Por Rômulo Pinheiro (*)
A síndrome do
pescoço de texto é uma lesão por esforço
repetitivo no
pescoço, como quando se fica muito tempo com a cabeça inclinada para baixo.
Esse hábito pode causar lesões sérias na coluna e pescoço, tais como:
deformidade óssea, inflamação no ligamento, estiramento muscular e compressão
da hérnia de disco.
O uso
prolongado de dispositivos móveis é a causa da síndrome do pescoço de texto.
Basta observar que, na maioria das vezes em que as pessoas estão mexendo nos
dispositivos móveis como celulares e tablets, elas estão de pescoço baixo
digitando, lendo ou jogando. Em uma posição neutra, nossa cabeça pesa de 4 a 5 kg.
Com a cabeça
inclinada para frente - posição chamada de flexão - esse peso aumenta em até
cinco vezes. A consequência é que o aumento da flexão do pescoço durante o uso
do dispositivo provoca alterações biomecânicas e sobrecarga muscular/articular
na região cervical.
Um dos
sintomas mais comuns da síndrome do pescoço de texto é a dor no pescoço. Porém,
há outros sintomas que você pode sentir que indicam um problema na região.
Fique atento se você sentir alguns desses outros sintomas - juntos ou isolados
- são: dificuldade de movimentar o pescoço, dor de cabeça constante, dor nos ombros, dor nas costas, região do trapézio tensa
e resistente, formigamento ou sensação de dormência em mãos e dedos.
Quando os
problemas causados pelo uso excessivo dos dispositivos móveis, deve-se buscar
ajuda de um médico ortopedista especialista em coluna para que sejam
realizados os exames necessários para avaliar a gravidade do quadro.
O tratamento
indicado deverá auxiliar na recuperação da mobilidade e alívio das dores na região da coluna cervical.
Os principais tipos de tratamento são: medicamentos e calor local - o médico
pode prescrever analgésicos, anti-inflamatórios ou relaxantes musculares para
alívio da dor. Em casos mais graves, pode-se utilizar infiltrações locais.
Também é indicado a fisioterapia.
A cirurgia nessa região não está descartada em menos de 10% dos casos que são
os mais graves, mas pode e deve ser evitada. Para isso basta corrigir a postura
quando fizer uso dos aparelhos móveis.
(*) Ortopedista. Especialista de cirurgia
de coluna.
Fonte: Publicado In:
O Povo, de 10/06/2023. Opinião. p. 19.
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