terça-feira, 11 de julho de 2023

TECNOLOGIA COMO ALIADA DA OFTALMOLOGIA

Por Giuliano Veras (*)

O envelhecimento da população brasileira, os hábitos de vida inadequados e o uso cada vez mais frequente de telas de computadores e smartphones estão entre as principais causas do aumento no número de pessoas com problemas de visão.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 35 milhões de brasileiros apresentam algum tipo de limitação na visão. Graças ao atual progresso das pesquisas na área de oftalmologia, uma grande parcela da população tem acesso a diversos tratamentos inovadores que garantem conforto e bem-estar.

A cirurgia de catarata, feita principalmente com o laser de femtosegundo, é um ótimo exemplo de avanço que pode devolver a qualidade de vida do paciente. Outros avanços são tratamentos cirúrgicos como o Crosslinking, que deixa as fibras da córnea mais resistentes, e o Anel Intraestromal, implante de um anel em volta da córnea. Ambos são indicados para pacientes que sofrem com ceratocone. Outro exemplo são as próprias lentes de contato, que evoluíram a ponto de possuírem diferentes variações, de multifocais a fotocromáticas, que escurecem quando expostas ao sol.

Além das melhorias específicas para correção de grau, outras também merecem ser citadas, como as que refletem diretamente na estética do usuário. É o caso da técnica de blefaroplastia, que permite a retirada dos excessos de pele palpebrais, corrigindo alterações estruturais decorrentes do avanço da idade. Neste segmento, ainda temos a tatuagem na córnea, usada para tratar lesões de um olho com perda de visão, deixando, assim, a aparência mais próxima de uma córnea natural.

Nas próximas décadas, novas tecnologias surgirão para beneficiar a população. Áreas da saúde como a oftalmologia usufruem, cada vez mais, de ferramentas como robôs e inteligência artificial utilizadas no meio cirúrgico. A presença do cirurgião segue sendo essencial para a manipulação desses equipamentos, mesmo que a tendência seja que, no futuro, as cirurgias, em especial de catarata e refrativa, sejam totalmente executadas por programas artificiais. 

(*) Médico oftalmologistas e membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 3/06/2023. Opinião. p. 18.

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