, que na realidade
seria dia cinco. Era a forma de "corrigir" erro do então calendário
juliano.
Esta
forma de "contar o tempo" tem alegadas vantagens, como a de
padronizar esse tempo entre os diversos países, facilitando as relações entre
eles, embora algumas criticadas incongruências no terreno da Astronomia e, na
vida prática, as contagens dos dias diferenciadamente entre meses e, em
consequência, as semanas quebradas entre meses distintos.
E
do ponto de vista da vida? Por óbvio que um calendário não altera, por si só, a
natureza das nossas escolhas, mas essa parada-recomeço por certo que nos faz,
mesmo que por um momento, refletir sobre o que vivemos nos 365 dias daquele ano
e, possivelmente com a melhor das intenções, planejar os próximos 365.
Estou
certo de que a força dos pensamentos positivos que se estabelecem nesses
planos, sempre de melhoria, significam fluídos favoráveis a inundar o espaço,
em benefício de todos. No entanto, esse mesmo momento normalmente carrega a
negatividade daquilo que estabelecemos como o que não deu certo no ano que
passou. E esta outra força, no mínimo, diminui os fluídos positivos do olhar
para o futuro.
O
que me move nessas elucubrações é uma reflexão sobre essa tendência de
interpretar tudo o que "não deu certo" como negativo, quando foi pelo
menos a oportunidade que tivemos para olhar de outra maneira para algo que nos
parecia tão indispensável e não se concretizou.
Como
todos, passei por experiências dessas em 2020, como já venho passando desde
1947. Não nego que pensamentos negativos foram emitidos, mas sempre procurei
resgatar o que aquilo poderia de fato significar como experiência de vida. E
aprendi, em cada um deles, a importar-me um pouco mais com o outro. Ainda é
pouco. Preciso de mais.
Feliz
recomeço. Que o passado seja entendido como experiência e os planos da
passagem, buscados com muito amor na nova oportunidade.
(*) Professor
da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do
CRA-CE.
Fonte: Publicado In: O Povo, Opinião, de 4/1/21. p.18.
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