domingo, 13 de junho de 2021

HUMANIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR NA PANDEMIA

Por Denise Maciel (*)

Nesses difíceis tempos pandêmicos, o ensino superior privado teve que se submeter a muitas adaptações, como tantas outras atividades.

A vida no campus, essencial para fortalecer a comunidade acadêmica e atrair novos alunos, encontra-se inviabilizada em função das medidas sanitárias restritivas, mas necessárias, impostas pelas autoridades governamentais.

É verdade que o aprendizado remoto e o ambiente social online já vinham se tornando partes importantes da experiência do aluno, mesmo antes da pandemia. Nesse contexto, no entanto, é mais difícil para as instituições fazerem conexões pessoais com os estudantes.

Com a queda nas matrículas da graduação, receitas sob pressão e um verdadeiro bombardeio de marketing oferecendo cursos EAD a preços aviltantes, como sair da "mesmice" e tornar a sua instituição mais identificável e acessível?

Na minha vivência como gestora, tenho observado que a humanização do ensino pode oferecer uma resposta a essa indagação, mas isso requer, muitas vezes, uma mudança de atitude.

As pessoas precisam ver a diferença que a sua instituição está fazendo no mundo e entender que isso não é só uma forma de diferenciar a marca, mas um propósito que está presente na sua missão: a formação de profissionais engajados na transformação, para melhor, da sociedade.

As instituições de Ensino Superior devem encontrar maneiras de promover conexões com e entre os alunos. Um exemplo é a criação de grupos virtuais em que alunos e orientadores podem se conectar em torno de um interesse comum.

Além disso, muitas atividades anteriormente baseadas no campus, como Feiras de Profissões, Semana Científica, Encontros Universitários, shows e outras, também podem ser realizadas virtualmente.

Esse esforço de humanização passa, necessariamente, pelo engajamento de todos os atores envolvidos no processo educacional: gestores, professores, alunos e colaboradores.

Cada um precisa se sentir corresponsável pela construção de uma comunidade que visa não apenas a formação intelectual, mas o desenvolvimento saudável de todos os seus membros.

(*) Reitora da Fametro.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 17/04/21. Opinião, p.20.

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