quinta-feira, 31 de março de 2016

quarta-feira, 30 de março de 2016

O inferno são os outros. Ou: Talvez, apenas talvez, o problema seja... você mesmo!


Por Rodrigo Constantino (*)
Um comentário de Carlos Kramer simplesmente perfeito:
Judiciário golpista, congresso golpista, OAB golpista, empresários golpistas, imprensa golpista, povo golpista”.
Amigo petista, quando o mundo todo parece um problema, talvez seja hora de avaliar se o verdadeiro problema não é você.
Sartre, que bajulava ditadores assassinos, dizia que “o inferno são os Outros”. Sim, para os comunistas em geral e petistas em particular o inferno sempre serão os Outros. Afinal, maldito mundo que não se encaixa dentro de suas utopias nefastas! Desgraçados esses indivíduos “burgueses” que se recusam a se curvar diante da “fantástica” meta igualitária e totalitária do partido! Por que todos simplesmente não aceitam virar um “novo homem”, um “homo sovieticus”, para que tudo seja mais fácil para os “intelectuais” comunistas e seus cúmplices no poder?
O mundo é uma grande conspiração contra o comunismo. A realidade se impõe, essa desgraçada. São todos uns miseráveis, uns golpistas, fascistas. Só ele, o comuna, o petista, é superior, é “puro”, só quer o “bem geral”, ainda que para isso tenha que destruir o mundo todo à sua volta.
Psiquiatras já diagnosticaram o esquerdismo como doença mental. É mesmo uma espécie de psicopatia. Fecho com uma pergunta feita por Leandro Ruschel:
Eu tenho uma pergunta sincera para os petistas e esquerdistas em geral.
Qual é o limite? Quais crimes os seus líderes tem que cometer para perderem o seu apoio?
Já sabemos que vocês toleram:
Sindicatos e ONG’s vendendo apoio.
Lavagem cerebral nas escolas e universidades.
Militantes pagos.
As piores mentiras numa campanha.
Fraude nas contas públicas.
Desvio de dinheiro público.
Compra de votos de deputados e senadores.
Ditaduras em outros países.
Prisões políticas em outros países.
Protestos violentos e destrutivos.
Grupos paramilitares controlados pelo partido.
Formação de quadrilha.
Dinheiro na cueca.
Propina.
Lavagem de dinheiro.
Destruição de estatais e fundos de pensão.
Ex-presidente receber propina de construtora.
Ex-presidente fazer tráfico de influência.
Ex-presidente esconder patrimônio.
Ex-presidente xingar a justiça e demonstrar desrespeito absoluto pelas instituições.
Ex-presidente usar linguagem de presidiário.
Ex-presidente usar toda a máquina do partido infiltrada nas instituições para evitar ser investigado.
Nessa semana, descobrimos que vocês também toleram que uma presidente ofereça um ministério para evitar que um ex-presidente bandido fosse preso.
Se Lula aparecer numa gravação num ato de pedofilia, vocês o defenderão?
Se Dilma aparecer num vídeo matando alguém, vocês a defenderão?
Se eles derem um Golpe Militar, além do Golpe do terceiro mandato do Lula, vocês os defenderão?
Só para eu entender qual é o limite para vocês….
E eu arrisco uma resposta: muitos simplesmente não têm limites! O próprio Sartre, já citado, era um desses psicopatas que não via problema algum em defender um açougueiro como Mao Tse-Tung, desde que fosse em nome de sua utopia comunista. Milhões de cadáveres sendo empilhados, e lá estava o canalha, no conforto de Paris, vibrando com “um novo mundo possível”. Essa gente é completamente doente!
(*) Economista e consultor.
Nota: Artigo postado em vários sites e blogs.

terça-feira, 29 de março de 2016

CASA DE CULTURA CHRISTIANO CÂMARA


Christiano Câmara e sua esposa Douvina.
Por Raymundo Netto (*), especial para O POVO.
Rua da Escadinha ou Travessa Baturité, 162. Casa centenária que abrigou entre outros, Gilberto Câmara, jornalista, responsável pela campanha que edificou o mais belo conjunto escultórico de Fortaleza, aquele que representa José de Alencar, na homônima praça, e um dos maiores incentivadores da fundação da Associação Cearense de Imprensa, a ACI. É também a casa que hospedou o poeta paulista Guilherme de Almeida, em 1925, quando em suas peregrinações Brasil afora em defesa da corrente modernista. Ao final, abrigo de um dos maiores pesquisadores e defensores do patrimônio artístico, arquitetônico e cultural brasileiro e cearense: Christiano Câmara.
Há cerca de 9 anos o conheci. Bati palmas ao portão, sendo recebido por Douvina, a sua sempre guardiã e relações públicas, quando me disse, no corredor que dá para cozinha, onde colava tirinhas de papel em fitas K-7: “Se for jornalista, não recebo!” Estava zangado pelos inúmeros que o procuravam para explorá-lo, tomá-lo horas no cumprimento de pautas, mas que não se atrincheiravam com ele na defesa daquilo que lhe era mais sagrado: a história que exibia em suas paredes. “Nunca vi isso. Impressionante... eles não denunciam, não cobram nada às autoridades!” Deu-me como souvenir um texto impresso “Fortaleza sem Rosto”, escrito por ele em 2000: “No Brasil, 3% da população não tem do que reclamar, enquanto 97% não tem a quem”. Sentia-se sozinho em última trincheira, que a cada dia via mais espremida naquela rua, tomada por shoppings de camelôs, oficinas mecânicas, comércio de botijões de gás, estacionamento de caminhões, “um inferno!” Os políticos e autoridades iam lá, pediam-lhe a benção, beijavam-lhe as mãos e depois as lavavam e deixavam Christiano a ver navios, claro, se pudesse vê-los novamente, pois se vendia a beira-mar para arranha-céus de luxo, geralmente dos mesmos donos, os donos do Ceará, aqueles cuja fortuna tinha origem no contrabando, na especulação, em negociatas políticas do passado a preço da ignara alma popular. Afirmava o Christiano: “Raymundo Netto, não adianta. Nunca que essa elite burra e analfabeta vai atrás de passado e de manter tudo isso. Sabe por quê? Por que essa elite veio da merda e eles querem esquecer dessa merda toda!” – nessa hora, d. Douvina tentava acalmá-lo: “Meu velho, você não é de falar palavrão! Não precisa...”.
Há 5 anos, doído e quase choroso, confessou-me que dormia quando ouviu a voz da mulher discutindo com um caminhoneiro na calçada. Ela pedia educadamente que ele abaixasse o volume do som, “pois seu velho estava dormindo”. O caminhoneiro riu e aumentou ainda mais. Christiano foi à calçada, pegou-a pelo braço e a chamou para casa. O motorista falou: “É. Leva essa doida, mesmo!”. Christiano respondeu: “Vou levar, sim, mas só porque, infelizmente, nessa casa não existe mais um homem!”. Foi uma das declarações mais dolorosas que ouvi na vida. Não nos enganemos: esse foi o tratamento que mereceu o nosso Christiano nos últimos anos de sua vida. Aquele que recebia a todos com paixão, brilho nos olhos, falando alto e com entusiasmo sobre um mundo cada vez mais deixado para trás, também seria lembrado apenas pela máquina de afetos que alguns denominam, quando o tem, de coração.
Pois é, a morte não podemos impedir, mas o legado de Christiano podemos, sim, manter. Agora, alguns urubus caíram em cima, tentarão com promessas doces tomar o que puder para si, comprando ou não, algumas raridades. Outros, membros de associações pseudoculturais de vagas vendidas a preço de pagamento de dívidas, ou órgãos oficiais em que os responsáveis se escondem por trás das portas tentarão ganhar vantagem. A hora é de cautela e objetividade. Vejam a luta que seu deu para a permanência da Casa de Juvenal Galeno. É possível, sim.
E, Christiano, que Deus o receba, ao lado de seu Gilberto e dom Helder, com aquilo que ele criou e que você carregou com tanto amor em seus braços: a boa música.
(*) Raymundo Netto é escritor e promotor cultural.
Fonte: Postado no Blog Almanacultura. Publicado In: O Povo, Vida & Arte, de 26/03/2016. p.3.

segunda-feira, 28 de março de 2016

NOMES QUE PASSARAM


Por Sânzio de Azevedo (*)
Em palestra proferida na Academia Cearense de Letras em 2005, falei de Poetas Esquecidos, título que roubei de um livro de Mário Linhares. Mas no meu caso eu só contemplaria aqueles que tiveram fama e depois mergulharam no esquecimento. Como, entre tantos, Aureliano Lessa, Vitoriano Palhares, Narcisa Amália, Valentim Magalhães, Luís Murat, Hermes Fontes, Hermeto Lima e Alceu Wamosy.
Para me fixar num só exemplo, lembro Olegário Mariano, nascido no Recife em 1889 e falecido no Rio de Janeiro em 1958. Chegou a frequentar o famoso grupo de Bilac e seria eleito em 1938 príncipe dos poetas brasileiros, sucedendo a Alberto de Oliveira, que fora o sucessor de Bilac.
Em 1930, João Ribeiro disse que sua poesia era “conhecida em todo o Brasil”, e Peregrino Júnior, quando ele faleceu, disse: “foi um dos maiores poetas do Brasil”. Quem se lembra hoje dele? Ao publicar em 1920 o livro Últimas Cigarras, que seria reeditado várias vezes, ganhou o título de Poeta das Cigarras.
Ficou mais que famoso o soneto “O Enterro da Cigarra”, que resumo aqui: “As formigas levavam-na... Chovia!.../ Era o fim... Triste outono fumarento!... / Perto, uma fonte, em suave movimento, / Cantigas de água trêmula carpia.” E no final, “Pobre cigarra! Quando te levavam, /Enquanto te chorava a Natureza, / Tuas irmãs e tua mãe cantavam...”
Em artigo de 1937, conta Manuel Bandeira que em Petrópolis uma velhinha lhe disse haver lido uns versos tão belos que ela os decorou. Pediu-lhe o poeta que ela dissesse os versos e conclui: “fiquei enternecidís-simo quando ela começou: ‘As formigas levavam-na... Chovia...’ Desde esse dia passei a querer grande bem à poesia de Olegário. Compreendi instantaneamente que ela haveria de ficar”.
Mas a verdade é que não ficou. Nem mesmo a simpática homenagem de Herman Lima, seu amigo, publicando o Olegário Mariano da Coleção Nossos Clássicos, da Agir, em 1968, conseguiu resgatar sua obra do esquecimento em que mergulhou. E temos de reconhecer que se trata de um belo poeta. A literatura tem dessas coisas nem sempre explicáveis...
(*) Doutor em Letras pela UFRJ; membro da Academia Cearense de Letras (ACL).
Fonte: Publicado In: O Povo. Fortaleza, 22/03/2016. Opinião. p.9.

domingo, 27 de março de 2016

NOVOS SINTOMAS DE POBREZA III


17 - Baixar filme na Internet!
A droga do computador fica noites e noites inteiras ligado, baixando filmes... Além de pobre é burro. Você acha que a energia elétrica é de graça? Aluga a droga do filme no Blockbuster que fica mais barato, otário!
18 - Usar camisa de time na segunda feira!
Putz... Que nojeira! Usar a camisa do Corinthians, do São Paulo ou Fluminense, na segunda feira só pra zoar a galera do trabalho é típico de quem mora no subúrbio!
19 - Cama beliche!
Móvel típico dos pobres, que se reproduzem feito ratos e tem que dormir em algum lugar, uns em cima dos outros. Rico tem no máximo dois filhos. E cada um tem seu quarto.
20 - Vou de Mercedes para o trabalho!
Com certeza, o pobre que solta essa pérola está se referindo ao ônibus... Quem tem Mercedes, não fala que tem. Tem uma 280 ou uma 500, tem A 160, CLK, e por aí vai... Quem tem Mercedes, tem até medo de falar que tem...
21 - Laje!
Tem palavra que mais denota a pobreza do que... Laje??! Por favor, se sua casa ainda não está pronta, seja mais refinado e diga: "Meu imóvel está na estrutura básica..." ou, simplesmente: "Ainda não está pronta"... Jamais diga: "Só tem a laje!". Além do quê, laje (argh!) lembra palavras como garage (!), mirage (!) ou viaje (!), que, quando ditas desta forma, meu amigo, é porque a coisa está muito feia para o seu lado...
22 - Samantha, Mellanie, Stephanie, Jenniffer, Camille, Grace Kelli, Suellen, Yasmin
Sacanagem com a criança! Botar esses nomes é muito pobre e brega! Coloca um nome simples de todo mundo falar! O que há de errado com os nomes mais simples como: Maria, Ana, etc...? Se você está pensado em colocar um desses nomes na bixiguenta que ainda está na sua barriga pelo menos não será preciso trocar de nome se ela virar prostituta.
23 - Pobrema ou ploblema, iorgute, táuba, resistro, impim, mortandela, mendingo, tóchico, chalchicha, berruga, imbigo, framengo, curíntcha, fruzão, menas (esse é o pior), largatixa, dar uma telefonema...
Palavras mais utilizadas e daí vemos... É pobre! Se não é pobre, é pobre e ignorante, porque todo mundo pode aprender que não é menas, é menos; que não é resistro, é registro; que não é impim, é aipim; que você vai saltar no próximo ponto, não "soltar”! Pedir para essas pessoas falarem palavras simples como paralelepípedo, helicóptero é uma afronta. Até porque não repetem a última sílaba mesmo. Fica qualquer coisa como helicópi, paralelepípo e por aí vai... Sem contar que nomes como Wellington, Washington, Wilson e Milton se transformam em Uélitu, Uóchintu, Uílso, e Miltu... Camões se revira no túmulo a cada vez que ouve...
24 - Shortinho com top...
Esse é praticamente o "uniforme" de pobre. Se tiver calor use uma toalhinha para enxugar o suor, de preferência combinando com a cor do top. Mas se tiver frio, é só colocar uma jaquetinha por cima e pronto... Você vai arrasar em qualquer evento... De pobre é claro!
25 – No fim do ano, com o décimo terceiro.
Essa é clássica... No restaurante, a família toda, um dos mais salientes entra correndo e vai logo escolhendo a mesa  e grita pra prole que está acabando de entrar... ”Vamo imendá as mesa“?
Fonte: Internet. Circulou por e-mails em 2010, sem autoria definida.

NOVOS SINTOMAS DE POBREZA II


9 - Festa no McDonalds ou Habib's!
Só pobre acha que festa naquela porcaria de lanchonete é chique. O cara comemora o aniversário dos filhos no Mac Donald's fica controlando o que a pirralhada come e depois soma os presentes recebidos para ver se a festa não deu prejuízo.
10 - Lavar carro no fim de semana!
Santa pobreza! Você já viu alguém da Barra da Tijuca ou Leblon lavando o carro? Em qualquer dia da semana que seja? Quem tem grana, manda lavar. A galera do salário mínimo acha que é programa de fim de semana lavar o chevettão 75, na calçada, com o som ligado a toda tocando funk pra todo mundo ver e ouvir em pleno sabadão... São criaturas dignas de pena!
11 - Capinha de celular!
Além de ser coisa de pobre é muito boiola. Só viadinho pobre não gosta do celular riscado. Quem tem grana compra outro quando o celular fica riscado.
12 - Tá zerinho-zerinho!
A criatura desorientada mantém por 15 anos colado no pára-brisa do automóvel aqueles selos de controle de qualidade, para fingir que comprou o carro "zero quilometro".
13 - Viajando de avião!
Quando viaja de avião, pela Gol, com passagem financiada em 15 vezes sem juros, põe no bolso aquelas pavorosas barrinhas de cereais pra dar pros filhos bixiguentos.
14 - Strogonoff!
Se você perguntar a alguém qual é o prato favorito e a criatura responder "istrogonofi" pode ter certeza é pobre! E o pior é que a criatura não tem a mínima idéia de como se faz tal iguaria, pois pobre faz um picadinho (com acém), coloca creme de leite e está pronto!
15 - Viajar para Cabo Frio / Guarujá!
Quem tem grana viaja pra Nova York, Paris, Búzios, Fernando de Noronha. Rico no máximo passa por essa miséria, por cima... De avião!
16 - Comprar chinelão rider e roupa a crediário na C&A!
Fala sério! Só por que a Gisele Bünchem e a Daniela Sarahyba apareceram na TV você acha que tá comprando artigo de rico? É artigo de pobre! Quase o fundo do poço, pois o fundo fica na Sulanca, lá em Pernambuco.
Fonte: Internet. Circulou por e-mails em 2010, sem autoria definida.

sábado, 26 de março de 2016

NOVOS SINTOMAS DE POBREZA I


1 - Degustação em supermercado.
Sabe aqueles balcõezinhos que de vez em quando aparecem no supermercado sempre com uma mocinha simpática e sorridente oferecendo alguma tranqueira pra você experimentar? Pois é, pobre adora isso. Quem é pobre adora comer qualquer coisa de graça. Experimenta até biscoito pra cachorro. Uma tristeza...
2 - Comprar iPhone no Mercado Livre.
Fala sério... Isso é caso pra internar. Você acha que um iPhone de verdade custa R$ 299,00? Em qual planeta você vive? Além de pobre, é retardado?
3 - Telha e tijolo.
A combinação é perfeita. Pobre atrai telha e tijolo feito ímã. Todo pobre que se preza tem que ter uma pilha de tijolo e telha no quintal.
4 - Inclusão digital!
Inclusão digital é nada mais, nada menos do que um bando de pessoas pobres, burras e metidas tendo acesso de alguma forma (como LanHouses de R$1,00 a hora, escolas públicas etc...) a computadores com internet. Isso pode parecer bom, mas... Veja o que os pobres fizeram com o Orkut. Transformaram um site legal em um verdadeiro depósito de cyberlixo.
5 - Grudar o sabonete velho que está acabando no novo que acabou de abrir.
6 - Sandália Havaiana!
Meu amigo, presta atenção: só pode passear no shopping de sandália havaiana quem é rico. É fashion! Já o pobre passeando de havaiana é mulambento, porque na verdade ele usa a sandália "A Baiana", ou seja, a genérica.
7 - Usar terno no fim de semana!
Ou é pobre ou é crente... Cruz credo! Rico só usa terno no escritório ou em casamento.
8 - Tapete na parede!
Compra na 25 de março (em São Paulo) ou de camelô um legítimo tapete persa made in Paraguay e põe na parede, para ninguém pisar.
Fonte: Internet. Circulou por e-mails em 2010, sem autoria definida.

Prossegue a Semana Santa na Paróquia São Vicente de Paulo – 2016


Ressuscitei, ó Pai, e sempre estou contigo:

pousaste sobre mim a tua mão, tua sabedoria é admirável".

“Mais que comum dos dias,
olhei o mais que pude os rostos
dos pobres, gastos pela fome,
esmagados pelas humilhações,
e neles descobri teu rosto, 
Cristo Ressuscitado!”
Dom Hélder Câmara 

Hoje, sábado, dia 26/03/2016, às 18h, na Paróquia São Vicente de Paulo, em Fortaleza, haverá a Solene Vigília Pascal. Amanhã, domingo, às 6h, acontecerá a Procissão do Cristo Ressuscitado, seguida de Missa, às 6h30min.
Feliz Páscoa a todos!
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Paroquiano de São Vicente de Paulo

sexta-feira, 25 de março de 2016

REFLEXÃO


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
O período da Semana Santa representa o mais significativo para reflexões, vez que é a vitória da vida sobre a morte – ressurreição de Cristo -, ou seja, do bem sobre o mal. Dentro desta linha de pensamento, é básico reconhecermos a importância dos valores espirituais sobre os materiais. Aqueles são duradouros e nos conduzirão, sem dúvida, à vida eterna. Estes são efêmeros e nem sempre nos proporcionam, apesar do aparente conforto, a alegria permanente. Por sua vez, os sentimentos de solidariedade e amor objetivando alcançar a felicidade e o propósito da vida são fundamentais. O ódio, a falsidade, a inveja, a ambição, o orgulho, dentre outros, são comportamentos incompatíveis com uma existência saudável. Já o ecumenismo, o perdão, a tolerância, a humildade e outros nos conduzem ao sentimento da generosidade. Ademais, é mediante a oração e a meditação que encontramos estados mentais positivos e nos afastamos dos negativos. O que somos é consequência do que pensamos. O que alcançamos decorre da busca das virtudes teologais (fé, esperança e caridade), consequentemente da nossa crença em Deus. Por outro lado, a violência em todas suas formas – desemprego, fome, corrupção, analfabetismo, etc – leva a sociedade a um clima de perplexidade e apatia, motivando mais violência e mais injustiça. A análise destas reflexões, nos faz lembrar dois grandes teólogos. Santo Agostinho: “O supérfluo dos ricos é o necessário dos pobres” e Santo Tomás de Aquino: “Há homens cuja fraqueza de inteligência não lhes permitiu ir além das coisas corpóreas”. Cristo sofreu para nos salvar.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias,  de 25/3/16

Semana Santa na Paróquia São Vicente de Paulo – 2016


Ontem à noite, na Paróquia São Vicente de Paulo, em Fortaleza, aconteceu a Missa da Ceia do Senhor – Missa do Lava-pés, com a transladação do Santíssimo Sacramento. Hoje, dia 25/03/2016, às 15h, haverá a Solene Comemoração da Paixão e Morte do Senhor.
Feliz Páscoa a todos!
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Paroquiano de São Vicente de Paulo

quinta-feira, 24 de março de 2016

Defesa de Tese em Saúde Coletiva (UECE) de Ilse Tigre de Arruda Leitão


Aconteceu na manhã de ontem (23/03/16), no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UECE, a defesa de tese do programa de Doutorado em Saúde Coletiva em Associação Ampla da Universidade Estadual do Ceará, da Universidade Federal do Ceará e da Universidade de Fortaleza.
A banca examinadora, composta pelos Profs. Drs. Adriana Catarina de Souza Oliveira (UCAM-Espanha), Adriano Rodrigues Souza (Unifor), Thereza Maria Magalhães Moreira (UECE), Maria Salete Bessa Jorge (UECE) e Marcelo Gurgel Carlos da Silva (UECE), aprovou a Tese “Adaptação transcultural e validação de questionário do capital humano no contexto brasileiro”, apresentada pela nossa orientanda ILSE MARIA TIGRE DE ARRUDA LEITÃO.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor do Doutorado em Saúde Coletiva PPSAC-UECE

HOMENAGEM A UMA GRANDE INSTITUIÇÃO


Por Cássio Borges (*)
Somos e sempre fomos intransigentes defensores do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), de sua manutenção, preservadas a força dos seus elevados padrões de integridade e capacitação técnica que nortearam aquele Departamento de inumeráveis serviços prestados ao Ceará, ao Nordeste e ao seu povo.
Não obstante, o extraordinário acervo de obras realizado por aquela Instituição Federal em toda a Região Nordestina, especialmente no Estado do Ceará, é exatamente aqui onde se concentram os seus mais ferrenhos opositores. A olhos vistos, pode-se identificar alguns, infelizmente ocupando elevados cargos no Governo Estadual, justamente na área de recursos hídricos. Não precisamos citar seus nomes.
O importante é advertirmos a sociedade cearense e nordestina que um hediondo crime será perpetuado à nossa Região, caso aquele vetusto Departamento venha a ser extinto, como desejam os seus algozes, que não mostram as suas caras e não têm a coragem de vir a público dizer os reais motivos dos seus recônditos e intrigantes propósitos.
Defendemos isto, sim, que o Poder Central, responsavelmente, encampe as questões dos Recursos Hídricos do Nordeste, “como uma proclamação solenemente imposta à União”, conforme preceitua o nosso Código de Águas para “as áreas periodicamente assoladas pelas secas”. Que os Estados cumpram a sua parte nesta grandiosa tarefa, pois, como disse Heaviside, “a Ciência não é privilégio de uma só Instituição”.
Enfraquecer o Dnocs, pulverizando os seus recursos entre os nove Estados nordestinos, é defender a má vontade sulista em relação às Instituições Federais aqui sediadas. Ademais, pensamos que a gestão da água inteiramente entregue aos Estados, com certeza vai servir de “instrumento de pressão, de politicagem e perseguições hediondas junto aos usuários, o que não é comum acontecer na área federal”, conforme advertiu, há tempos, um ex-governador nordestino.
Vamos todos salvar o Dnocs, que é um patrimônio de todo o povo nordestino: um Dnocs sem vícios, transparente e limpo, livre das injunções político-partidárias.
(*) Engenheiro civil, ex-diretor regional do Dnocs e de sua Diretoria de Planejamento, Estudos e Projetos.
Fonte: Publicado In: O Povo. Fortaleza, 22/03/2016. Opinião. p.8.

quarta-feira, 23 de março de 2016

MANDELA TUPINIQUIM


Por Affonso Taboza (*)
Vejam só quem anda palpitando em cima da nossa tragédia: o Maduro, da Venezuela, que de maduro já passou e está a cair de podre. Para esse orago míope que infelicita seu país, se Lula da Silva for preso será considerado o Nelson Mandela do Brasil. Uma jornalista, irônica, aproveitou o mote e cravou o apelido: Mandela Tupiniquim.
Falta a Maduro, é evidente, conhecimento de História contemporânea.
Mandela passou 27 anos na cadeia por sua luta contra o apartheid, regime que oprimia os negros em seu país. Deve ter cometido pecadilhos nos tempos de jovem líder político e foragido, nada, porém, que lhe maculasse o nome. Sua prisão se deveu à luta política. Seu confinamento foi total. As fotos de jornais ao longo desse tempo mostravam o Mandela jovem de antes da prisão. Grande foi a surpresa quando de sua soltura, com visual 27 anos mais velho. Libertado à custa de forte pressão internacional contra o regime segregacionista da África do Sul, Mandela assumiu a presidência do país nos braços do povo, e a exerceu com dignidade e moderação, longe da tentação comuno-populista, pregando a concórdia entre seus compatriotas de todas as raças. Tal atitude gerou descontentamento entre os negros radicais, desejosos de revanche, mas lhe valeu o crescimento do país, o reconhecimento universal e o Prêmio Nobel da Paz.
E Lula da Silva? Troquemos o sinal de tudo que acima foi dito, e teremos seu perfil. Raivoso e fanfarrão, comandou oposição sistemática a todos os governos que o antecederam, ignorando o mérito do que combatia. Eleito presidente, teve méritos inegáveis no primeiro mandato até expor sua verdadeira e frouxa moral na falcatrua conhecida como mensalão. Reeleito apesar de tudo, graças a seus truques de prestidigitador, continuou chafurdando nos subterrâneos do poder. A imagem real da sua personalidade veio à luz nos jardins da mansão do Maluf quando, sorrindo para seu arqui-inimigo como se velhos amigos fossem, cabalava votos para seu candidato à Prefeitura de São Paulo. E agora, acusado pela polícia de altas traficâncias, arrisca-se a pegar bons anos de cadeia. E em revanche, ameaça os brasileiros com seus exércitos de Brancaleone de fardas vermelhas.
De Mandela o senhor Lula nada tem. Está mais pra Pixuleco. O líder africano terminou os dias cultuado por seu povo. Lula da Silva tem o repúdio dos brasileiros à sua personalidade falaz. Poderá se igualar a Mandela nos anos de prisão, se atingir os 27. Mas por razões bem diferentes.
(*) Membro efetivo do Instituto do Ceará – Histórico, Geográfico e Antropológico.
Fonte: Publicado In: O Povo. Fortaleza, 22/03/2016. Opinião. p.9.

terça-feira, 22 de março de 2016

Adam Smith, o autointeresse, a simpatia, Davos e a desigualdade


Por João Soares Neto (*)
A Escócia, parte do Reino Unido, é país bonito, frio e com um inglês bem peculiar, falado pela gente culta, tomando uísque ou cerveja, e até pelos comuns mortais. No século 18, não existia energia elétrica, as estradas - ou caminhos - enlameavam quando das chuvas e petrificavam de gelo nos invernos.
A parca calefação era preocupação individual e sequer havia sido inventada a máquina de escrever. As folhas de papéis, as canetas, os tinteiros e os mata-borrões, afora os livros próprios e os de bibliotecas públicas, eram os únicos recursos de que se serviam os escritores de então.
O escritor múltiplo Adam Smith, filósofo e cientista político, nasceu por lá nesse tempo e, mesmo assim, neste século 21, ainda é referência para ser negado ou elogiado. Não há como negar que ele foi estudioso e queria deixar obras que mostrassem a sua preocupação com a humanidade.
Sua obra capital, publicada em 1776, “Uma Investigação Sobre a Natureza e a Causa da Riqueza das Nações” ou, simplesmente, “A Riqueza das Nações” é considerada a referência basilar do regime capitalista. Essa obra, uma maçaroca de cinco partes, deveria ser conhecida melhor pelos economistas ortodoxos, heterodoxos, econometristas e outros que tais. “Conhecida” é distinta de “folheada”.
No meu pensar, Smith possui outra obra que considero mais importante para os humanos, da qual os economistas fazem parte. “A Teoria dos Sentimentos Morais” foi escrita em 1759 e trata da moralidade humana que, segundo ele, depende da relação de simpatia entre um indivíduo e o restante da sociedade. Ele faz distinção entre simpatia e “autointeresse”, que tomo a liberdade de traduzir como ganância.
Essa digressão histórica com Adam Smith poderia ser estendida a Karl Marx e a Friedrich Engels, mas é apenas caminho para se chegar neste janeiro de 2016.
Esta semana, na cidade de Davos, Suíça, reuniram-se a burocracia financeira, governos, biliardários e supostas cabeças pensantes do mundo, no Fórum Econômico Mundial. Reúnem-se e se desentendem cada vez mais, pois falta a ´simpatia´ de que falava Smith. Sairão de lá e nem um país relevante mudará uma vírgula da sua estratégia. Os outros, que vão lá fazer número, voltam fazendo declarações à imprensa que, cá para nós, acha interessante visitar essa pequena e rica cidade suíça, em pleno inverno.
Toda a mídia noticiou na semana passada que uma organização não governamental, com sede no Reino Unido, a Oxfam, afirmou que, neste ano de 2016: “62 pessoas possuem tanto (capital) quanto a metade mais pobre da população mundial”.
A Oxfam acredita ainda que o patrimônio acumulado por 1% das pessoas mais ricas do mundo superará, em 2016, o dos 99% restantes. Entrei no site da Oxfam e descobri que ela tem ramificações em 94 países e possui como objetivo a luta pela extinção da pobreza e tornar consciente que cada pessoa deve lutar por seus direitos. Algo assim.
Não sei como foram feitas as contas, se os dados são confiáveis, mas não há como não enxergar a existência de uma grande parcela mundial pobre, para não dizer miserável. Essas 62 pessoas, até o final deste ano, poderão ser donas de 50% de todos os recursos do mundo. Como já foi dito na reunião do ano passado, na mesma Davos, há uma explosão de desigualdade que entrava o duelo contra a pobreza mundial. "A escala da desigualdade é chocante”, afirmou a diretora executiva geral da Oxfam, Winnie Byanyima. Descobriram a pólvora. As armas estão no Oriente Médio.
(*) João Soares Neto é escritor e membro da Academia Cearense de Letras.
Fonte: Publicado no jornal O Estado, em 22/01/2016.

segunda-feira, 21 de março de 2016

OS CLÁSSICOS SÃO SEMPRE ATUAIS


Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta

Até hoje perdura a discussão entre críticos literários e acadêmicos sobre quem seria o maior escritor brasileiro: Machado de Assis (1839-1908) ou Lima Barreto (1881-1922).  Sem entrar no mérito da questão, acredito que Machado sofria a influência europeia e era um tanto gongórico. Quanto a escritos em português-brasileiro, prefiro Lima Barreto. Considero os dois a principal dupla da crônica e do romance no Rio de Janeiro da virada do Século XIX. Ambos eram mulatos.
O preconceito camuflado, que persiste até hoje, não poderia aceitar que um mestiço, filho de escrava, alcançasse ser reconhecido literariamente, o que era o caso do Lima Barreto. Neto de escravos em contato com brancos que o veem como ser inferior, Afonso Henrique de Lima Barreto (esse é o seu nome completo) introduziu o “negrismo” na literatura brasileira.
Descreve as mazelas nacionais com o olhar de um brasileiro e não com hipocrisia, como grande parte dos escritores seus contemporâneos. Não tenho dúvidas em afirmar que o Brasil está mais nos seus textos do que em textos da maioria dos nossos letrados, nos trinta primeiros anos da Proclamação da República.
Poderia também lembrar que ele foi o pioneiro da nossa ficção e também o primeiro a divisar os brasileiros em função da sociedade em que viviam. Fosse o seu personagem um elegante membro da fina flor da elite nacional que pensava em francês ou inglês ou, pior, que vivia de aparências que estava longe de possuir, ou um homem da roça, analfabeto, pertencente a uma casta que nem existia como gente.
Aconselho a leitura ou releitura, neste momento de grave crise nacional, um dos melhores livros deste autor: Triste Fim de Policarpo Quaresma. O personagem principal, major Quaresma, é antes de tudo um brasileiro. Patriota ingênuo, vivendo numa sociedade incaracterística que acreditava no Brasil formado à sua imagem e semelhança, deseja salvar o país dos políticos corruptos, mas só provoca risos. Terminou sendo fuzilado a mando do Marechal Floriano Peixoto (1839-1895).
O importante deste livro, publicado primeiro como folhetim no ano de 1911, surpreende o leitor pelo seu caráter profético. Comprova a incompetência dos nossos políticos, a burocracia das repartições públicas, o clientelismo, a injustiça social, preconceitos, etc. Mas o que isso tem a ver com o momento atual?
Tenho muito receio de que nada (ou pouco) mudou em mais de um século de vida nacional, desde a publicação do Quaresma. Ficou apenas mais fácil detectar os malfeitos, dados os avanços tecnológicos. Que isso não venha tão somente constituir mais um espasmo transitório. Lembrem-se de que os clássicos são sempre atuais, por isso são considerados clássicos.
 (*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).

domingo, 20 de março de 2016

A sorte dos maiores de 60 anos


Prata nos cabelos. Ouro nos dentes. Pedras nos rins. Açúcar no sangue. Chumbo nos pés. Ferro nas articulações. E uma fonte inesgotável de gás natural.
Nunca se pensou que a partir dos 60 anos de idade se pudesse ter uma riqueza tão grande!!!
Fonte: Internet (circulando por e-mail).
Nota do Blog: A mensagem originalmente registrava 50, mas preferi atualizar para 60 anos.

Causos do Paula Ney In: O Brasil Anedótico


COLEGAS...
Ernesto Sena - "Notas de um Repórter", pág. 185.
Após a sua entrada para a pasta da Fazenda, havia o conselheiro Francisco Belisário Soares de Sousa recorrido, já, três vezes, ao crédito do país no estrangeiro, quando, ao passar um dia pela rua do Ouvidor, ouviu que alguém o saudava, alto:
- Bom dia, sr. Conselheiro, meu amigo e colega!
O ministro voltou-se, e, vendo Paula Ney, de chapéu na mão, numa reverência, correspondeu, atrapalhado, ao cumprimento.
E Ney, logo, com o mesmo sorriso:
- Colega, sim... Porque... V. Excia. Também não vive de empréstimos?

O CALO
Ernesto Sena - "Notas de um repórter", pág. 186.
Paula Ney, o maior desperdiçador de talento que o Brasil já possuiu, não perdoava os seus desafetos e, ainda menos, as nulidades pretensiosas que prosperavam no seu tempo. Conservava-se, uma tarde, em um grupo na rua do Ouvidor, sobre o prestígio da imprensa, quando um presentes, que se dizia jornalista, aventurou, acaciano:
- A imprensa é um grande corpo...
- É... é... - atalhou Paula Ney, piscando por trás do "pince-nez". - A imprensa é um grande corpo. Mas você, nesse corpo...
E sem temer a reação:
- É o calo do dedo mínimo do pé esquerdo!...

MERCÚRIO PARA TRÊS
Coelho Neto - "A Conquista", pág. 44.
Era no Rio antigo, primeiros dias da República, últimos dias da Monarquia. Entrava Paula Ney no teatro Santana, quando foi abordado por duas mundanas, antigas atrizes, que o arrastaram para uma das mesas vazias a fim de que lhes pagasse alguma coisa.
O boêmio não se fez rogado. Sentou-se entre as duas raparigas, e, batendo, forte, com a bengala na mesa de estanho, chamou:
- "Garçon"!... "Garçon"!
E à aproximação do empregado:
- Mercúrio, para três!
Fonte: Humberto de Campos. O Brasil Anedótico (1927).
Nota do Editor: Com esta postagem, estamos fazendo a transcrição dos causos que compõem a obra o Brasil Anedótico, de Humberto de Campos, publicada em 1927, que tem por personagem central o poeta e humorista cearense Paula Ney.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva

sábado, 19 de março de 2016

DOIS FORTES ALIADOS


Por Pe. Geovane Saraiva (*)
Neste artigo falamos de dois pastores que edificaram a casa de Deus, isto é, a Igreja, tendo como alicerce sólido o bem e a justiça, não cedendo às ciladas dos injustos e poderosos. Neles a profecia de Jeremias se realiza: "Eu vos darei pastores segundo o meu coração, que vos conduzam com sabedoria e inteligência" (Jr 3, 15).
Trata-se de Dom Helder Pessoa Câmara e Dom Aloísio Cardeal Lorscheider, que anunciaram a boa nova da Salvação em toda sua plenitude, a partir da dor e do sofrimento de uma multidão de irmãos e irmãs. O entusiasmo e a mística desses grandes sacerdotes causaram e continuam a causar profundas marcas de generosidade, sempre crescente, nas pessoas que exerceram e exercem suas funções nos mais diversificados setores de nossa sociedade.
Guardemos no íntimo do coração a mensagem de otimismo e esperança, deixada por Dom Helder Câmara, o artesão da paz e cidadão do mundo, o bispo brasileiro mais influente no Concílio Vaticano II, ao abrir o caminho para a renovação, na sua mais profunda e autêntica coerência em favor dos pobres: "Se não engano, nós, os homens da Igreja, deveríamos realizar dentro da Igreja as mudanças que exigimos da sociedade".
Falou também com extraordinária paixão que Deus é amor, em tom de poesia: "Fomos nós, as tuas criaturas que inventamos teu nome!? O nome não é, não deve ser um rótulo colado sobre as pessoas e sobre as coisas... O nome vem de dentro das coisas e pessoas, e não deve ser falso... Tem que exprimir o mais íntimo do íntimo, a própria razão de ser e existir da coisa ou da pessoa nomeada... Teu nome é e só podia ser amor".
Ao assumir a Arquidiocese de Olinda e Recife, em abril de 1964, afirmou: "Ninguém se escandalize quando me vir ao lado de criaturas humanas tidas como indignas e pecadoras (...). "Quem estiver sofrendo, no corpo ou na alma; quem, pobre ou rico, estiver desesperado, terá lugar especial no coração do bispo".
Dom Helder deixou uma gigantesca obra escrita, soube aliar, numa "síntese raríssima e feliz o místico e o homem da ação, que contemplava e escrevia durante as madrugadas e agia pela manhã, tarde e noite". "Foi um articulador da melhor qualidade"; dotado de uma fé clamorosa, de uma enorme capacidade de comunicação, força e convicção inabaláveis, que saia de dentro peito magro, daquele homem baixo e franzino na estatura, que parecia o retirante de Portinari.
Profeta dos pobres, artesão da paz, cidadão do mundo, o homem dos grandes sonhos e das grandes utopias ele o foi, a sinalizar uma verdadeira conversão, nas mudanças dos costumes, no sentido de uma melhor compreensão da Igreja, na busca de sua renovação, do seu rejuvenescimento – ao verdadeiro "aggiornamento", ao mesmo tempo, em que devia anunciar a pessoa de Jesus Cristo, diante do clamor dos empobrecidos, dos "sem voz e sem vez".
O grande ardor e entusiasmo desse homem, em todo seu trabalho articulado, no amor pela Igreja pobre e servidora, nunca podemos negar e esquecer. "Sou daqueles que tem a convicção de que os escritos de Dom Helder ainda serão fonte de inspiração na América Latina, daqui a mil anos" (José Comblin).
Já Dom Aloísio Lorscheider, que no seu amor à verdade e no apego ao Evangelho, como critério de vida e de pastoreio, também na sua capacidade de dialogar com as classes sociais e no seu amor para com os empobrecidos, permaneceu humilde, serviçal, sendo um irmão entre irmãos.
Doçura e ternura em pessoa, alegria constante, posições corajosas e determinadas, ao mesmo tempo, pregava e anunciava o Evangelho com coragem profética e grande sabedoria. Ele carregou sempre no seu grande coração, as alegrias, as esperanças, as tristezas, as angústias e os sofrimentos de sua querida gente (cf. GS 200). Além de travar, sem jamais se cansar, uma luta pela redemocratização, pela liberdade de expressão, pela dignidade da pessoa humana e pelo fim da tortura em nosso querido Brasil.
Dom Aloísio, ao se tornar Arcebispo de Fortaleza (1973-1995), logo de início afirmou: "A comunidade eclesial não é feudo do bispo, mas ele é o servidor de uma Igreja que se entende a si mesma como sacramento do Reino, isto é, da presença da verdade e do amor infinito de Deus para com cada criatura humana".
Daí ele não compreender como algo natural e normal se conviver com a miséria e o acentuado empobrecimento do povo, que tinha como consequência o êxodo, o flagelo e a morte de muitos irmãos, levantando sua voz de profeta para dizer que não era vontade de Deus a realidade aqui encontrada e, ao mesmo tempo, usou de todos os meios, com uma enorme vontade de transformar essa mesma realidade, marcando profundamente a história do nosso Ceará.
Dom Aloísio foi o grande teólogo que sabia compreender a realidade na sua conjuntura e, com suas posições bem claras e definidas, nas análises e nas conclusões teológicas pastorais, passando para o povo um clima que favorecia e gerava uma confiança generalizada. Daí ser o Cardeal que mais se destacou em todos os Conclaves e Sínodos de que participou, gerando para o mundo inteiro e, especialmente, para a imprensa uma grande expectativa. Sua palavra corajosa e profética era acolhida por todos como uma boa notícia.
"Em pleno regime de exceção, a sociedade cearense logo sentiu os efeitos dessa guinada. As camadas desfavorecidas ou marginalizadas, os sem-terra, os sem-teto, os presos políticos, os presidiários comuns, os trabalhadores em greve – ganharam aliado de peso" (Desembargador Fernando Ximenes).
"[...] sua voz, naturalmente doce, alternava-se quando era preciso confrontar os vendilhões da justiça, quando todos os jardins da democracia corriam o risco de ser alvo de bombas atiradas pelos olhares fixos da repressão. Sua voz ecoou pelos corredores das prisões [...]" (Senador Pedro Simon).
Quando ele se tornou bispo emérito de Aparecida, veio a pergunta: O que o senhor vai fazer? Respondeu: "Sou um simples frade menor e vou fazer o que o meu provincial mandar, porque a obediência me torna livre".
Também nunca esquecemos sua palavra lúcida e segura, advertindo "oportuna e inoportunamente" (2Tm 4, 2), bem como sua voz mansa e corajosa em denunciar as injustiças e, sobretudo, sua ternura franciscana, nos leva a afirmar que Dom Aloísio, verdadeiramente, mora em nossos corações.
Por isso mesmo peçamos a Deus, que na sua infinita e inesgotável bondade, chamou Dom Helder e Dom Aloísio à missão de profetizar, que sempre os tenhamos como referência, nos iluminando e fazendo sempre mais compreender a indispensável força de sua graça, que quer nos tornar capacitados a fermentar este mundo em que vivemos na sua realidade cultural e social, que tanto desafia a humanidade.
(*) Geovane Saraiva é padre da Arquidiocese de Fortaleza e Pároco de Santo Afonso.
Fonte: twitter.com/pegeovane, de 22/09/2011.

O Brasil e os brasileiros não merecemos tanta humilhação e tanta vergonha


Todo brasileiro segue atento o desenrolar, minuto a minuto, da crise política que assola o país.
De início, quero deixar claro que a postagem não tem direcionamento partidário”, afirmou há poucos minutos, em post no seu perfil do facebook, Dom Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo de Frederico Westphaln (RS).
O prelado diz que “vivemos hoje, no Brasil, uma situação constrangedora: em todas as agremiações partidárias, o mal da corrupção apresenta-se como uma sombra vergonhosa”.
O Brasil para os brasileiros! Fomos roubados”, insta o bispo.
Leia, logo abaixo, a postagem completa compartilhada no seu perfil público dessa rede social.
“De início, quero deixar claro que esta postagem não tem direcionamento partidário. Vivemos hoje, no Brasil, uma situação constrangedora: em todas as agremiações partidárias, o mal da corrupção apresenta-se como uma sombra vergonhosa.
O Brasil para os brasileiros! Fomos roubados: roubaram nossa esperança, nosso futuro, nossa dignidade, muito mais do que o nosso dinheiro. Somos um povo doente, sem horizontes. Prevaleceram-se de nosso comodismo, de nossa incapacidade de reação. Compraram nossa consciência cidadã com bolsas, programas, “pacs”, copas e olimpíadas. Mudaram o rumo de nossa história, impingindo-nos ideologias inaceitáveis. Venderam nosso país a lobbys, que despejam aqui rios de dinheiro, para mudar os rumos de nossa vocação cristã-católica. Perdemos quase tudo. Agora, querem nos fazer acreditar que tantos escândalos, desvendados a duras penas, não são verdadeiros, nada mais são do que disputa política. É preciso dar um basta a tanta pouca vergonha. É preciso, antes de tudo, resgatar o Brasil e a nacionalidade. Este país precisa ressurgir dos escombros a que foi reduzido. Mais do que nunca, é preciso recomeçar a ser brasileiro. O Brasil e os brasileiros não merecemos tanta humilhação e tanta vergonha”.
Fonte: internet (circulando por e-mails).

sexta-feira, 18 de março de 2016

Os “concurseiros”, a crise e as oportunidades


Por João Soares Neto (*)
 “Todo aquele que para esperando que as coisas melhorem, verificará bem cedo que aquele a não parar e colaborar com o tempo, estará tão longe e jamais será alcançado”. Autor ignorado.
Recebo e-mail de jovem a se preparar para concursos havia dois anos. Se diz aflito, pois aplicou a reserva da família com o pagamento de mensalidades de cursinho caro frequentado, com atenção e afinco. Formara um grupo de colegas e varava noites estudando, revendo provas de concursos anteriores, vendo os “bizus” surgidos. E agora?
O desalento demonstra o reflexo do momento. Momentos passam. Essa crise tão divulgada, tão discutida e não encaminhada para pronta solução, pode causar transtornos a milhares de jovens, Brasil afora, aprestavam-se para a realização de concursos em todos os níveis de governo.
Os concursos voltarão, fique certo. Há funcionários públicos a atingir a idade compulsória ou o tempo de aposentadoria. As vagas precisam ser preenchidas e os terceirizados não têm a capacitação exigida para muitos cargos. É questão de tempo e paciência.
Entretanto, não se deixe desesperar nos primeiros embates da vida. O Brasil é campeão de crises. Todas, mais dia, menos dia, acabam. As estruturas de gestão vão precisar, agora de pessoas como você. Se estudou e aprendeu para ficar apto a realizar tarefas no serviço público, quando houver novos concursos, será aprovado.
Por outro lado, há muitas outras oportunidades além da “vida segura” na estabilidade do emprego público. As empresas privadas sobreviventes - afora aquelas com acesso a crédito fácil de bancos oficiais e contratadas para serviços e obras a órgãos públicos- podem ser um caminho.
As empresas privadas não vão poder pagar, inicialmente, os valores do pródigo governo, mas você deve ser ativo, capaz de executar as tarefas a si delegadas e se enquadrar na filosofia própria de cada uma delas. O caminho poderá não ser tão árduo. Dependerá não da sua subserviência ou jeitinho, mas do seu desempenho.
Você já ouviu contar histórias de pessoas a montar o próprio negócio? Essa é outra alternativa, mesmo com dinheiro seja curto. Procure saber de suas habilidades, dos seus conhecimentos e, principalmente, leia jornais, revistas, livros, frequente palestras e mude o seu olhar. Descubra oportunidades. Encarar a vida privada não é fácil. Não há férias, os lucros são baixos, a aposentadoria é risível, há impostos a pagar e você precisa tomar decisões rápidas em funções das ondas do mercado, tal como as marés. Haverá muitos impostos a pagar, mesmo se optar pela empresa simples.
Já ouviu falar em empreendedorismo? Leia sobre isso. Pesquise o não existente na região onde mora ou na cidades próximas. Para ser empreendedor é preciso entender as práticas da atividade. Se for familiarizado com a informática, melhor ainda. Há muita ideia nova surgindo. Crie ou venda produtos simples, de baixo preço. Uma recomendação: não imite, tente fazer o novo, descubra algo e veja se a ideia bate com o seu sonho. Sem sonhar e idealizar a vida perde o sentido.
Converse com a sua família, troque ideias com amigos, procure alguém mais velho da área escolhida, faça cursos breves, vá a palestras e se debruce sobre a internet. Tenha foco, disciplina e aja. Estabeleça um pequeno projeto e vá analisando ponto por ponto. Visite parques tecnológicos de universidades, desvende as inovações e não esmoreça.
As oportunidades existem. Elas dependem de gente com capacidade, habilidade e tenacidade. Há assessorias e materiais de leitura em universidades e afins. Fuja de gente temerosa. Arme-se de vontade e vá em frente. A vida é jogo de um só tempo. E corre rápida.
(*) João Soares Neto é escritor e membro da Academia Cearense de Letras.
Fonte: Publicado no jornal O Estado, em 9/10/2015.

quinta-feira, 17 de março de 2016

TRAGÉDIA URBANA


Celina Côrte Pinheiro (*)
De acordo com estatística do Detran-CE, datada de dezembro de 2015, há no Estado 1.226.722 motos, com predomínio do Interior. A frota cearense é a terceira maior do País e a primeira do Nordeste. O relativo baixo custo, as facilidades oferecidas para aquisição, a agilidade de deslocamento, a utilização para fins profissionais além do lazer, a insuficiência e inadequação de transporte público, a substituição de veículos de tração animal por motorizados estão entre os motivos que propiciaram o crescimento do número de motocicletas circulantes e, como consequência, um expressivo aumento no número de vítimas no trânsito.
Este lamentável fato não é decorrente apenas da maior vulnerabilidade do motociclista ao contexto do trânsito, onde se observam o desrespeito, a falta de educação e gentileza, a demonstração de poder, o desprezo à direção defensiva etc. por parte dos motoristas. A negligência de motociclistas às normas básicas de segurança, arriscando-se em manobras bruscas, é nítida. Fazem ultrapassagens indevidas, circulam pelas ciclofaixas, não obedecem aos sinais de trânsito, andam na contramão, dirigem sob efeito de substâncias psicoativas…
Um profundo desprezo à própria vida e às alheias. Sobretudo no Interior, não é incomum vermos condutores sem capacete ou portando-o de forma inadequada (solto na cabeça ou preso ao cotovelo), sandálias soltas nos pés, dois ou mais passageiros na garupa. Muitos sequer possuem carteira de habilitação.
De janeiro a agosto de 2015, contabilizaram-se 1.674 vítimas fatais no trânsito do Ceará. Dentre essas, 742 eram motociclistas (44,32%). Entre as 7.737 vítimas não fatais, 4.366 eram motociclistas (56,43%). As vítimas de acidentes com motos ocupam cerca de 70% dos leitos do Instituto Dr. José Frota (IJF). Uma tragédia urbana, com vultosos prejuízos pessoais, familiares e sociais, devendo ser encarada como mais uma importante questão de saúde pública.
É urgente dar-se um basta a esta realidade por meio de políticas públicas sérias, voltadas à prevenção, educação, fiscalização e repressão.
(*) Médica ortopedista e traumatologista. Presidentes da Sobrames/CE.
Fonte: Jornal O Povo, de 4/03/16. Opinião, p.8.