Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
René Descartes (1596-1650) nasceu na França e faleceu na Suécia.
Considerado o pai da filosofia moderna, destacou-se como o primeiro grande
representante do Racionalismo, seguido então por Leibniz. David Hume (1711-1776),
nasceu e faleceu na Escócia, foi um dos mais célebres filósofos da Época
Moderna, fundador da escola cética ou agnóstica, admirado por muitos amigos,
inclusive membros da Igreja. Como Descartes, Hume possuía muitos seguidores,
dentre os quais se destacou Locke. Os pensamentos de Descartes e Hume deram
origem a duas correntes filosóficas, respectivamente: o Racionalismo e o
Empirismo. A primeira diz que a
razão é a fonte do conhecimento, a segunda mostra a importância dos
sentimentos: audição, visão, olfato, tato e paladar. Kant iniciou suas
observações filosóficas tentando conciliar as duas correntes, causando muita
tensão, o que levou Hegel a conceber com profundidade o seu sistema dialético,
desenvolvido por tese, antítese e síntese. A filosofia cartesiana tem por base
dois pontos opostos: a coisa pensante (res
cogitans), relacionada com o espírito, e a
coisa extensa (res extensa) inerente à matéria. Espírito e a matéria seriam
criações de Deus, cuja existência era essencial à filosofia de Descartes,
embora seus seguidores, em épocas posteriores, procuraram omitir qualquer
referência a Deus, porém mantendo a divisão entre o espírito e a matéria. Por
sua vez, as relações matemáticas, segundo a teoria cartesiana, deveriam
proporcionar uma descrição racional de todos os fenômenos naturais, objetivando
descobrir a verdade. Defendeu que o início seria a dúvida e não a fé. Por outro
lado, vale ressaltar que o argumento “Penso,
logo existo” não foi original, pois fora
dito, em outras palavras, por Santo Agostinho há mais de doze séculos. Já Hume
desenvolveu suas teses tendo por base o Empirismo. No tocante à lógica,
analisou a relação de causa e efeito, o que nos leva além de nossos sentidos.
Todavia, Hume nega que não há conexão entre o que existe e o que não existe.
Ademais, não obstante suas concepções céticas e agnósticas, a existência de
Deus seria provada, mediante o argumento da causalidade.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC.
Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 12/3/2021.
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