Por Antônio Vasques (*)
A revista inglesa "The Economist" divulgou
um ranking de vulnerabilidade dos países em relação à nova variante Ômicron baseado no perfil
imunológico da população para o dia 29 de novembro último. O Brasil ficou em
terceiro lugar entre os países com melhor perfil imunológico, com proteção da
população em torno de 50%, logo após Chile e Uruguai, seguido por Israel.
Estados Unidos, Itália, França e Alemanha estão com proteção entre 25 e 50%.
Essa proteção está diretamente correlacionada com
a vacinação
completa ou
com a porcentagem da população já infectada, supondo-se independentes os
eventos vacinação e infecção. No caso brasileiro, com a vacinação impedindo a
ampla circulação da variante Delta, há predominância da variante P1 (Manaus)
que tem taxa de reprodução R =4,4 ou seja 1 pessoa infectada transmite a doença
para mais de 4 outras. Se o valor da taxa de reprodução R da variante Ômicron
for equivalente à da variante delta (R=7) a taxa de imunidade de rebanho
brasileira (TIR) seria atingida com a imunização completa de 86% da população,
lembrando que TIR=1 - 1/R.
Sabe-se que há somente duas formas para melhorar
o perfil
imunológico de
uma população: pela vacinação ou com infecção . Neste último caso com
internamentos hospitalares e óbitos. No primeiro caso, vacinação, o Brasil está
avançando, principalmente a partir do final de maio. A continuar a prevalência
da variante P1 a taxa de imunidade de rebanho será atingida quando 77% da
população brasileira tiver recebido a vacinação completa.
Agora é torcer para que a taxa de reprodução R da variante Ômicron não
seja muito superior à da variante delta e que não haja alta transmissão
comunitária. Há estimativas que apontam para que o R da Ômicron seja 4,2 vezes
superior ao da cepa original (R=3), o que seria uma tragédia, com aumento
exponencial de casos e óbitos, apesar da aparente menor letalidade da nova
variante mas que atingiria maior número de pessoas pela sua provável altíssima
velocidade de circulação.
(*) Professor associado da Uece. Pós-Doutor em Educação.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 27/12/21. Opinião, p.20.
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