Por Grecianny Cordeiro, Promotora de Justiça
“A Plenos Pulmões” é a 38ª
Antologia da SOBRAMES – Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, Regional
Ceará, cuja honra a mim foi conferida em prefaciá-la.
O primoroso livro, coordenado
pelo dr. Marcelo Gurgel, com a bela capa elaborada pelo dr. Isaac Furtado, é
composto de textos escritos por um brilhante rol de colaboradores, a maioria,
por Asclepíades que, nos momentos em que estão longe de seus consultórios,
distantes dos hospitais, nos trazem com sua literatura alegria para a alma,
esperança para o coração, alento para o espírito.
Na mitologia grega, Asclépio era
filho de Apolo e de Corônis, esta, fulminada por uma flecha certeira disparada
pelo deus, furioso por ter sido rejeitado. Apolo salvaria o filho do ventre da
mãe falecida e o entregaria para ser educado pelo centauro Quíron, que lhe
ensinou a arte da cura e todos os segredos da medicina.
Assim, Asclépio se tornaria um
talentoso e habilidoso mestre em curar doentes.
“Os mitos não morrem, ao
contrário, se perpetuam no tempo, notadamente, por meio de suas representações
simbólicas. A maior prova disso é que Asclépio, o deus/herói da arte da cura,
jamais fora esquecido, e seu bastão com uma serpente enroscada é o símbolo da
Medicina.
A medicina, uma das mais belas e
imprescindíveis profissões, em especial, nessa época de pandemia gerada pelo
Covid 19, tem se mostrado incansável na busca da cura da doença, na compreensão
exata do vírus para o desenvolvimento de vacinas eficazes, de modo a permitir
que possamos, o quanto antes, voltar à normalidade.
Mas a medicina, por meio de seus
profissionais (…) vem contribuindo sobremaneira para a cura das dores da alma,
para o enternecimento dos corações através da poesia, para o despertar da
sensibilidade através da prosa, para o aprimoramento do intelecto por meio da
escrita (…).
Da arte da cura à arte da poesia.
De Asclépio a Apolo. Por tais caminhos iluminados passeiam os integrantes da
SOBRAMES, Regional Ceará.
“A Plenos Pulmões”, embora não
possa ser lida de um fôlego só, dado ao número de páginas, é um livro para ser
lido como quem respira, num compasso natural e sincronizado.
Em tempos tão sombrios, em que
milhares de vidas foram perdidas para uma pandemia nefasta, “A Plenos Pulmões”
surge como um sopro de vida em uma época em que o ar faltou a tanta gente.
Que por meio do presente livro
possamos inspirar prosa e poesia para nossas vidas, ao mesmo tempo em que
possamos expirar tudo aquilo que nos faz mal.”
*Publicado In: O Estado CE, 27 de setembro 2021, Opinião.
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