Por Henrique Jorge Medeiros Marinho (*)
O Jornal O POVO
noticiou no último dia 2 de fevereiro que o prefeito de Fortaleza, José Sarto
(PDT), anunciou um pacote de investimentos da ordem de R$ 2,2 bilhões,
com previsão de executar 220 novas obras. O programa, intitulado 'Vida Nova',
está dividido em quatro eixos: Urbanização; Meio Ambiente; Novos Equipamentos
para Ampliação de Serviços; e Infraestruturas Viárias e Mobilidade. Segundo o
prefeito, 90% das obras estarão concentradas em bairros periféricos da capital
cearense, comentando que a maior parte das obras deve ser entregue em 2024.
Entre os projetos
apresentados, o Novo Proinfra, que deve beneficiar 26 bairros, é o de
maior orçamento previsto, totalizando R$ 750 milhões. Na sequência, vem a
construção de 25 novas escolas, cuja previsão é de empregar R$ 335,9 milhões em
recursos, e pela requalificação de 91 unidades de ensino, com orçamento
estimado em R$ 171,7 milhões. Em termos de mobilidade, o programa inclui a
conclusão da obra de drenagem da Avenida Heráclito Graça, que visa
reduzir alagamentos, com recursos previstos da ordem de R$ 24 milhões, além da
construção do Túnel da Domingos Olímpio, que deve iniciar no segundo semestre
de 2024.
Ufa, é muita obra
para se fazer no último ano do seu mandato e ainda tem mais obras a serem
realizadas pela periferia e na zona nobre da cidade. Não tenhamos
dúvidas de que a se realizarem essas obras teremos uma nova cidade em termos de
benefícios de infraestrutura viária e de melhorias na educação, gerando
impactos na qualificação da infraestrutura com melhor padrão de
mobilidade e na redução da pobreza com mais qualificação educacional.
No entanto, a
grande pergunta que precisamos fazer é: por que somente no último ano de seu
mandato e no ano da eleição municipal em que o Prefeito José Sarto
pleiteia ser candidato a reeleição é que ele anuncia essas obras? Por que não
fez esses benefícios à cidade ao longo do seu mandato? Como esses recursos
apareceram milagrosamente apenas agora, quando ele precisa deixar
"gravado" para o eleitor que ele está realizando muito pela cidade?
Essas respostas só terão uma clareza do comportamento "eleitoral" dos
gestores municipais, estaduais e federal quando o Congresso Nacional
votar pelo fim da reeleição.
(*) Economista.
Membro da Academia Cearense de Economia.
Fonte: O Povo, de 10/3/24. Opinião. p.19.
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