Diminua a patente e suba o salário!
Ignorante,
bruto à moda canto de cerca, brabo, ferroado. Imagine um caba desse naipe
metida em política! É Zé Suvela, candidato a vereador na cidadezinha em que
nasceu. Ele recebeu do partido um milheiro de santinhos pra campanha e o que
fez tão logo viu o número dele no papel? Tocou fogo na ruma! A mulher deu o
pulo. O futuro "ex que nunca foi sem jamais ter sido" explicou,
distrital:
-
Tu acha que eu vou dar uma milhar dessas pra buchudo acertar no bicho e
enricar?!?
Nosso Senhor tem cada morador!
Falo
do bodegueiro Mundico Papaova. Qualidade de inquilino do Planeta metido a
sabido, escolado e escovado, que dá o maior valor saber dos acontecimentos
mundiais apenas pra discutir e ver o pau cantar. Sabe o Zelensky, presidente da
Ucrânia? Lembra do primeiro nome dele? Pois bem.
Até
semana passada, o mundo e seu Raimundo conheciam o primogênito de Papaova por
Vladimir, homenagem ao avô materno. Não é mais "o Vladimir". Mudou. O
pai até já avisou à madrinha que irá ao cartório fazer a alteração. Descobri a
fulerage por acaso. Fui ao estabelecimento de Papaova e quem me atendeu? O
pequeno (ex) Vladimir.
Fiz
meu pedido, ingênuo, àquele que diligentemente se movimentava de um lado pro
outro do balcão. "Um litro de querosene, por gentileza, Vladimir!"
Pra que eu fui falar Vladimir, meu irmão!?! Mundico Papaova, sentado ao lado da
geladeira, ouvindo o Cid Carvalho, se levanta e assunga, feito o cão:
-
Vladimir é meu esquerdo!!! O garoto se chama Valadimir! VA-LA-DI-MIR!
-
Ah, Mundico! Me desculpe! É que até semana passada, quando aqui estive, era...
-
Era!!! Não é mais!!! Agora é Valadimir! VA-LA-DI-MIR!
De
fí duma égua que sou, quis saber o porquê. E Papaova...
-
Se na Ucrânia tem Volodimir, na Guaiúba tem VALADIMIR! Ora sebo!
Negócio de pé
Reza
a lenda que, de acordo com o pé com que se levante bem cedo, o sujeito tem o
dia com características distintas. Se se acorda com o pé direito, tudo
gabarito; com o esquerdo, lascação total. Ao acordar botando os dois no chão,
duma chibatada só, é dia divinamente mais ou menos. E quando não é nem o pé
esquerdo, nem o pé direito?
-
Aí a pessoa meteu o pé na carreira em busca do chão!
Moral
da história: seja com que pé for, mãos à obra!
Fui esbarrar no sertão!
Tempos
difíceis atravessava o estado. Estiagem tinindo. Reservatórios só na lama
barrenta. O valente Valdemar, era final de novembro, já não sabia o que fazer
com o gadinho - sem água, sem pasto, sem esperança. E ainda chega em casa uma
neta dele, se reclamando de que fizera uma chapa (Raio X) e o resultado fora o
pior possível:
-
Água no pulmão, vô!
-
Procê ver, Naninha. Tu com água no pulmão e o açude aqui sem um tico d'água!
O tanhanhã da Tesla
No
tempo em que comprar jumento era negócio vantajoso, encangar grilo, dar cangapé
em cacimbão e coçar impinge em pescoço eram divertimentos naturais. E quando me
deparo com a tal "inteligência artificial", recordo papai botando a
Rural Willys dele pra funcionar, madrugada ainda, e nada de o carro pegar. Meus
irmãos e mamãe à espera de o motor dar partida e a gente ganhar a lapa do mundo
em busca de Pacajus. Até mamãe se afobar:
-
Zé, pelo amor de Deus! Essa Rural véa vai ficar só nesse 'tanhanhã', é?
Fonte: O POVO, de 2/06/2023. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.
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