Por Rev.
Munguba Jr. (*)
Em uma era inclinada em direção à mudança constante e ao
progresso a qualquer custo, confesso com orgulho: sou conservador. Isso não
significa que rejeito o progresso ou me oponho à mudança, mas valorizo a preservação das
tradições e dos princípios que moldaram a nossa sociedade e que nos
trouxeram até aqui.
O conservadorismo é frequentemente mal compreendido como
mera resistência ao novo, quando, na verdade, é um compromisso com a
prudência e temperança. Respeita o legado recebido e procura evitar mudanças
precipitadas, reconhecendo que as sociedades são construídas ao longo de
séculos e não podem ser reformuladas rapidamente sem consequências desastrosas.
Valorizar o passado não significa ignorar seus erros, mas usar
esses erros como um trampolim para um futuro melhor. Acredito firmemente na
importância de manter os princípios que formam a base da moral e da ética, como
a dignidade do indivíduo, o respeito pelas leis, a importância da família
e da religião na formação da sociedade.
Ser conservador também significa promover a liberdade
individual e limitar a interferência do estado na vida das pessoas. Essa
liberdade é, na minha opinião, a chave para uma sociedade saudável e próspera.
Entendemos a relevância dos ensinamentos de Cristo como base da
nossa sociedade de uma forma cristalina; princípios como a valorização da
mulher, antes sem valor e vivendo como objeto; a implantação da paz nas
relações interpessoais, bem como no ordenamento jurídico abolindo a Lei de
Talião do "olho por olho e dente por dente"; os mais completos
pilares de liderança; o conceito de propriedade privada e a liberdade para
empreender e ser feliz.
Como conservador, aprendi a respeitar a todos e a
conversar e debater sobre ideias e nunca perseguir ou desprezar pessoas. As
pessoas devem ser prezadas. Humilhar, perseguir, menosprezar e calar o
diferente é impensável na visão conservadora.
Quando vejo escrito a expressão "Ditadura de Direita",
me causa náuseas. Ditadura e Conservadorismo não cabem na mesma
frase. A liberdade é o centro do conservadorismo.
Em última análise, ser conservador é acreditar que a tradição, a
prudência e a liberdade são essenciais para o progresso. É uma escolha por
valorizar o passado e o presente, garantindo um futuro melhor.
(*) Pastor Munguba Jr. Embaixador
Cristão da Oração da Madrugada e Erradicação da Pobreza no Brasil e presidente da Igreja Batista Seven Church.
Fonte: O Povo, 5/08/2023. Opinião. p.18.
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