domingo, 31 de agosto de 2014

O BRASIL ANEDÓTICO LXIII


MOÇOS E VELHOS
Moreira de Azevedo - "Mosaico Brasileiro", pág. 136.
Um dos assuntos prediletos do Marquês de Maricá, na feitura das suas máximas e pensamentos, era o confronto da mocidade com a velhice. Após a leitura de algumas sentenças desse gênero, entendeu um rapazola, seu conhecido, de apresentar-lhe algumas objeções.
- Não as aceito, - declarou o velho filósofo.
E com o seu bom senso habitual:
- Não as aceito, porque o senhor não tem a minha idade e nada sabe a respeito dos velhos; e, se julgo os moços, é com conhecimento de causa, pois já fui moço como o senhor.

CACHORRO NA IGREJA
Ernesto Matoso - "Coisas do meu tempo", pág. 250.
Tendo entrado para o Senado do Império por haver obtido um voto, apenas, mais do que o seu competidor, Diogo Velho era alvo, frequentemente, de alusões depreciativas, por parte dos seus adversários. Certo dia, um deles, atacando-o, começou:
- Sua Excia., que entrou nesta casa não se sabe como...
- Ora, ora! - fez o conselheiro Zacarias, da sua cadeira.
E entre a hilaridade geral:
- Entrou aqui porque encontrou a porta aberta!

A ADORAÇÃO DOS VIVOS
Anais da Câmara dos Deputados, 19 de dezembro, 1913.
Era em fins de 1913, e a Câmara discutia o projeto de Martim Francisco, mandando repatriar os restos do Imperador Pedro II, depositados em S. Vicente de Fora, em Portugal. Orava Pedro Moacir, e a sua oração era um apelo veemente ao governo, no sentido de ser restituído ao Brasil o corpo do seu antigo monarca. O país precisava prosternar-se diante daqueles despojos, em que havia morado a alma de um dos seus maiores cidadãos.
E é quando Irineu Machado aparteia, interrompendo o patético do momento:
- O tempo é pouco para adorar os vivos!...

A QUEDA DA MONARQUIA
Ernesto Matoso - "Coisas do meu tempo", pág. 91.
Foi na noite em que se realizava o baile aos chilenos na ilha Fiscal, que os republicanos resolveram, definitivamente, o dia e o modo de derrubar a monarquia, a 9 de novembro de 1889.
Conduzido para ali em barca especial, o Imperador desembarcou com facilidade, mas, ao penetrar no edifício, tropeçou num tapete. Correram pessoas a ampará-lo. O monarca equilibrou-se, porém, por si mesmo, e, voltando-se para os que o rodeavam, observou, sorrindo:
- A Monarquia escorregou, mas não caiu!

SÁBIOS DA GRECIA E DO BRASIL
Moreira de Azevedo - "Mosaico Brasileiro", pág. 135.
Conversava-se certa vez, no Paço, sobre a facilidade com que toda a gente, no tempo, discutia os negócios públicos, opinando sobre coisas que não entendia, quando o Marquês de Maricá teve esta frase:
- A Grécia tinha sete sábios; mas no Brasil, só sete é que não o são!...

Fonte: Humberto de Campos. O Brasil Anedótico (1927).

PIADAS DE ARGENTINOS III

- Por que é que os argentinos em geral, preferem não se casar?
- Porque eles nunca encontram uma mulher que os ame mais do que eles próprios se amam.
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- Por que é que não há terremotos na Argentina?
- Porque nem a terra os engole...
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Notícia no principal telejornal argentino...
Brasil e Argentina empataram hoy el jogo por la Copa America:
Zero gols para Brasil e ZERO GOLAÇOS para la Argentina!
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- O que um argentino tem mais que um brasileiro?
- Tem mais é que se ferrar!
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- Qual a diferença entre um argentino e uma pilha?
- A pilha tem um lado positivo...

Fonte: Circulando por e-mail (internet).

sábado, 30 de agosto de 2014

'HAM-HAM' ou 'HUM-HUM'


Tarde da noite, já estavam deitados, quando...

MULHER : Se eu morresse você casava outra vez?
MARIDO: Claro que não!
MULHER : Não? Não por quê? Não gosta de estar casado?
MARIDO: Claro que gosto!
MULHER: Então por que é que não casava de novo?
MARIDO: Está bem, casava...
MULHER: (com um olhar magoado) Casava?
MARIDO: Casava. Só porque foi bom com você...
MULHER: E dormiria com ela na nossa cama?
MARIDO: Onde é que você queria que nós dormíssemos?
MULHER: E substituiria as minhas fotografias por fotografias dela?
MARIDO: É natural que sim...
MULHER: E ela ia usar o meu carro?
MARIDO: Não. Ela não dirige...
MULHER: !!!! (silêncio)
MARIDO: ( em pensamento ) Mi Fu!!!

MORAL DA HISTORIA:
JAMAIS prolongue um assunto com uma mulher... apenas abane a cabeça ou diga 'HAM-HAM' ou 'HUM-HUM'.

ANTES x AGORA II


Antes era:
Agora é:
legal o negócio
xapado o bagúio
pasta de dente
creme dental
cansaço
estresse
desculpe
foi mal
oi, tudo bem?
e aê, belê?
ficou chateada
ficou bolada
médico de senhoras
ginéco
superlegal
irado
primário e ginásio
ensino fundamental
preste atenção!
se liga!
por favor
quebra essa
recreio
intervalo
radinho de pilhas
ipod
manequim
modelo e atriz
retrato
foto
jardineira
macacão
mentira
kaô

Fonte: Internet (circulando por e-mail).

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Solenidade dos 120 Anos da Academia Cearense de Letras

Da esquerda para direita, os convidados Isaac Furtado, Régis e Aurila Frota, Mônica e Fernando Siqueira, José Murilo Martins, Marcelo Gurgel e Celina Côrte Pinheiro. (Foto cedia por Isaac Furtado).
 
Participei ontem à noite, 28 de agosto de 2014, no Palácio da Luz, da solenidade comemorativa dos 120 anos de fundação da Academia Cearense de Letras (ACL), considerada a primeira do gênero no Brasil, tendo antecedido à criação da Academia Brasileira de Letras, em três anos.

Na oportunidade, foram homenageados com a Medalha de Beneméritos da entidade os seguintes homens públicos: o Governador Cid Gomes, o Presidente do BNB Nelson de Souza, e os empresários Airton Queiroz, Beto Studart e Ivens Dias Branco; e com a Medalha Thomaz Pompeu foram aquinhoados os Acadêmicos José Murilo Carvalho Martins, Pedro Henrique Saraiva e Mauro Benevides.

A solenidade foi conduzida, com muito cuidado e organização, pela Diretora Administrativa da ACL, a escritora Regina Cláudia Fiúza, sendo justo destacar o discurso proferido pela Acad. Ângela Gutierrez que, em nome do sodalício, fez um retrospecto da história dessa centenária instituição cultural.

O evento foi abrilhantado pela expressiva presença de pessoas do mundo empresarial e cultural cearense, como integrantes de academias e sociedades locais, como o Instituto do Ceará, a Academia Cearense de Medicina e a Sobrames/CE.

Acad. Ubiratan Aguiar ladeado por Isaac Furtado e Marcelo Gurgel (foto cediada por Isaac Furtado).
Na oportunidade, foram declaradas abertas as inscrições para o Prêmio Osmundo Pontes – 2014.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Academia Cearense de Medicina

 

Lançamento do Livro “20 Contos Sem Réis”


 

Aconteceu ontem, dia 28 de agosto de 2014 (quinta-feira), às 9h, no Auditório Lúcio Alcântara do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), o lançamento de “20 Contos Sem Réis”, livro póstumo de Elsie Studart Gurgel de Oliveira, organizado por Marcelo Gurgel Carlos da Silva, e prefaciado pelo escritor Sânzio de Azevedo, reunindo contos inéditos da autora.

O evento ocorreu ao ensejo do Dia do Voluntariado, durante as comemorações da Rede Feminina do ICC em homenagens ao corpo de voluntários da instituição, tendo coincidido com o dia do natalício da autora.

Coube-me fazer a apresentação do livro, cuja renda do lançamento foi destinada às ações beneficentes da Rede Feminina do ICC.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico do Instituto do Câncer do Ceará

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Ciência Desvenda Mistérios das Amostras do Pé Grande e do Yeti




Para aqueles que acreditam na existência do Pé Grande e do Yeti, também conhecido como Abominável Homem das Neves, a notícia pode ser desanimadora.

Cientistas se debruçaram sobre amostras de pelo que teriam sido deixadas para trás pelo Yeti e determinaram que, na verdade, os fios pertenciam a um urso ou uma cabra.

Um desapontamento similar espera aqueles que acreditam no Pé Grande, o correspondente norte-americano do Yeti, no Almasty das estepes da Ásia Central, e no Orang Pendek, um hominídeo bípede famoso por vagar nas florestas montanhosas de Sumatra.

As evidências, reportadas no periódico britânico Proceedings of the Royal Society B, vieram de um teste de DNA em amostras de pelo atribuídas a "primatas anômalos", um termo neutro usado para estas criaturas lendárias.

A pesquisa inseriu a biotecnologia no meio de um debate que dura há décadas.

"De um lado, há vários registros, inclusive de testemunhas oculares e evidências de pegadas, que apontam para a existência de grandes primatas não identificados em muitas regiões do mundo", afirmaram os autores do estudo.

"De outro, nem corpos, nem fósseis recentes destas criaturas nunca foram validados", acrescentaram. "A ciência moderna tem evitado amplamente este campo", prosseguiram.

Humanos desaparecidos?

Teorias sobre visões de Yetis e similares variam de neandertais remanescentes e outros ramos menores da árvore genealógica humana, à espécie de um grande símio, o 'Gigantopithecus'.
Os cientistas, chefiados pelo professor de genética Byan Skypes, da Universidade de Oxford, enviaram um pedido em maio de 2012 para museus e colecionadores individuais - inclusive o renomado montanhista Reinhold Messner - com amostras de pelo que supostamente vieram de "primatas anômalos".

Eles receberam 30 amostras de pelo em estado bom o suficiente para permitir um sequenciamento genético. Eles eram atribuídos a yetis.
Descobriu-se que uma delas vinha de uma cabra sul-asiática denominada goral ("Capricornis sumatraensis").

As outras duas - uma de Ladakh, na Índia, e a outra do Butão - revelaram um elo intrigante no DNA com o "Ursus maritimus", o urso polar.
Os pelos provavelmente vieram de um descendente longínquo do urso polar ou de um cruzamento local com um urso pardo, sugeriram os cientistas.

"Se estes ursos são amplamente distribuídos no Himalaia, eles podem muito bem ter contribuído para a fundação biológica do lendário Yeti, especialmente se, como relatado pelo caçador que atirou no espécime de Ladakh, eles se comportam de forma mais agressiva com relação aos humanos do que as espécies nativas de ursos", acrescentou.
Oito amostras atribuídas ao Almasty vieram do urso-pardo ("Ursus arctos") ou de vacas, cavalos e guaxinins.

Uma única amostra, que se pensava ser de um Orang Pendek, foi rastreada e revelou ser de um tapir-malaio ("Tapirus indicus").
Descobriu-se que as 18 amostras de Pé Grande tinham uma ampla ligação com fontes do mundo real, variando do urso-negro americano, do guaxinim e da vaca a um porco-espinho, e inclusive um lobo, um coiote ou um cão.

Talvez o grande desapontamento tenha sido um tufo atribuído ao Pé Grande no Texas, que revelou ser cabelo humano, de um europeu, a julgar pela análise genética.
Os autores desafiaram a "comunidade de criptozoologia" - aqueles que acreditam na existência de criaturas fabulosas e elusivas - a apresentar mais evidências convincentes a apoiar suas afirmações.

"As técnicas descritas aqui puseram um fim a décadas de ambiguidades sobre identificação de espécies de amostras de primatas anômalos e estabeleceram um padrão rigoroso com o qual julgar quaisquer alegações futuras", concluíram.
Fonte: UOL Notícias, Ciência, de 1º/07/2014.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

CONVITE: Lançamento de “20 Contos Sem Réis”


As Diretorias do Instituto do Câncer do Ceará (ICC) e da Rede Feminina do ICC, ao ensejo do Dia do Voluntariado, convidam para o lançamento de “20 Contos Sem Réis”, livro póstumo de Elsie Studart Gurgel de Oliveira, organizado por Marcelo Gurgel Carlos da Silva, e prefaciado pelo escritor Sânzio de Azevedo, reunindo contos inéditos da autora.
Local: Instituto do Câncer do Ceará – Auditório Lúcio Alcântara / Ed. Anexo 6º Andar.
Data: 28 de agosto de 2014 (quinta-feira) Horário: 8h30min.
Traje: Esporte fino.

IMPORTANTE: A renda desse lançamento será destinada às ações beneficentes da Rede Feminina do ICC.

A OUTRA MENINA QUE ROUBAVA LIVROS

A história de garota de 14 anos que foi responsável pela circulação de obras clandestinas no bloco 31 de Auschwitz-Birkenau, um dos piores campos de concentração nazistas

Por Mariana Brugger (marianabrugger@istoe.com.br)

Dita Kraus: livros eram o único contato entre os confinados e o mundo.
Era uma biblioteca diminuta: apenas oito livros, amassados e sem lombada, arrumados sob as tábuas soltas no chão ou escondidos embaixo das saias de uma menina judia de 14 anos, Dita Kraus. Ela se encontrava no bloco 31 do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). No pavilhão onde se concentravam as crianças prisioneiras circulavam, escondidos dos soldados da SS e sob a responsabilidade da garota tcheca, títulos como “Uma Breve História do Mundo”, de H.G. Wells e “As Aventuras do Bravo Soldado Svejk”, de Jaroslav Hasek. Fascinado por essa história de resistência e coragem durante a guerra, o jornalista espanhol Antonio G. Iturbe escreveu “A Bibliotecária de Auschwitz”, que chega agora ao País pela Editora Agir, uma ficção inspirada em fatos reais, já publicada em 11 países.

CONTATO O autor Iturbe encontrou Dita Kraus, hoje com 84 anos, em Praga, de onde ela foi expulsa (Foto: B. Fishman/Corbis)
 
Fim da Infância: Crianças em Auschwitz.
Os nazistas impediam as crianças e os adolescentes de brincar ou frequentar os parques públicos. Dessa forma, converteram o cemitério em um lugar para jogos e espaço de liberdade”, conta.  Dita parou no bloco 31 do campo de Auschwitz por equívoco, pois os internos desse local deveriam ter no máximo 13 anos. Ela, já com 14, passou a cuidar de todos. Ao chegar, o líder do grupo, Alfred (Fredy) Hirsch (1916-1944), ofereceu a ela o cargo de bibliotecária. Cabia à garota controlar o empréstimo de livros aos professores do pavilhão, além de reunir e esconder todas as obras nas inspeções diárias para que não chegassem às mãos dos oficiais nazistas. “Fredy Hirsch é um personagem que ainda não ganhou a importância histórica devida”, afirma Iturbe. Hirsch suicidou-se em Auschwitz em condições suspeitas. Mesmo quase 70 anos depois da guerra, histórias como as de Dita são lições de resistência. “A vida dela é como uma janela de esperança porque, nessas situações-limite, vemos como surge o pior e o melhor da condição humana”, diz o autor.
Fonte: Isto É, Nº 23343, de 20/8/2014. p.102-3.
 
 

terça-feira, 26 de agosto de 2014

FALANDO DAS MULHERES


Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta

É sempre temerário homens falarem/escreverem sobre mulheres. Vou correr esse risco, sabendo que a mulher é antes de tudo mãe (mesmo que não sendo) e conta com esse dom da Natureza no seu dia a dia.

Desde os primeiros tempos da existência, meninos e meninas são criados de forma diferenciada pela mãe e isso está na origem da distinção e dos papéis que cada um vai assumir como adulto.

No caso da mulher, são papéis que se dividem em três exaustivas missões: ser ao mesmo tempo dona de casa, profissional e companheira (partner). A mulher não tem uma jornada dupla de trabalho, ela é tripla. Ser mãe, dona de casa, esposa (namorada, noiva, companheira), sem mencionar a sua vida profissional.

Até hoje, com todos os avanços, o homem não tem a incumbência do lar, com raras exceções. Apesar das mudanças, o homem casado perante a mulher e os filhos, permanece com pretensão de ser aquele que se sacrificou pelo bem de todos. Portanto, estamos distante de um Mundo no qual homens e mulheres sejam iguais no trabalho. Talvez elas, as mulheres, sejam mais próximas da vida concreta.

Os homens vivem a metade do tempo em fantasias, às vezes inconfessáveis, tipo "o que vou fazer quando ganhar na loteria". Isso pode ocupar 30% do tempo deles, e não estou exagerando.

A mulher pode até jogar na loteria, mas não vai perder tempo pensando em como gastar aquele dinheiro. O homem é investido pela mãe da tarefa de ser a realização de todas as aspirações maternas. Essa é uma razão por que ele não para de sonhar...

A mulher pode ter outros desejos, mas o fato de sonhar uma vida totalmente diferente não é uma coisa pela qual ela vá perder muito tempo. Ainda hoje as mães tratam meninos e meninas, desde bebê, de forma diferente. Não é porque elas não amam sua filha, seria absurdo afirmar isso. Os homens também têm forte rivalidade no trabalho, mas o ciúme entre as mulheres é fortíssimo e não é meu desejo psicanalisar esse argumento impossível.

Esclareço: Durante séculos a mulher foi culpada de ser mulher. É como se carregasse uma imperfeição. Freud foi muito criticado nos anos 1960, mas, quando você o lê afirmando como se formam psiquicamente os dois sexos, tem-se a impressão de que o sexo feminino foi descrito por ele e por muitos negativamente, como aquele sexo ao qual falta um pênis.

O movimento feminino dos anos 60 teve uma função muito grande na mudança dessa percepção. Porém isso não acabou.

A mulher ainda sofre com a herança maldita, por ser "imperfeita". O tempo inteiro tem que mostrar que pode e é capaz. Já o homem, por ser homem, seria aquela coisa maravilhosa da mãe. Os homens continuam profundamente machistas, achando que a mulher não pode fazer tudo. E elas têm certa condescendência com esse comportamento, porque deixam os homens acreditarem nisso.

A mulher é mais plástica e tem mais facilidade de enfrentar situações diferentes, se adaptar a elas e mudar rapidamente. Isso pode ser uma vantagem muito grande para o bem da Humanidade.

(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A FESTA DA ASSUNÇÃO

Brendan Coleman Mc Donald (*)

No último dia 15 de agosto a Igreja Católica celebrou a solenidade da Assunção de Nossa Senhora. A Assunção de Maria é dogma católico solenemente definido através da Constituição “Munificentissimus Deus” do 1º. de novembro de 1950 pelo Papa Pio Xll. O texto da proclamação dogmática não afirma que Maria foi elevada ao céu, mas à “Glória celeste”. Não se afirma, portanto, um deslocamento espacial nem uma nova localização, mas a transfiguração do seu corpo e a passagem de sua condição terrestre à condição gloriosa da totalidade de sua pessoa, isto é, corpo e alma. (cf. C. A. Contieri SJ, in A Bíblia Dia a Dia, Paulinas, 2014).
A crença universal neste mistério havia sido confirmada anteriormente por todo o episcopado católico consultado em 1946. Liturgicamente é celebrada na Igreja Católica no domingo subsequente ao dia 15 de agosto. A crença na Assunção é tradicional na Igreja, mas foi, sobretudo no século XVII que se tornou objeto de uma verdadeira construção teológica em reação contra o Jansenismo. Maria é dita pelo anjo Gabriel “cheio de graça”. Este é quase o nome próprio da Virgem – o anjo não a chama “Maria” mas “cheia de graça”. (Lc. 1,28). Isto quer dizer que Maria nunca esteve sujeita ao império do pecado. Em consequência, não podia ficar sob o domínio da morte, que entrou no mundo através do pecado (Rm 5, 12). Sendo assim, é lógico dizer que ela não conheceu a deterioração da sepultura, sendo glorificado não somente em sua alma, mas também em seu corpo.

Será que este mistério exclui talvez a morte natural de Maria? Não há registros históricos do momento da morte de Maria. Diz uma tradição cristã antiga que ela teria morrido no ano 42 d.C. Desde os primeiros séculos, usa-se a expressão “dormição”, do latim “domitare” em vez de “morte”. Antigamente alguns teólogos e santos da Igreja Católica, sustentam que Maria não teria morrido, mas teria “dormitado” e assim levado ao céu. Hoje, teólogos sustentam que Maria não teve este privilégio uma vez que o próprio Jesus passou pela morte. O que a Igreja Católica ensina é que o corpo de Maria foi preservado das consequências da morte, que são a corrupção e a decomposição.
O Concílio Vaticano ll retomou totalmente a doutrina definida, quando afirma que “a Imaculada Virgem, preservada imune de toda a mancha original, terminada o curso da sua vida terrestre, foi elevada em corpo e alma à glória celeste. E, para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho... foi exaltada pelo Senhor com a Rainha do universo” (Lumen Gentium, n.59). Sempre foi crença pacífica dos católicos que o corpo da Virgem, concebido imaculado, sem a nódoa do pecado original, corpo que não conheceu sombra do pecado, corpo que foi o berço onde tomou carne o próprio Verbo de Deus ao fazer-se homem, não podia estar sujeito à corrupção, mas devia ser glorificado junto com a alma na glória celeste. Maria, elevada ao céu em corpo e alma, recorda-nos, de maneira viva, o nosso último destino.

A Assunção de Maria está diretamente ligada a sua união com Jesus Cristo; portanto, a fundamentação vem da maternidade virginal e a isenção do pecado original. Assim, esta união íntima de Maria com o corpo de Jesus Cristo é um argumento forte para crer que o seu corpo teve o mesmo destino do corpo de Jesus, isto é, não foi tocado pela destruição da morte.
(*) Brendan Coleman Mc Donald é padre redentorista e assessor  da CNBB Reg. NE1
Fonte: O Povo, Espiritualidade, de 24/08/2014. p.16.

domingo, 24 de agosto de 2014

PIADAS DE ARGENTINOS II

Um argentino estava sendo entrevistado na TV. Perguntaram-lhe:
- Qual a pessoa que mais admira?
- Dios!
- E por que?
- Bueno, fue el quien me criou!
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- O que se deve atirar a um argentino que está se afogando?
- O resto da família.
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- O que é o ego?
- O pequeno argentino que vive dentro de cada um de nós..
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- Qual é o negócio mais lucrativo do mundo?
- Comprar um argentino pelo que ele vale e vendê-lo pelo que ele pensa que vale.
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O argentininho fala com o seu pai:
- Papa, quando yo crescer yo quiero ser como usted.
- Y por que, mi hijo?! - pergunta o orgulhoso argentino.
- Para tener un hijo como yo.
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- Por que há tantos partos prematuros na Argentina?
- Nem as mães aguentam um argentino por 9 meses!
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Fonte: Circulando por e-mail (internet).

GOL CONTRA DO BRASIL


Revista alemã diz que Copa pode virar fiasco: ‘gol contra do Brasil’.

Uma das revistas mais conceituadas da Alemanha, o Der Spiegel dedicou a capa e a principal matéria de sua mais recente edição para falar sobre a Copa do Mundo de futebol, no Brasil. E, seguindo a tendência de outras publicações estrangeiras, as previsões são pessimistas para a realização do Mundial, que começa em 12 de junho. “A maior festa do mundo no país do futebol pode acabar em fiasco”, diz a publicação, datada desta segunda-feira.
A reportagem de dez páginas, assinada por Jens Glüsing, é intitulada “Gol contra do Brasil” chama a organização da Copa de caótica, e fala dos problemas de infraestrutura e segurança que o país vive. O Der Spiegel cita os riscos de protestos e greves e, dando um clima alarmista para a situação do Brasil a menos de um mês da Copa.

“Manifestações, greves e tiroteios em vez de festa. Os cidadãos estão revoltados com estádios caros e políticos corruptos – e eles sofrem com a economia estagnada”, diz a publicação.
A matéria começa com o cenário do Itaquerão em destaque, descrevendo a visita de Dilma Rousseff ao estádio do Corinthians e da abertura do Mundial e o cenário de obras em que o local ainda se encontra: “uma aparência fantasmagórica”. Cita também que, ao contrário de outros países, em que o chefe de estado aproveitaria o palanque da abertura Copa para um discurso, deve manter o silêncio com medo de vaias – como aconteceu na Copa das Confederações.

Há ainda uma ironia com o ministro do Esporte Aldo Rebelo, que disse que o povo brasileiro é pessimista. “Uma declaração surpreendente para um Governo que vende o Brasil como um refúgio de alegria tropical.
O Der Spiegel mistura economia, política e problemas sociais para pintar um quadro bem mais amplo do país – fala do Plano Real, do governo Lula, de inflação e da diminuição do número de brasileiros nos níveis extremos de pobreza. E arremata dizendo que quando Lula brigou pela Copa do Mundo no país, a ideia era dar mais um passo no crescimento do Brasil.

A realidade, diz a revista, é diferente, com milhões de brasileiros descontentes com os gastos em estádios em vez de um enfoque em áreas mais necessitadas.
“O descontentamento dos cidadãos com sua vida agora se mistura com a raiva por conta dos bilhões de euros para a construção de novos estádios para a Fifa”, acrescenta o jornalista, citando os protestos de julho de 2013 para exemplificar isso.

Em outra matéria que aborda o tema da capa, o Der Spiegel fala das construções das arenas e cita uma “caça ao elefante branco”, para falar dos gastos com estruturas que poderão ficar sem uso após a Copa.
Cita ainda o caso específico do Maracanã, criticando a reforma que teria o tirado do povo. “Foi eviscerado, reconstruído e teve sua alma roubada”. O estádio é colocado como a “Estátua da Liberdade” brasileira, mas agora é descrito como uma arena qualquer, que poderia estar em qualquer cidade do mundo com seu padrão Fifa.

Outro ponto colocado em destaque é a entrevista com o autor brasileiro Luiz Ruffato sobre a relação entre futebol e política. Ruffato causou polêmica em 2013, quando fez o discurso de abertura na Feira do Livro de Frankfurt e criticou enfaticamente a desigualdade social no Brasil. Para Ruffato, a questão é se o Brasil precisava mesmo de um Mundial.
“A decisão de fazê-lo, como sempre, vai de cima para baixo, sem consultar o povo. E foi baseada na ilusão de que somos a sétima economia do mundo, e assim ricos o suficientes para mostrar ao mundo que podemos sediar uma Copa. Mas não é verdade. Não é porque somos a sétima economia do mundo que somos ricos”, disse ele.
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

Nota do Editor: Publicada em maio de 2014, pouco antes da abertura da Copa, a matéria acima não errou apenas na previsão que citava os riscos de protestos e greves durante a realização do evento. Errou, sobretudo e principalmente, na quantidade de gols, pois não foi apenas um gol contra às pretensões políticas encabeçadas por Lula, mas sete bolas nas redes do time do Brasil, que macularam e envergonharam o histórico esportivo da chamada Pátria de Chuteiras.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva

 

sábado, 23 de agosto de 2014

SANTA EDITH STEIN: filósofa e mártir do século XX



Ave crux, spes unica!
Edith Stein nasceu na Alemanha, na cidade de Breslau (hoje Wroclaw, no sudoeste da Polônia), a 12 de outubro de 1891, em uma próspera família de judeus, no “Dia do Perdão" (Yon Kippur), a grande festa hebraica. Aos dois anos, ficou órfã de pai. A mãe e os irmãos mantiveram a situação financeira estável e a educaram na fé judaica.

Desde a infância, Edith era brilhante nos estudos e mostrou forte determinação, caráter inabalável e bastante obstinação. Na adolescência, passou por uma crise existencial: abandonou a escola, as práticas religiosas e a crença consciente em Deus. Depois, terminou os estudos em Filosofia, com graduação máxima, na Universidade de Breslau, recebendo o título de Doutora em Fenomenologia, em 1917.
Em Göttingen, reúne-se ao grupo da Fenomenologia de Edmund Husserl, de que faziam parte Dietricht von Hildebrand e Max Scheler. Dedica-se com empenho às pesquisas acadêmicas, mas, em agosto de 1914, interrompe os estudos e ingressa na Cruz Vermelha para colaborar no cuidado das vítimas da I Guerra Mundial. Husserl a convida para ir a Friburgo organizar os seus manuscritos em 1916.

Os anos de estudos passam até que, em 1921, ela encontra o “Livro da Vida”, uma autobiografia de Santa Teresa de Ávila, que Edith o lê, durante uma noite de insônia. O “Livro da Vida” é um convite para que a alma siga por caminhos de oração. No dia seguinte, Edith providencia um missal e um catecismo que estudará detidamente.
Tocada pela luz da fé, converteu-se e foi batizada em 1º de janeiro de 1922, escolhendo o nome cristão de Teresa, sendo crismada pelo Bispo de Espira, no dia 2 de fevereiro desse mesmo ano. Mas a mãe e os irmãos nunca compreenderam ou aceitaram sua adesão ao catolicismo. A exceção foi sua irmã Rosa, que se converteu e foi batizada, após o falecimento da mãe, em 1936.

Edith Stein começou a servir a Deus com seus talentos acadêmicos. Lecionou numa escola dominicana, foi conferencista em instituições católicas e finalizou como catedrática numa universidade alemã. Em 1932, é-lhe atribuída uma cátedra numa instituição católica, na qual desenvolve a sua própria antropologia, identificando um modo de unir ciência e fé.
Em 1933, noites tenebrosas cobrem a Alemanha, com a chegada de Hitler e o seu partido nazista ao poder. Todos os professores não-arianos foram demitidos, incluindo Edith Stein. Por recusar-se a sair do país, os superiores da Ordem do Carmelo a aceitaram como noviça, em outubro de 1933, quando ela ingressa no Mosteiro das Carmelitas, em Colônia, após doze anos de espera. Em 1934, ela tomou o hábito das carmelitas e o nome religioso de Teresa Benedita da Cruz. Quatro anos depois, em 21/04/1938, realizou sua profissão solene e perpétua, recebendo o definitivo hábito marrom das carmelitas.

Nos intervalos entre as atividades do convento, escreve muitas obras, como o livro “Ser Finito e Ser Eterno”, um tratado sobre o homem e Deus em que se ocupa da Einfühlung, ou empatia, tema próprio da Fenomenologia.
A perseguição nazista aos judeus alemães intensificou-se e Edith foi transferida, em 31/12/1938, para o Carmelo de Echt, na Holanda, onde aprenderá seu sétimo idioma, o holandês. Um ano depois, sua irmã Rosa foi juntar-se a ela nesse Carmelo, pois desejava seguir a vida religiosa, sendo aceita como irmã leiga carmelita.

A II Guerra Mundial começou e a expansão nazista avança pela Europa e pelo mundo. A Holanda foi invadida e anexada ao III Reich em 1941. As superioras do Carmelo de Echt tentaram, em vão, transferir Edith e Rosa para um outro convento, na Suíça, mas as autoridades civis suíças não facilitaram e a burocracia arrastou-se sem definição.
Os bispos católicos dos Países Baixos, em julho de 1942, emitem um comunicado contra as deportações dos judeus. Em represália a essa nota, a Gestapo, em 2/08/1942, invade o convento na Holanda e prende Edith e sua irmã. As duas, juntamente com outros 242 judeus católicos, são levadas para o campo de concentração de Westerbork.

Em Westerbork, Edith Stein, ou a "freira alemã", como dela recordaram alguns sobreviventes, distinguiu-se muito de outros presos, dominados por desespero, lamentos ou desolação. Ela procurava consolar os mais aflitos, erguer o ânimo dos abatidos e cuidar, do melhor modo possível, das crianças. Desse modo, ela viveu alguns dias, suportando com doçura, paciência e conformidade a vontade de Deus, seu intenso sofrimento, e dos demais prisioneiros.
No dia 7 de agosto, ao lado de sua irmã e um grupo de 985 judeus, ela parte para o campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau. Finalmente, em 9 de agosto de 1942, a Irmã Teresa Benedita da Cruz, junto com a sua irmã Rosa, morre nas câmaras de gás e depois tem seu corpo queimado. Assim, por meio do martírio, Santa Teresa Benedita da Cruz, recebeu a coroa da glória eterna no Céu.

Como antevendo o seu martírio, ela escreveu em 1938: “Tenho certeza de que Deus aceitará minha vida. ... Esta é uma pequena consolação.
Beatificada a 1º de maio de 1987, a irmã carmelita Teresa Benedita da Cruz foi canonizada em Roma, em 11 de outubro de 1998, pelo papa João Paulo II. A solenidade de canonização, assistida por milhares de pessoas, teve a presença de personalidades ilustres, civis e religiosas, da Alemanha e da Holanda, além de alguns sobreviventes dos campos de concentração que a conheceram e de vários membros da família Stein.

Na sua canonização, Edith Stein foi apresentada como modelo de vida cristã. Santa Teresa Benedita da Cruz buscou no recolhimento interior a fonte de um dinamismo avassalador que a levou a uma produção de muitos ensaios filosóficos e teológicos, num dos quais explicitou: “Quanto mais profundamente alguém é atraído para Deus, tanto mais intensamente deve ‘sair de si’ para irradiar ao mundo vida divina”.
Na cerimônia de sua canonização, o Papa João Paulo II mencionou que o ato deveria ser uma ‘ponte de compreensão’ entre católicos e judeus. “A declaração de santidade de uma pessoa que viveu a espiritualidade católica deve ser interpretada como uma proclamação de que os melhores exemplos para os católicos são os santos, entre os quais está Edith Stein.”

Como autêntica judia, Edith foi solidária com os sofrimentos de seu povo; como cristã autêntica, Teresa soube encontrar a Cruz nos horrores da perseguição nazista. “Não há cristianismo verdadeiro, genuíno, sem participar, de algum modo, no mistério da Cruz. Os santos compreenderam essa realidade, e a Cruz os eleva até os cumes do amor de Deus: dar a vida.” Disso, para Edith, resulta a saudação à Cruz como a única esperança.
Em 1999, o sumo pontífice João Paulo II proclamou Santa Edith Stein “co-Padroeira da Europa”, junto com as santas Brígida e Catarina de Sena. A Igreja a tem como modelo de uma mulher que considerava injusto produzir filosofia e cerrar os olhos à miséria.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Sociedade Médica São Lucas

 Publicado In: Boletim Informativo da Sociedade Médica São Lucas, 10(83): 3-4, junho de 2014.  Escrito com base em textos disponíveis na internet.

II Oficina de Trabalho Interagencial RIPSA Ceará


Foi realizada em Fortaleza-CE, nos dias 21 e 22 de agosto de 2014, sob o patrocínio da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, a “II Oficina de Trabalho Interagencial RIPSA Ceará”, da qual participei, como expositor dos temas “Mortalidade Pré-escolar” e “Anos Potenciais de Vida Perdidos”, no Painel 3 - “CGI Mortalidade”.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor da UECE e do ICC

 

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

CONVITE: Celebração Eucarística da SMSL - Agosto/2014


A DIRETORIA DA SOCIEDADE MÉDICA SÃO LUCAS (SMSL) CONVIDA todos para participarem da Celebração Eucarística do mês de AGOSTO/2014, que será realizada AMANHÃ (23/08/2014), às 18h30min, na Igreja de N. S. das GRAÇAS, do Hospital Geral do Exército, situado na Av. Des. Moreira, 1.500 - Aldeota.

CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!

MUITO OBRIGADO!

 

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

MARINA: o desafio da classe C

Por Ricardo Alcântara (*)
Costumam dizer que Política é “a arte do possível”. Discordo. A arte do possível é a Economia. A Política é, ou deveria sempre ser, “a arte de provar como possível o que para uma geração condicionada aos limites do seu tempo parecia impossível.”

As propostas de Marina Silva e Rede Sustentabilidade já seriam desconcertantes, por si mesmas, para o convencionalismo dos programas partidários no Brasil, todos eles comprometidos com uma concepção declinante de Desenvolvimento.

Some-se aí a desconcertante conciliação que ela realiza entre uma compreensão intelectualmente visionária de uma ambientalista antenadíssima com crenças de ordem religiosa que se batem com outros aspectos da agenda contemporânea.

A esse pendor excêntrico, se ajunta agora na disputa eleitoral a eclosão inesperada de uma candidatura cujos compromissos, seja por lealdade pessoal ou imposições conjunturais, desafiam a desenvoltura do discurso original da candidata.

Marina leva, em relação a seus adversários diretos, esta desvantagem: o concerto da candidatura é movediço, até pelas circunstâncias de quem, de início, apenas buscou abrigo de um palanque e, de repente, se viu ela mesma a protagonista.

A recente pesquisa Datafolha colocou isto em evidência: seu potencial está nas ruas. Ali, Marina surge com 21% das indicações sem alterar os percentuais de seus adversários. Havia uma ‘orfandade’ de 1/5 do eleitorado que ela agora acolhe!  

O curso da campanha dirá se entre eleitores de Dilma Rousseff e Aécio Neves há uma parcela em latente desconforto, apta, portanto, a cogitar pela adesão a uma experimentação que recusa a dicotomia surrada entre petistas e tucanos.

E seu desempenho nesse curso de campanha – o posicionamento estratégico de sua comunicação – dirá se, de fato, irão prevalecer, em meio às contradições que moldam sua candidatura, os traços essenciais de sua singularidade.

Em Marina, o que seduz não está muito distante do que afasta. Em Aécio e Dilma, os fatores potenciais de sedução e rejeição são diferenciados. Na candidata da Rede, ao contrário, atrai e afasta os mesmos aspectos de sua expressão.

O que nela inspira confiança – uma levada meio outsider em relação ao execrado modelo de político profissional – também pode, se não for habilmente exposto, suscitar insegurança naqueles que mais têm a perder: o cidadão de baixa renda.

A leveza do discurso pela dignificação da Política atrai jovens de boa formação e renda familiar estável. Mas há de convencer ainda sobre coisas que afetam a dimensão rotineira da vida dos mais pobres. Elas querem conforto e segurança.

E é justo neste segmento – o mais numeroso, agora mais esclarecido e cada vez mais exigente – que a mensagem governista penetra com mais vigor, reivindicando a autoria de ações de impacto e vendendo a eles o temor de retrocessos.

(*) Jornalista e escritor. Publicado In: Pauta Livre.
Pauta Livre é cão sem dono. Se gostou, passe adiante.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

SEM INOVAR NÃO DÁ PARA CONTINUAR O SUS


Breitner Gomes Chaves (*)

Em saúde, tudo que não agrega valor aos pacientes deve ser considerado desperdício

 A estrutura de saúde pública no país tem sido sustentada por anos praticamente de forma inalterada. Ao longo da instalação do SUS foi consolidando-se plano de assistência “pobre para pobres”, tendo ápice na implantação do “Mais Médicos”. De forma desordenada, gestores tentam a manter a velha estratégia de saúde da família, apenas com novas roupagens, focada no aumento do volume de produção e no marketing político, sem agregar valor ao paciente. A decadente política esquece principio básico: para construir novos resultados, é preciso mudar a estratégia. Na verdade, a rede de atenção consiste em emaranhado de serviços fragmentados, sem complementaridade e sistematização. 
Em saúde, tudo que não agrega valor aos pacientes deve ser  considerado desperdício. É preciso fazer sempre a pergunta: esse processo agrega valor ao paciente? Se a resposta for não, a operação deve de imediato ser substituída, corrigida ou eliminada de forma honesta e transparente. Essa simples pergunta, quando bem aplicada, é capaz de realizar intensa transformação dos sistemas de saúde. É preciso desconstruir o atual modelo de atendimento da atenção básica, abandonando clichês e jargões acadêmicos para apresentar melhorias concretas, com foco em resultados, e voltados para as necessidades dos pacientes, traduzidos não em números, mas em qualidade de vida e retorno as atividades funcionais dos usuários.
Qualquer melhoria em um sistema de saúde sem centralização de todos os serviços localmente em única unidade de gestão como ocorre nos modelos atuais é árdua e dispendiosa. Após a centralização e o devido realocamento de linhas de cuidado, o segundo passo seria retirar o foco do volume de produção de atendimento para atuar nas condições de saúde dos pacientes, agregando cuidados a grupos com necessidade similares e times de atenção integral. Consiste hipocrisia velada afirmar que o foco está no paciente sem a existência de mensuração dos resultados das condições de saúde destes. É preciso ter coragem para substituir o paradigma da produção e demanda imediata para o manejo das reais necessidade dos usuários.
Estima-se que 70-80% da população dependa exclusivamente do sistema publico de saúde. O setor carece de ideais inovadoras e executivos atuando de forma profissional. Neste campo, querer demonstrar serviço partidário é extremamente lesivo a população, tanto do ponto de vista orçamentário como de mortalidade.

 (*) Médico, mestre em saúde pública.
Fonte: O Povo, 28/07/14. p.11.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Dez dicas do Papa Francisco para a felicidade


 


Em entrevista à revista “Viva”, publicada aos domingos pelo jornal argentino “Clarín”, o Papa Francisco deu dez conselhos para a felicidade, incluindo desligar a TV para fazer as refeições em família e não tentar converter as pessoas, seja na religião ou no modo de pensar. “As religiões crescem por atração, não por proselitismo”, ele disse, acrescentando que a melhor maneira de atingir as pessoas é com diálogo. Veja outros ingredientes da receita do Papa:

1. “Viva e deixe viver”. Cada um deveria ser guiado por este princípio, ele disse, citando uma expressão similar em Roma: “Ande para frente e deixe que os outros façam o mesmo”.

 2. “Doe-se aos outros”. As pessoas precisam ser abertas e generosas com as demais, porque isso “as afastará de si mesmas, deixando de lado o risco de egocentrismo”. “E água estagnada fica podre”.

 3. “Vá com calma na vida”. O Papa, que costumava ensinar literatura, usou uma imagem de um romance rural argentino de Ricardo Guiraldes, no qual o protagonista Dom Segundo Sombra lembra o passado e avalia como viveu a vida: com ética, lealdade e respeito ao próximo.

4. “Um saudável senso de lazer”. O Papa disse que “o consumismo nos trouxe a ansiedade”, e disse que os pais devem reservar um tempo para brincar com seus filhos e desligar a TV quando sentarem para comer.

 5. Domingos deveriam ser feriados. As pessoas não deveriam trabalhar aos domingos porque “domingo é para a família”, ele disse.

 6. Encontrar maneiras inovadoras para criar postos de trabalho para os jovens. “Precisamos ser criativos com os jovens. Se eles não tiverem oportunidades entrarão no mundo das drogas” e serão mais vulneráveis ao suicídio”.

 7. Respeito e cuidado com a natureza. A degradação ambiental “é um dos maiores desafios que temos”, disse o Papa. “Acredito que não estamos nos perguntando ‘a Humanidade não está cometendo suicídio com esse uso tirânico e indiscriminado da natureza?”.

 8. Deixe de ser negativo. “Falar mal dos outros indica baixa autoestima. Isso quer dizer ‘eu me sinto tão mal que em vez de me levantar vou colocar os outros para baixo’. Abandonar a negatividade rapidamente é saudável”.

 9. Respeite a crença dos outros. “Podemos inspirar as pessoas por testemunho, mas a pior coisa é o proselitismo religioso, que paralisa. A igreja cresce por atração, não por proselitismo”.

 10. Trabalhe pela paz. “Estamos vivendo em uma época de muitas guerras, e devemos gritar pela paz. A paz às vezes dá a impressão de ser calma, mas nunca é quieta, a paz é sempre proativa e dinâmica”, disse o Papa.

 Fonte: Circulando por e-mail (internet).