Por
Vladimir Spinelli Chagas (*)
O problema financeiro que infecta as instituições filantrópicas
hospitalares como a Santa Casa, precisa de soluções vindas de muitos eixos,
dentre os quais a atualização da Tabela SUS e a conscientização dos
entes municipais para reduzirem a defasagem com que repassam os recursos são
apenas dois exemplos mais visíveis.
Mesmo as doações, emendas parlamentares e outras formas
de ingresso de recursos de forma pontual, tão bem-vindos para minorar os
ingentes problemas, não podem ser tidos como solução definitiva e ideal.
Conscientes disso, os que fazem a Santa Casa de
Fortaleza optaram por proceder a reflexões estratégicas, baseadas nas
grandes riquezas que a Santa Casa detém em termos de conhecimento e experiências,
em múltiplas áreas. Aliás, sua atuação a classifica como unidade hospitalar com
vocação e atuação para o ensino e a pesquisa.
Uma das bases para aproveitar esse tesouro será o
inter-relacionamento cada vez mais estreito com as instituições de ensino superior,
com troca de saberes e de oportunidades, como cursos de formação e
especialização, estágios e outras maneiras de interação, além da criação de um
periódico científico que sirva de base para a disseminação das
pesquisas nela realizadas.
Em termos de inovação e tecnologia, a recém-criada Diretoria de
Inovação em Saúde já está agindo no sentido de também instituir redes de
trocas, visitando hubs de inovação e mantendo contatos com instituições que
detém expertise no segmento. A ideia central é a troca de experiências,
porquanto, embora neófita na área é a Santa Casa um campo fértil de interesse
para pesquisadores de ponta, inclusive por já desenvolver tecnologias leves em
saúde.
Passando a dedicar ainda mais esforços na otimização de seus
processos internos e no desenvolvimento de projetos de inovação em saúde, a
Santa Casa irá se habilitar como instituição de ciência e tecnologia,
pronta a estabelecer parcerias para utilização das mais avançadas tecnologias
no ramo.
É a Santa Casa que, salvando vidas desde 1861, continua
um diferencial na vida do cearense, com serviços de saúde humanizados e de alta
qualidade, voltados especialmente para os mais carentes.
(*) Professor aposentado
da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do
CRA-CE.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 24/04/23. Opinião, p.18.
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