sexta-feira, 12 de abril de 2024

Teremos uma nova Fortaleza com investimentos anunciados?

Por Henrique Jorge Medeiros Marinho (*)

O Jornal O POVO noticiou no último dia 2 de fevereiro que o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), anunciou um pacote de investimentos da ordem de R$ 2,2 bilhões, com previsão de executar 220 novas obras. O programa, intitulado 'Vida Nova', está dividido em quatro eixos: Urbanização; Meio Ambiente; Novos Equipamentos para Ampliação de Serviços; e Infraestruturas Viárias e Mobilidade. Segundo o prefeito, 90% das obras estarão concentradas em bairros periféricos da capital cearense, comentando que a maior parte das obras deve ser entregue em 2024.

Entre os projetos apresentados, o Novo Proinfra, que deve beneficiar 26 bairros, é o de maior orçamento previsto, totalizando R$ 750 milhões. Na sequência, vem a construção de 25 novas escolas, cuja previsão é de empregar R$ 335,9 milhões em recursos, e pela requalificação de 91 unidades de ensino, com orçamento estimado em R$ 171,7 milhões. Em termos de mobilidade, o programa inclui a conclusão da obra de drenagem da Avenida Heráclito Graça, que visa reduzir alagamentos, com recursos previstos da ordem de R$ 24 milhões, além da construção do Túnel da Domingos Olímpio, que deve iniciar no segundo semestre de 2024.

Ufa, é muita obra para se fazer no último ano do seu mandato e ainda tem mais obras a serem realizadas pela periferia e na zona nobre da cidade. Não tenhamos dúvidas de que a se realizarem essas obras teremos uma nova cidade em termos de benefícios de infraestrutura viária e de melhorias na educação, gerando impactos na qualificação da infraestrutura com melhor padrão de mobilidade e na redução da pobreza com mais qualificação educacional.

No entanto, a grande pergunta que precisamos fazer é: por que somente no último ano de seu mandato e no ano da eleição municipal em que o Prefeito José Sarto pleiteia ser candidato a reeleição é que ele anuncia essas obras? Por que não fez esses benefícios à cidade ao longo do seu mandato? Como esses recursos apareceram milagrosamente apenas agora, quando ele precisa deixar "gravado" para o eleitor que ele está realizando muito pela cidade? Essas respostas só terão uma clareza do comportamento "eleitoral" dos gestores municipais, estaduais e federal quando o Congresso Nacional votar pelo fim da reeleição.

(*) Economista. Membro da Academia Cearense de Economia.

Fonte: O Povo, de 10/3/24. Opinião. p.19.

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