Por Kathiane Lustosa (*)
Ao contrário
do que muita gente pensa, os miomas são tumores benignos formados por tecido muscular. Não é câncer e não evolui para uma
condição cancerosa. São provocados pelo crescimento exagerado das células, que
ocorre de forma delimitada, dando o aspecto de nódulo, e ocorrem somente no
útero.
Segundo um
levantamento do Ministério da Previdência Social (INSS), o mioma é a principal
causa de afastamento do trabalho registrado pelo órgão no primeiro semestre de
2023. Foram mais de 21 mil mulheres afastadas dos seus postos de trabalho no
período. A pesquisa considera somente afastamentos por mais de 15 dias, que
provoca benefício ao segurado do INSS. A maioria desses casos ocorre porque as
mulheres precisam realizar cirurgias para a retirada dos miomas.
Mas essa não é
a realidade da maioria das mulheres que sofrem com a doença. Dados da Federação
Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, estima que 80% das mulheres em idade fértil tenham miomas. A maioria das incidências pode ser solucionada sem
cirurgia, não necessitando do afastamento do trabalho.
A causa ainda
é desconhecida, mas já foi comprovado que o mioma está relacionado a questões
genéticas e fatores hormonais, principalmente ao estrogênio. Podem ocorrer
de diversos tamanhos, sozinhos ou múltiplos, e em qualquer parte do útero. É
importante salientar que muitas mulheres só descobrem o problema quando
enfrentam dificuldades para engravidar e buscam ajuda profissional.
Quanto maiores
e mais perto o endométrio, tecido que reveste a parede do útero, mais nítidos
são os sintomas. Os mais frequentes são menstruações
irregulares e excessivas, cólica, dor na relação sexual, aumento do volume
abdominal e alterações do hábito intestinal e urinário, além das questões
relacionadas à gestação.
Dependendo da
localização, o mioma pode obstruir as trompas e também prejudicar a fixação do
embrião, levando ao abortamento e ao parto prematuro, podendo também interferir na evolução de um parto normal.
Por isso,
alertamos sempre sobre a importância de consultas regulares ao ginecologista. A saúde é importante demais para ser negligenciada.
(*) Médica ginecologista
e diretora da Clínica Salvate.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 19/01/2024. Opinião. p.16.
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