Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Carlito Maia, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores disse
certa vez: “Quando a esquerda começa a
contar dinheiro, converte-se em direita”.
Sem tomarmos como regra geral, podemos dizer que quando a direita deixa de contar
dinheiro vira esquerda. Essas observações mostram a importância dos aspectos
monetários na formação do pensamento e das atitudes, ao longo do tempo, de boa
parte da humanidade. Estudiosos, abordaram tal comportamento à luz de
princípios políticos, éticos e morais. As duas frases mencionadas, apesar de
aparentemente simplórias, concentram mensagens fortes. Lamentavelmente, nos
dias atuais, a exacerbação do pragmatismo está ocupando espaço das opções
ideológicas e institucionais. Acreditamos serem as manifestações pragmáticas
influenciadas pelo maniqueísmo direita e esquerda, pela ânsia de poder, pela
falta de solidariedade, pelo individualismo e pela ausência de sentimentos
espirituais. O Estado existe não para ser opressor, tampouco de direita ou de esquerda,
mas para assegurar os princípios básicos da democracia. Precisamos nos voltar
para o conhecimento das verdades essenciais, objetivando alcançar os valores
éticos indicadores de um mundo social baseado nos conceitos de liberdade, de
justiça e de igualdade de oportunidades. Ademais, concordamos que um líder não
se faz pela força, por instrumentos e mecanismos artificiais, mas pelo
reconhecimento livre e soberano do seu povo. Forçar o surgimento de uma
liderança, usando segmentos da falsa mídia e “marqueteiros” gananciosos poderá gerar uma farsa administrativa e
política. Aqueles que assumem um cargo na vida pública pensando em fazer
negócios e não trabalhar pelo povo, não são democratas, pelo contrário, são
tiranos enrustidos, dominados por forças da corrupção. Por fim, não ao
maniqueísmo direita e esquerda, mas sim a defesa da democracia.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC.
Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 5/3/2021.
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