Por Giuliano Veras (*)
O
envelhecimento da população brasileira, os hábitos de vida inadequados e o uso cada vez mais frequente de telas de computadores
e smartphones estão entre as principais causas do aumento no número de pessoas
com problemas de visão.
De acordo com
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 35
milhões de brasileiros apresentam algum tipo de limitação na visão. Graças ao atual progresso das pesquisas na área de oftalmologia, uma
grande parcela da população tem acesso a diversos tratamentos inovadores que
garantem conforto e bem-estar.
A cirurgia de catarata, feita principalmente com o laser de femtosegundo, é um ótimo exemplo de
avanço que pode devolver a qualidade de vida do paciente. Outros avanços são
tratamentos cirúrgicos como o Crosslinking, que deixa as fibras da córnea mais
resistentes, e o Anel Intraestromal, implante de um anel em volta da córnea.
Ambos são indicados para pacientes que sofrem com ceratocone. Outro exemplo são as próprias lentes de contato, que evoluíram a ponto
de possuírem diferentes variações, de multifocais a fotocromáticas, que
escurecem quando expostas ao sol.
Além das
melhorias específicas para correção de
grau, outras
também merecem ser citadas, como as que refletem diretamente na estética do
usuário. É o caso da técnica de blefaroplastia, que permite a retirada dos
excessos de pele palpebrais, corrigindo alterações estruturais decorrentes do
avanço da idade. Neste segmento, ainda temos a tatuagem na córnea, usada para tratar lesões de um olho com perda de visão,
deixando, assim, a aparência mais próxima de uma córnea natural.
Nas próximas
décadas, novas tecnologias surgirão para beneficiar a população. Áreas da saúde
como a oftalmologia usufruem, cada vez mais, de ferramentas como robôs e
inteligência artificial utilizadas no meio cirúrgico. A presença do cirurgião segue sendo essencial para a manipulação desses
equipamentos, mesmo que a tendência seja que, no futuro, as cirurgias, em
especial de catarata e refrativa, sejam totalmente executadas por programas
artificiais.
(*) Médico oftalmologistas e membro do
Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 3/06/2023. Opinião. p. 18.
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