Por Sofia Lerche Vieira (*)
A crise do clima tomou conta do planeta. O meio ambiente está no
centro das preocupações mundiais, tendo sido tema central nas eleições de
2022.
Motivo de reconhecimento internacional, a nomeação de Marina Silva
como ministra do Meio Ambiente trouxe expectativas do Brasil retomar
seu papel estratégico na defesa de agendas ligadas ao tema, sobretudo
da Amazônia Legal.
Procede, porém, o recente vídeo "Acabou o clima",
protagonizado por artistas apoiadores de Lula e de ampla circulação nas redes
sociais. As críticas à passagem da "boiada" ambiental pelo Congresso
são contundentes. De fato.
As dificuldades do governo em levar adiante pautas decisivas nessa
matéria são notórias. Não menos lastimável foi a desidratação dos
ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, por medidas recentes
aprovadas no Legislativo.
Em meio a esses e outros imbróglios políticos, o Brasil se
prepara para sediar a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro
das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30), em novembro de
2025, em Belém (PA).
Trata-se de um fórum que tem marcado positivamente compromissos com
temas centrais à preservação do meio ambiente, como o hidrogênio
verde e outras fontes de energia limpa. O que esperar desse evento, em um
contexto brasileiro de sucessivos retrocessos nessa matéria? O cenário nacional
não é promissor.
Entretanto, nos dois anos que nos separam da COP-30, é
possível ao Brasil reverter a agenda negativa, assumindo o esperado
protagonismo que lhe é reservado na questão.
Este é um desafio para o governo e para a sociedade civil, em
particular aqueles a quem o futuro da humanidade importa. E seria
interessante se esse tempo fosse marcado por estudos, debates e políticas
públicas que impactassem positivamente na defesa do meio ambiente e
contribuíssem para evitar as tragédias de um planeta em transe.
Nesse contexto, a Universidade e outros atores podem exercer
um papel decisivo na solução de problemas associados à crise do
clima. Sem dúvida, a atuação de escolas, professores e estudantes nesse cenário
adverso pode ser uma semente de esperança.
(*) Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uece e
consultora da FGV-RJ.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 19/06/23. Opinião, p.20.
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