quinta-feira, 23 de setembro de 2021

NOVAS E NOVOS, SEMPRE

Por Tales de Sá Cavalcante (*)

Nelson Motta, aos 76 anos, em "O Globo", destacou o vigor de Mick Jagger, 79, Keith Richards, 77, Sir Paul McCartney, 79, Bob Dylan, 80, Ney Matogrosso, 80, e dos irmãos Marcos Valle, 77, e Paulo Sérgio, 81. "O tempo não se mede pelo calendário, mas pela intensidade", pontuou Motta.

Entre outros, também são citáveis minha mãe, Hildete, que viveu 83 anos e dizia rejuvenescer ao conviver com os jovens alunos; Oscar Niemeyer, que nos deixou aos 104; a Sra. Maria Fiuza, ícone da nossa sociedade que, aos 100, é quem energiza sua família a incentivar passeios e viagens; e o cearense José Coelho de Souza, que partiu aos 133 anos, talvez como o mais velho do mundo.

Pessoas assim, provavelmente dotadas de benefício genético, acordam diariamente a ter seus desejos e planos, não se entregam e intensamente vivem o presente, sem pensar na partida final.

No passado, o grande médico George Magalhães me revelava que a notável Sra. Lúcia Dummar não ficava idosa porque não admitia tal possibilidade. Mais um exemplo por ela dado.

Alguns temem a fragilidade ocasionada pela senilidade, mas a medicina aí está para evitar tal dissabor. Walter Isaacson lançou recentemente "A decodificadora", biografia de Jennifer Doudna, ganhadora do Prêmio Nobel de Química de 2020 em companhia de Emmanuelle Charpentier.

O autor mostra que Doudna "começou uma revolução que permitirá curar doenças, prevenir infecções virais e vislumbrar futuras gerações mais saudáveis", e seu método já é utilizado em vacinas contra a Covid-19.

Ela e parceiros descobriram algo que transforma a vida humana: uma ferramenta de manuseio simples, capaz de editar a estrutura do DNA. O CRISPR, como foi batizada, abriu um novo mundo de milagres da medicina com questões éticas.

O poder aquisitivo deve dar aos pais a chance de mudar a altura, a estrutura muscular ou o QI de seus filhos? Segundo George Church, amigo de Doudna e geneticista de Harvard, não é uma ameaça à saúde pública ou à moral eliminar uma deficiência de uma criança, dar-lhe olhos azuis ou aumentar seu QI em 15 pontos.

E você, prezada leitora ou caro leitor, qual a sua opinião?

(*) Reitor do FB UNI e Dir. Superintendente da Org. Educ. Farias Brito. Membro da Academia Cearense de Letras.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 29/7/21. Opinião, p.18.

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