Por Denise Maciel
(*)
Nesses
difíceis tempos pandêmicos, o ensino superior privado teve que se submeter a
muitas adaptações, como tantas outras atividades.
A
vida no campus, essencial para fortalecer a comunidade acadêmica e atrair novos
alunos, encontra-se inviabilizada em função das medidas sanitárias restritivas,
mas necessárias, impostas pelas autoridades governamentais.
É
verdade que o aprendizado remoto e o ambiente social online já
vinham se tornando partes importantes da experiência do aluno, mesmo antes da
pandemia. Nesse contexto, no entanto, é mais difícil para as instituições
fazerem conexões pessoais com os estudantes.
Com
a queda nas matrículas da graduação, receitas sob pressão e um verdadeiro
bombardeio de marketing oferecendo cursos EAD a preços aviltantes, como sair da
"mesmice" e tornar a sua instituição mais identificável e acessível?
Na
minha vivência como gestora, tenho observado que a humanização do
ensino pode oferecer uma resposta a essa indagação, mas isso requer, muitas
vezes, uma mudança de atitude.
As
pessoas precisam ver a diferença que a sua instituição está fazendo no mundo e
entender que isso não é só uma forma de diferenciar a marca, mas um propósito
que está presente na sua missão: a formação de profissionais engajados na
transformação, para melhor, da sociedade.
As
instituições de Ensino Superior devem encontrar maneiras de promover conexões
com e entre os alunos. Um exemplo é a criação de grupos virtuais em que alunos
e orientadores podem se conectar em torno de um interesse comum.
Além
disso, muitas atividades anteriormente baseadas no campus, como Feiras de
Profissões, Semana Científica, Encontros Universitários, shows e outras, também
podem ser realizadas virtualmente.
Esse
esforço de humanização passa, necessariamente, pelo engajamento de todos os
atores envolvidos no processo educacional: gestores, professores,
alunos e colaboradores.
Cada
um precisa se sentir corresponsável pela construção de uma comunidade que visa
não apenas a formação intelectual, mas o desenvolvimento saudável de todos os
seus membros.
(*) Reitora da Fametro.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 17/04/21. Opinião, p.20.
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