quarta-feira, 5 de junho de 2024

No Cariri, as feiras livres sofrem com a alta de preços de hortifrutis

Por Fabiana Arrais (*)

As feiras livres movimentam, há muitos anos, a economia da Região Metropolitana do Cariri. É certo que o privilégio de fazer fronteira com os estados de Pernambuco, Paraíba e Piauí, permite que as ofertas de produtos sejam semanalmente diversificadas.

A região também possui um Centro Estadual de Abastecimento (Ceasa- Cariri) localizado em Barbalha, que "em partes" favorece o equilíbrio entre a oferta e a demanda no mercado de hortifrutis. Contudo, a alta de preços - desde o mês de abril - das frutas e hortaliças motivou um efeito cascata sobre o preço da alimentação fora de casa.

O Cariri conta com polos gastronômico consolidados - os bairros Lagoa Seca (Juazeiro do Norte), Pimenta (Crato) e Rua do Vidéo (Barbalha) são atrativos locais e pontos turísticos para a região devido a abundância de estabelecimentos, impulsionando novos empreendedores e gerando emprego e renda. A força econômica regional é amplamente movida pela relação empreendedora e o consumo. Por isso, na medida em que ocorre alta nos preços de bens e serviços a absorção é instantânea pelo mercado e sentida no bolso dos consumidores.

Os meses de março e abril são períodos em que algumas regiões produtoras nacionais estão no final de safra, ou na entressafra. Assim, a redução das quantidades ofertadas provoca a elevação dos preços se considerar as condições climáticas da região fornecedora dos produtos.

Na Ceasa - Cariri local em que muitos feirantes, supermercados e restaurantes suprem seus estoques, a elevação de preços trouxe uma perspectiva não muito agradável para o consumidor final. Dados divulgados pelo IBGE (2024) no mês de março destacavam que o aumento da cebola, cenoura e tomate proporcionou o aumento da inflação de alimentos em quase 1%.

É importante destacar que a produção de hortifrutis local não atende a demanda regional, como também a Ceasa realiza uma política de preços em que a demanda aquecida não favorece a redução a curto prazo. Logo, a tendência é que os preços se mantenham estáveis (para cima) dificultando o consumo fora de casa, como também impõe um desafio aos empreendedores para substituir o que não se consegue comprar a fim de manter a clientela.

(*) Economista.

Fonte: O Povo, de 10/05/24. Opinião. p.19.

Nenhum comentário:

Postar um comentário