Por Leonardo Alcântara (*)
No dia 1º de julho de 2022 aconteceu o fechamento do
Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana, o conhecido Gonzaguinha da
Messejana. No entanto, eis o questionamento primordial para isso tudo: qual é o
grande interesse por trás do encerramento das atividades do equipamento?
Por que a extrema necessidade de fechar uma unidade
com ambulatórios, serviços de emergência, internação e atendimento obstétrico
24 horas? Em diversas ocasiões, médicos, odontólogos, enfermeiros, demais
servidores municipais da saúde de Fortaleza e a própria população assistida
realizaram mobilizações em frente ao Hospital Distrital Gonzaga Mota, para
protestar contra o fechamento do equipamento de saúde pública.
Fizemos de tudo. Inclusive, entramos com ação civil
pública contra o Município de Fortaleza, no Tribunal de Justiça do Estado do
Ceará, para impedir a demolição do Hospital. Mas, novamente, não tivemos qualquer
retorno positivo - a Justiça do Ceará negou o pedido de liminar reiterando os
prejuízos do fechamento do Gonzaguinha. Em nenhum momento a Prefeitura de
Fortaleza repassou um cronograma com previsão para início e conclusão das
obras, nem mesmo a definição para quais unidades de saúde serão remanejadas as
equipes. O projeto arquitetônico da obra também não foi apresentado.
É muito grave o fechamento da unidade - e,
principalmente, a falta de transparência dos órgãos públicos. A transferência
dos serviços faz com que pacientes antes assistidos pelo Gonzaguinha precisem
percorrer um longo caminho - cerca de 12 quilômetros separam as unidades do
bairro Messejana e do Gonzaguinha do José Walter. A finalização das atividades
causa também a precarização da assistência médica.
Vamos continuar lutando por melhorias. Não podemos
permitir que fechamentos de hospitais prosperem. Temos um serviço de saúde
longe do ideal e é necessário avançarmos no sentido de aumentar a prestação de
saúde à população, e não sua redução. Sem o Gonzaguinha e tantas outras
unidades, perde a Saúde e perde a população, que fica desassistida.
(*) Presidente do
Sindicato dos Médicos do Ceará.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 26/07/2022. Opinião. p. 18.
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