quarta-feira, 19 de julho de 2023

CLIMA, QUE CLIMA?

Por Sofia Lerche Vieira (*)

A crise do clima tomou conta do planeta. O meio ambiente está no centro das preocupações mundiais, tendo sido tema central nas eleições de 2022.

Motivo de reconhecimento internacional, a nomeação de Marina Silva como ministra do Meio Ambiente trouxe expectativas do Brasil retomar seu papel estratégico na defesa de agendas ligadas ao tema, sobretudo da Amazônia Legal.

Procede, porém, o recente vídeo "Acabou o clima", protagonizado por artistas apoiadores de Lula e de ampla circulação nas redes sociais. As críticas à passagem da "boiada" ambiental pelo Congresso são contundentes. De fato.

As dificuldades do governo em levar adiante pautas decisivas nessa matéria são notórias. Não menos lastimável foi a desidratação dos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, por medidas recentes aprovadas no Legislativo.

Em meio a esses e outros imbróglios políticos, o Brasil se prepara para sediar a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30), em novembro de 2025, em Belém (PA).

Trata-se de um fórum que tem marcado positivamente compromissos com temas centrais à preservação do meio ambiente, como o hidrogênio verde e outras fontes de energia limpa. O que esperar desse evento, em um contexto brasileiro de sucessivos retrocessos nessa matéria? O cenário nacional não é promissor.

Entretanto, nos dois anos que nos separam da COP-30, é possível ao Brasil reverter a agenda negativa, assumindo o esperado protagonismo que lhe é reservado na questão.

Este é um desafio para o governo e para a sociedade civil, em particular aqueles a quem o futuro da humanidade importa. E seria interessante se esse tempo fosse marcado por estudos, debates e políticas públicas que impactassem positivamente na defesa do meio ambiente e contribuíssem para evitar as tragédias de um planeta em transe.

Nesse contexto, a Universidade e outros atores podem exercer um papel decisivo na solução de problemas associados à crise do clima. Sem dúvida, a atuação de escolas, professores e estudantes nesse cenário adverso pode ser uma semente de esperança.

(*) Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uece e consultora da FGV-RJ.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 19/06/23. Opinião, p.20.

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