terça-feira, 25 de julho de 2023

Síndrome do Pescoço de Texto e o uso de dispositivos móveis

Por Rômulo Pinheiro (*)

A síndrome do pescoço de texto é uma lesão por esforço repetitivo no pescoço, como quando se fica muito tempo com a cabeça inclinada para baixo. Esse hábito pode causar lesões sérias na coluna e pescoço, tais como: deformidade óssea, inflamação no ligamento, estiramento muscular e compressão da hérnia de disco.

O uso prolongado de dispositivos móveis é a causa da síndrome do pescoço de texto. Basta observar que, na maioria das vezes em que as pessoas estão mexendo nos dispositivos móveis como celulares e tablets, elas estão de pescoço baixo digitando, lendo ou jogando. Em uma posição neutra, nossa cabeça pesa de 4 a 5 kg.

Com a cabeça inclinada para frente - posição chamada de flexão - esse peso aumenta em até cinco vezes. A consequência é que o aumento da flexão do pescoço durante o uso do dispositivo provoca alterações biomecânicas e sobrecarga muscular/articular na região cervical.

Um dos sintomas mais comuns da síndrome do pescoço de texto é a dor no pescoço. Porém, há outros sintomas que você pode sentir que indicam um problema na região. Fique atento se você sentir alguns desses outros sintomas - juntos ou isolados - são: dificuldade de movimentar o pescoço, dor de cabeça constante, dor nos ombros, dor nas costas, região do trapézio tensa e resistente, formigamento ou sensação de dormência em mãos e dedos.

Quando os problemas causados pelo uso excessivo dos dispositivos móveis, deve-se buscar ajuda de um médico ortopedista especialista em coluna para que sejam realizados os exames necessários para avaliar a gravidade do quadro.

O tratamento indicado deverá auxiliar na recuperação da mobilidade e alívio das dores na região da coluna cervical. Os principais tipos de tratamento são: medicamentos e calor local - o médico pode prescrever analgésicos, anti-inflamatórios ou relaxantes musculares para alívio da dor. Em casos mais graves, pode-se utilizar infiltrações locais. Também é indicado a fisioterapia.

cirurgia nessa região não está descartada em menos de 10% dos casos que são os mais graves, mas pode e deve ser evitada. Para isso basta corrigir a postura quando fizer uso dos aparelhos móveis. 

(*) Ortopedista. Especialista de cirurgia de coluna.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 10/06/2023. Opinião. p. 19.

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