Por Tales de Sá
Cavalcante (*)
Nelson Motta, aos 76 anos, em
"O Globo", destacou o vigor de Mick Jagger, 79, Keith Richards, 77,
Sir Paul McCartney, 79, Bob Dylan, 80, Ney Matogrosso, 80, e dos irmãos Marcos
Valle, 77, e Paulo Sérgio, 81. "O tempo não se mede pelo calendário, mas
pela intensidade", pontuou Motta.
Entre
outros, também são citáveis minha mãe, Hildete, que viveu 83 anos e
dizia rejuvenescer ao conviver com os jovens alunos; Oscar Niemeyer, que nos
deixou aos 104; a Sra. Maria Fiuza, ícone da nossa sociedade que, aos 100, é
quem energiza sua família a incentivar passeios e viagens; e o cearense José
Coelho de Souza, que partiu aos 133 anos, talvez como o mais velho do mundo.
Pessoas assim, provavelmente dotadas de benefício
genético, acordam diariamente a ter seus desejos
e planos, não se entregam e
intensamente vivem o presente, sem pensar na partida final.
No passado, o grande médico George Magalhães me
revelava que a notável Sra. Lúcia Dummar não ficava idosa porque não admitia tal
possibilidade. Mais um exemplo por ela dado.
Alguns temem a fragilidade ocasionada pela
senilidade, mas a medicina aí está para evitar tal dissabor. Walter Isaacson
lançou recentemente "A decodificadora", biografia de Jennifer Doudna,
ganhadora do Prêmio Nobel de Química de 2020 em companhia de
Emmanuelle Charpentier.
O autor mostra que Doudna "começou uma
revolução que permitirá curar doenças, prevenir infecções virais e
vislumbrar futuras gerações mais saudáveis", e seu método já é
utilizado em vacinas contra a Covid-19.
Ela e parceiros descobriram algo que transforma
a vida
humana: uma
ferramenta de manuseio simples, capaz de editar a estrutura do DNA. O CRISPR, como
foi batizada, abriu um novo mundo de milagres da medicina com questões éticas.
O poder aquisitivo deve dar aos pais a chance de
mudar a altura, a estrutura muscular ou o QI de seus filhos? Segundo George
Church, amigo de Doudna e geneticista de Harvard, não é uma ameaça à saúde pública ou à moral
eliminar uma deficiência de uma criança, dar-lhe olhos azuis ou aumentar seu QI
em 15 pontos.
E você, prezada leitora ou caro leitor, qual a sua opinião?
(*) Reitor do FB
UNI e Dir. Superintendente da Org. Educ. Farias Brito. Membro da Academia
Cearense de Letras.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 29/7/21. Opinião, p.18.
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