Por Pe. Eugênio
Pacelli SJ
(*)
A
pós-modernidade desafia a Igreja a fazer compreensível a mensagem
de Jesus aos jovens. Como atualizar sua mensagem? Primeiro, conhecer
a realidade deles. O jovem está inserido numa época de novas denominações:
influenciadores, redes sociais, seguidores, entre outras.
Geração
denominada "nativos digitais", "millennial" ou geração Y,
que possui controle da informação, utilizam linguagem própria, interagem em
diferentes redes sociais. Mergulhados no ciberespaço com milhares de
'amigos', são solitários.
Nunca tivemos
uma geração tão abastada e tão solitária, ansiosa, cheia de medos, complexos,
desamparo e incompletude. Possuem milhares de "conhecidos virtuais",
mas não dialogam com os que estão perto. O excesso de uso das mídias
digitais tem aumentado a infelicidade.
Alguns se
deprimem porque acompanham vidas perfeitas e querem uma igual, contudo o que
vemos é apenas um recorte. Nunca tivemos uma geração tão depressiva.
Na minha
vivência com famílias, no ambiente escolar e na igreja é fácil
constatar isso. Existe esperança de transformação desse cenário.
Acreditamos
na construção de pressupostos que podem servir de suporte para a transformação
da vida das próximas gerações.
O que posso
fazer para que os jovens tenham dias felizes e saudáveis numa sociedade que
cresce doente? Numa perspectiva inaciana o enfoque está na construção do
projeto de felicidade, que dá sentido à própria vida, educando no
autoconhecimento, no saber e competências relacionais.
Uma
orientação holística, que engloba corpo, pensamento, sentimentos e
movimentos interiores. A interioridade não se reduz ao intimismo, mas também a
relação com o outro, despertando solidariedade e partilha. Jovem que desenvolve
sua liberdade para viver e decidir com responsabilidade.
Disposto a
superar-se, a perder, ganhar, desenvolver habilidades intelectuais,
emocionais e sociais a serviço dos outros.
Reconhece o
outro em sua dignidade. Comprometido com a transformação da humanidade e com o
cuidado da "casa comum". Quando estas atitudes interagem, formamos
para a felicidade e atualizamos a mensagem de Deus.
(*)
Sacerdote jesuíta e mestre em Teologia. Diretor do
Seminário Apostólico de Baturité.
Fonte: O Povo, de 25/9/2021. Opinião. p.16.
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