Por Eloisa Vidal (*)
Já
vai fazer um ano que as aulas presenciais estão suspensas devido à pandemia.
Nas piores projeções, no início de 2020, não se previa tanto tempo com escolas
fechadas.
Nesse
período, professores e gestores tiveram que se reinventar criando metodologias
de ensino e produzindo materiais didáticos passíveis de serem disponibilizados
por meio de tecnologias digitais. Novos processos educacionais
foram concebidos e implementados num curto espaço de tempo.
Uma
das grandes preocupações dos sistemas de ensino foi não perder
contato com os alunos, porque na ausência de contato físico, se impôs a
necessidade de algum tipo de conexão para preservar a ideia de escola,
aprendizagem e ensino.
As
dificuldades com acesso a internet e dispositivos como computador, tablet
e smartphones foram fatores que afetaram essas possibilidades de
conexão com os alunos. Este fato serviu para mostrar o quão agudo é o problema
da inclusão digital no país.
Olhando
de forma retrospectiva, dados levantados junto a alguns sistemas de ensino
público mostram que apesar de todos os esforços, se anunciam taxas de
evasão altas por parte de alunos do ensino fundamental e médio.
Essa
situação aponta para várias condutas que devem ser adotadas na fase de retração
da pandemia e que precisam de simultaneidade, como: busca ativa de estudantes
que perderam contato com a escola, acolhimento de todos(as)
alunos(as) que depois de tanto tempo voltam ao convívio dos
colegas, mecanismos que permitam lidar com a diversidade de níveis de
aprendizagem dos alunos, recomposição das relações socioafetivas dos alunos
entre eles e com os docentes e a gestão da escola.
Como
não há experiência acumulada sobre isso, tais ações demandam
inovação e criatividade, porque o resgate das crianças e jovens é tarefa
urgente, prioritária e relevante socialmente.
Depois
de muitas décadas de esforços deliberados o País tem conseguido avançar nos
seus indicadores de acesso e permanência na escola, o que
implica em redução da taxa de evasão.
A
pandemia pode fazer esses indicadores retrocederem a níveis anteriores, não
desejáveis para os sistemas de ensino. A superação da evasão escolar
nesse momento é desafio que precisa ser enfrentado de forma coletiva pela
sociedade e pelas famílias.
(*)
Professora da Uece. Doutora em Educação.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 26/02/21. Opinião, p.35.
Nenhum comentário:
Postar um comentário