Por Luiz
Gonzaga Fonseca Mota (*)
Observando-se
o pensamento de filósofos clássicos, neoclássicos e modernos, como Pitágoras,
Aristóteles, Platão, Max Weber, Kant, Heidegger, Hegel, Marx e mais
recentemente Sartre, nota-se uma preocupação básica com a verdade e a
existência. Por isso, todos foram formadores de Escolas que serviram e ainda
servem de orientação a muitas pessoas. Apesar das controvérsias, todos buscaram
formas para justificar, de acordo com suas teses e convicções, o sentido da
vida, da moral, da ética, etc. Detendo-se na análise do comportamento moral, a
máxima maquiavélica, “o fim justifica os
meios”, no nosso entender
não vale, pois para uma ação ser julgada moralmente boa é preciso que seja
alcançada com nenhum outro objetivo além daquele a cumprir o próprio dever. A
moral e a política, por exemplo, deslocam-se dentro do âmbito de dois sistemas
éticos distintos. A política é mutável ou dinâmica, conforme o Estado e o
Governo, já a moral é permanente. O importante é compatibilizar a política e a
moral dentro de princípios éticos que respeitem a lei e a liberdade com
responsabilidade. Tanto Platão como Aristóteles afirmaram que o objetivo da
política não é o viver, mas o viver bem, ou seja, a convivência ordenada. Já
Kant, faz a distinção entre o moralista político e o político moral, condenando
o primeiro e enaltecendo o segundo. Merece reflexão e cuidado a afirmativa de
que por “razão de Estado”, será aceito um conjunto de princípios baseados nas
ações que não seriam justificadas se cumpridas por um indivíduo isolado. Mas exaltadas
e enaltecidas se cumpridas pelo governante, ou por qualquer pessoa que exerça o
poder em nome do Estado. Em qualquer sociedade é importante observar o que é
moralmente lícito ou ilícito ressaltando-se a ética política, profissional,
familiar, sexual, enfim a ética comportamental. Devemos obedecer a um código de
regras e normas compatíveis com a verdade divina. Não estamos nos referindo a
uma religião, doutrina ou seita, mas fundamentalmente à espiritualidade
representada pelo amor, solidariedade, perdão, compaixão dentre outros
sentimentos. A vida é mais agradável e bela quando percebemos a presença de
amor e a ausência da inveja. Torna-se básico a exaltação dos valores internos e
morais, para que possamos buscar a felicidade e a esperança. Por sua vez, o
conceito de violência está ultrapassado. A destruição de nossos semelhantes é a
nossa própria destruição. O sentido da vida é ser feliz e útil.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC.
Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, 26/05/2023. Ideias.
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