Por Fabiana Arrais (*)
As feiras livres
movimentam, há muitos anos, a economia da Região Metropolitana do Cariri.
É certo que o privilégio de fazer fronteira com os estados de Pernambuco,
Paraíba e Piauí, permite que as ofertas de produtos sejam semanalmente
diversificadas.
A região também
possui um Centro Estadual de Abastecimento (Ceasa- Cariri) localizado em
Barbalha, que "em partes" favorece o equilíbrio entre a oferta e a
demanda no mercado de hortifrutis. Contudo, a alta de preços - desde o
mês de abril - das frutas e hortaliças motivou um efeito cascata sobre o preço
da alimentação fora de casa.
O Cariri conta
com polos gastronômico consolidados - os bairros Lagoa Seca (Juazeiro do
Norte), Pimenta (Crato) e Rua do Vidéo (Barbalha) são atrativos locais e pontos
turísticos para a região devido a abundância de estabelecimentos, impulsionando
novos empreendedores e gerando emprego e renda. A força econômica
regional é amplamente movida pela relação empreendedora e o consumo. Por isso,
na medida em que ocorre alta nos preços de bens e serviços a absorção é instantânea
pelo mercado e sentida no bolso dos consumidores.
Os meses de março
e abril são períodos em que algumas regiões produtoras nacionais estão no final
de safra, ou na entressafra. Assim, a redução das quantidades ofertadas provoca
a elevação dos preços se considerar as condições climáticas da região
fornecedora dos produtos.
Na Ceasa - Cariri
local em que muitos feirantes, supermercados e restaurantes suprem seus
estoques, a elevação de preços trouxe uma perspectiva não muito agradável para
o consumidor final. Dados divulgados pelo IBGE (2024) no mês de março
destacavam que o aumento da cebola, cenoura e tomate proporcionou o aumento da
inflação de alimentos em quase 1%.
É importante
destacar que a produção de hortifrutis local não atende a demanda regional,
como também a Ceasa realiza uma política de preços em que a demanda aquecida
não favorece a redução a curto prazo. Logo, a tendência é que os preços se
mantenham estáveis (para cima) dificultando o consumo fora de casa, como também
impõe um desafio aos empreendedores para substituir o que não se consegue
comprar a fim de manter a clientela.
(*) Economista.
Fonte: O Povo, de 10/05/24. Opinião. p.19.
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