Por Sofia
Lerche Vieira (*)
A
pandemia nos roubou muitas
coisas. Trabalho. Convivência ao vivo. Liberdade de ir e vir. Abraços.
Carinhos. Esse ano e pouco de vigência de seus trágicos efeitos, deixou o mundo
mais triste, pesado e sem cor. O maior impacto de todos, porém, foi a tragédia
das vidas que se foram.
Ao
redor de todo o planeta há uma devastação sem
precedentes no presente século. Pessoas de todas as classes e categorias
partiram deixando atrás de si um rastro de vazio e saudade incomensurável.
A
trágica perda de 441.9 mil pessoas (Folha de São Paulo, 19 mai. 2021) no
Brasil dilacerou famílias
e comunidades, colocando o país no epicentro das preocupações mundiais. Por que
tantas vidas foram perdidas? Há explicações técnicas e, também, políticas.
Em
meio a esse cenário apocalíptico,
a morte de celebridades é amplamente divulgada; sua passagem, reverenciada. O
luto por pessoas comuns, porém, tende a restringir-se a seu círculo familiar,
de amizade e pessoas próximas.
Em
meio a tantas lágrimas acumuladas, é preciso celebrar a memória de um imenso
contingente de vidas de professores ceifadas pela Covid 19 - umas, mais;
outras, menos conhecidas.
Há
algumas semanas perdemos o professor universitário e grande pesquisador Gilmar de Carvalho, ícone da cultura
cearense, reconhecido nacional e internacionalmente.
Sua
morte foi e continua sendo registrada; sua contribuição reconhecida pelo imenso
contingente de admiradores de sua obra.
Se
uma vida como a do professor Gilmar continua iluminada através dos escritos que
deixou, em outros casos, há que se publicizar a contribuição de profissionais
que dedicaram suas vidas à formação
humana.
O
professor Eliseu Paiva,
diretor da EEMTI César Cals, querido por docentes e discentes, é um dos nomes
que merecem ser louvados.
Também
é oportuno lembrar a professora Idália
Cavalcante Parente, "professora diretora de turma" da EEFM
Clóvis Beviláqua, referência para quantos usufruíram de sua convivência.
Em
nome desses colegas, saudemos aos que partiram, tanto da universidade quanto da
educação básica. Suas vidas importaram e importam. Seus
exemplos permanecem.
(*)
Professora do Programa de Pós-Graduação
em Educação da Uece e consultora da FGV-RJ.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 24/05/21. Opinião, p.22.
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