sábado, 31 de dezembro de 2016

ANEDOTAS DO QUINTINO II


Quintino Cunha era um notável poeta. Ficou famoso por motivos menos nobres é verdade, mas não menos interessantes. As suas respostas ferinas às provocações, as suas atuações como advogado dos oprimidos e a sua inteligência invejável e invejada, fizeram dele um mito. Muitas histórias surgiram e foram atribuídas ao Quintino. Nem todas são verídicas, mas a maioria tem registro. Aqui estão algumas das mais curiosas e também as suas melhores poesias. Esta seção pretende fazer justiça ao mérito de Quintino como poeta, já que, como repentista, é incontestável. Além disso, visa preencher uma lacuna. Até então, não existia nenhuma alusão ao célebre cearense na internet.

A Mãezinha Cega

Quintino Cunha era um notável poeta, mas se tornou uma figura lendária no Ceará mais pelas suas tiradas de espírito. Esses repentes faziam o deleite dos amigos e provocava a inveja dos gratuitos inimigos.
Antes de se formar em Direito, advogou como provisionado (advogado sem diploma, porém, autorizado). Quintino imperava como o melhor. Todos respeitavam o seu talento.
De uma feita, foi defender um pobre coitado que tinha matado um desafeto numa briga de bar. Deixou até o promotor comovido quando disse que o acusado era arrimo de família e cuidava sozinho da sua mãezinha cega de mais de oitenta anos. Por unanimidade o homem foi considerado inocente, apesar do bárbaro crime.
Na saída do tribunal, um amigo mais chegado perguntou:
- Quintino, quem é a mãe daquele infeliz?
O notável advogado (então provisionado) respondeu, para o espanto do amigo:
- Eu sei lá se esse "fie" de uma égua tem mãe!
(Do anedotário popular - Redação: Ceará-Moleque)
 
Sabe nadar...
Numa barbearia do centro de Fortaleza, a palestra lavrava entre fregueses e fígaros (barbeiro, em alusão a comédia Barbeiro de Sevilha).
O assunto era sobre mulheres infiéis. Um barbeiro que usava chifres por direito adquirido, disse, em tom categórico:
- Dr. Quintino, se eu fosse governo, mandava pegar todos estes "Cornélios convencidos", botava dentro de um navio e mandava a pique em alto mar.
O poeta olha bem a fisionomia do fígaro e diz:
- Você diz isso porque sabe nadar...
(Plautus Cunha - Anedotas do Quintino) 

Pergunta cretina e resposta idem
Um certo senhor, renomado médico por nome de Álvaro Otacílio Nogueira, sempre ficava à espreita de algum deslize de Quintino Cunha. No meio de uma conversa entre vários intelectuais vislumbrou a oportunidade de jogar-lhe uma "casca de banana" e provocou o poeta dizendo:
- Quintino diz aí três dessas besteiras que tens mania de falar.
Pausadamente, Quintino respondeu:
- Álvaro, Otacílio, Nogueira.
Fonte: Internet (circulando por e-mail e sem autoria definida).
Nota: Muitos causos de Quintino Cunha foram contados por seu filho Plautus Cunha, no livro Anedotas do Quintino. 16a Edição. Fortaleza-CE: Editora Ângelo Accetti, 1974.

Defesa de Tese em Saúde Coletiva (UECE) de Milena Lima de Paula


Aconteceu na tarde de 9/12/16, na Universidade Estadual do Ceará, a defesa de tese do programa de Doutorado em Saúde Coletiva em Associação Ampla da Universidade Estadual do Ceará, da Universidade Federal do Ceará e da Universidade de Fortaleza.
A banca examinadora, composta pelos Profs. Drs. Maria Salete Bessa Jorge, Mauro Serapioni, Sílvio Yassui, Marcelo Gurgel Carlos da Silva, Paulo Henrique Dias Quinderé e Mardênia Ferreira Vasconcelos, (suplente), aprovou a Tese “Avaliação das pesquisas relacionadas a usuários de crack e sua interface com resolubilidade dos serviços”, apresentada pela doutoranda MILENA LIMA DE PAULA, orientada da Profa. Dra. Maria Salete Bessa Jorge.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor do Doutorado em Saúde Coletiva

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

FESTAS DE FIM DE ANO


Por Affonso Taboza (*)
Primeiros dias de novembro, vitrines em metamorfose. São os ensaios da melhor temporada de vendas do ano. Pinus elliottii de plástico são vistos em toda parte.
Árvore nativa do Hemisfério Norte, nada tem a ver com nossa cultura tropical, mas integra o pacote de Natal que foi por nós absorvido em sua inteireza com neve, trenó e rena, e mais um velhinho branco de cabelo e barba de neve, roupa extravagante de seda vermelha, cinturão grosso de fivela grande e quadrada, entrando pela chaminé das lareiras com um saco de presentes.
Casa brasileira não tem lareira. Menos ainda, chaminé. Mas Natal é isso, sonho, e foi esse o sonho que se cristalizou em nossas mentes, vindo dos povos do Norte.
Nos presépios, até as ovelhas e burregos são delicados, angelicais.
Tentativas de tropicalizar o Natal nasceram mortas. Cajueiro? Árvore seca da caatinga? Isso não é árvore de Natal. Raramente se vê, nas vitrines, manjedoura com a criancinha de braços abertos, o homenageado da vez. Festeja-se o seu natalício, mas dele poucos se lembram. Mal se ouve seu nome. A criancinha não vende. Quem vende é o velhinho do saco de presentes, sutilmente sugerindo compras.
Noite do dia 24. Família reunida na sala, o pinus se destaca pelo jogo de luzes e seus enfeites reluzentes. É a peça mais bonita, aquela que dá o clima. Conversa animada, discreta euforia, músicas especiais, distribuição se presentes, ceia. Fim de festa.
Alguém se lembrou do nascimento de Jesus? Alguém cresceu espiritualmente com a festa religiosa? Talvez ninguém. Também, pudera! Não foi festa religiosa.
Foi a festa do comércio.
Uma semana depois, Ano Novo. Roupa nova, de preferência branca. Mas branca por quê? Sabe-se lá! Falam num culto a Iemanjá, uma entidade religiosa importada da África. Pra mim, qualquer roupa veste. Nem venham com essa de uvas. Desde quando mastigar uva na passagem dá sorte o ano inteiro?
Sorte é romper o Ano Novo com o bilhete premiado da Mega Sena no bolso! O resto são desejos, votos, anseios, que comumente se esvaem nas agruras do dia a dia, ao longo do feliz ano novo.
Mas e daí? Não se deve festejar a passagem do ano? Claro que sim! Cair no embalo! Um ano inteiro de porradas, com pequenos intervalos de refresco, é dose muito forte. Um pouco de fantasia e esperança temperadas com doses de scotch ou vinho, e o pipocar dos fogos de artifício, ajudam a empurrar o carro pra frente.
Vamos ao Réveillon!
(*) Coronel Reformado do Exército Brasileiro e membro do Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará.
Fonte: Publicado In: O Povo. Fortaleza, 12/12/2016. Opinião. p.11.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

MATEM OS VELHINHOS


Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
A saúde passou a ser um bem de consumo. A razão pela qual a medicina seguiu essa tendência é que o valor do trabalho médico não pode ser medido unicamente pelo ganho monetário. Mas foi a essa degeneração que assisti, ao longo de meus 55 anos de vida profissional no Brasil.
Com o encolhimento do Governo no Setor da Saúde, assisto à privatização da medicina e o surgimento dos hospitais luxuosos para atender a uma minoria que (ainda), pode pagar um plano de Saúde. O resultado dessa política foi o sucateamento da Medicina Estatal, da Previdência Social e das ações do Ministério da Saúde.
Importaram-se modelos completamente estranhos à nossa tradição médica. Explicações do tipo: aumento de custos, tecnologias novas e caras ou aumento da média de vida do brasileiro não me parecem elucidação convincente para o “Caos na Saúde”.
Nossos principais hospitais particulares são símbolos de ostentação de riquezas e se assemelham mais com bancos ou hotéis de cinco estrelas. Parecem exemplos de exibição de riqueza aparente ou de riqueza ilícita, obtida com o sofrimento alheio. Ao lado desse luxo, as filas vergonhosas dos pobres a mendigar atendimento médico, do outro lado da calçada, são de doer.
Com a valorização da tecnologia, os médicos passaram a ser meros manipuladores de máquinas. Outro fato a que assisto surpreso é o investimento em belas aparelhagens médicas, fazendo com que consultórios, clínicas e hospitais pareçam mais shoppings ou grandes magazines. São vassalos da sociedade do consumo. Vendem produtos de propaganda às classes dominantes, principalmente, e quando algum fazedor de opinião adoece o tratamento é diferenciado (Tratamento VIP), dedicação exagerada dos afamados nosocômios e medalhões médicos (seus dependentes, salvo as exceções de praxe), que deveriam ser poupados, numa hierarquia do saber, para os casos de maior complexidade. Trocam tudo – não exclusivamente pelo dinheiro – mas pelo agradecimento na imprensa.
O que noto é que (salvo no caso de alguns poucos esculápios) a importância social ou política do doente vale mais do que a complexidade da sua – doença. Como psicossomatista entendo que o bom médico não é o que trata da doença e sim do doente, da Pessoa Humana.
O recurso a procedimentos sofisticados, usados desnecessariamente (maioria das vezes) em detrimento de uma boa história clínica e um cuidadoso exame físico, passou a ser a norma. Isso faz com que os que mais necessitam desses procedimentos de alta tecnologia não sejam atendidos, pelo excesso de demanda. Aos poucos que possuem condições ou acessos as benesses desses maravilhosos avanços médicos sempre há uma vaga. Um jeitinho…
O reflexo disso é um desnível no atendimento médico, pior que o desnível social, podendo ser comparado à fome endêmica e ancestral de nossa população. A maioria dos preteridos tem cor de pele com um pouco mais de melanina.
Nem nos países mais ricos há tantos gastos com exames desnecessários. A maldade de conservar em CTI ou UTI certos pacientes irrecuperáveis que ficariam mais bem assistidos na companhia dos familiares, garante aos hospitais lucros comparáveis aos dos bancos. O que importa é o aumento do faturamento, não o bem-estar da pessoa.
O resultado é o desbaratamento dos jovens médicos e médicas. No fim, quem mais padece com esse encolhimento do Estado no setor da Saúde são os pacientes, principalmente as mulheres, os idosos e as crianças. O povo pobre é o que mais sofre, assim como a classe média (em extinção), com as prestações estratosféricas cobradas por esses empresários da saúde (ou da doença), pois passam a trocar a compra de comida pela prestação do Seguro.
Tenho muita pena principalmente dos velhos. Dizem por aí que existe muito mais Esperança no choro de uma criança do que um sorriso na boca de um idoso. Foi no que deu a privatização da medicina no nosso País. Não adiantam mutirões ou meias medidas. O problema do nosso sistema de saúde é político (com P maiúsculo).
Quando eu era jovem e exercia a função de chefe da Pediatria do Hospital Agamenon Magalhães (Recife), nenhum de seus médicos ou funcionários necessitava de planos de saúde, pois os melhores e mais bem aparelhados hospitais eram os estatais.
Como os tempos mudaram para pior! É, o cenário não aponta para muitas melhorias, introduzidas pelas obras faraônicas dos hospitais que atendem aos malfadados convênios. O mundo mudou, porém, pelo que sei, digo e repito: – o Homem não mudou. Sua anatomia ou seus sentimentos permanece os mesmos.
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

CITAÇÕES BÍBLICAS


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Segundo Voltaire, “Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males”. Assim, selecionamos 10 citações bíblicas, pois acreditamos ser a Bíblia o livro básico e universal, origem de todas as composições literárias da humanidade. É a palavra de Deus e nos permite fazer reflexões compatíveis com o amor. Este sentimento abre as portas do coração para a felicidade. Sem dúvida, uma pessoa feliz vive em harmonia com o bem. Eis pois, as mencionadas citações:
1. Eu tenho visto tudo o que se faz neste mundo e digo: tudo é ilusão. É tudo como correr atrás do vento. (Eclesiastes-1. 14);
2. Neste mundo eu também reparei o seguinte: no lugar onde deviam estar a justiça e o direito, o que a gente encontra é a maldade. (Eclesiastes – 3.16);
3.Felizes são aqueles que ajudam os pobres, pois o Senhor Deus os ajudará quando estiverem em dificuldades! (Salmos – 41.2);
4.Faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida, para que tenhamos um coração sábio. (Salmos – 90.12);
5.Não abandone a lealdade e a fidelidade; guarde-as sempre bem gravadas no coração. (Provérbios – 3.3);
6.Quem esconde a verdade causa problemas, mas quem critica com franqueza trabalha pela paz. (Provérbios – 10. 10);
7.Pois onde há inveja e egoísmo, há também confusão e todo tipo de coisas más. (Tiago – 3.16);
8. Cuidado com os falsos profetas! Eles chegam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos selvagens. (Mateus – 7.15);
9.Fale a favor daqueles que não podem se defender. Proteja os direitos de todos os desamparados. (Provérbios – 31.8) e
10. O ódio é cruel e destruidor, mas a inveja é pior ainda. (Provérbios – 27.4).
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Haverá um falsificador genial à solta no mundo da arte?


Por  
Por Lucinda Canelas
A Sotheby’s devolveu 9,4 milhões de euros ao comprador de um retrato de Frans Hals. Motivo? Era falso. Estaremos perante “o melhor falsificador de todos os tempos” e o maior escândalo dos últimos cem anos?
O mercado da pintura antiga tem sido agitado nos últimos meses por uma série de episódios que envolvem obras falsas, ou pelo menos sob suspeita, de pintores como Parmigianino, Orazio Gentileschi, Lucas Cranach, o Velho (1472-1553), e Frans Hals. No caso destes dois últimos – Vênus com um Véu e Retrato de um Homem Desconhecido – há um denominador comum: ambas pertenceram a Giulano Ruffini, identificado em junho pelo Art Newspaper, publicação especializada em notícias do mundo da arte, como sendo um colecionador francês de 71 anos que diz ter vendido por muitos milhões de euros várias obras de grandes mestres a importantes leiloeiras em Londres, Nova Iorque, Paris e Milão. Obras que agora estão sob apertado escrutínio e que poderão dar origem a um enorme escândalo.

Falso Cranach "Vênus com um véu"
Quem será o falsário ou falsários capaz de executar pinturas que passam por verdadeiras aos olhos dos galeristas e dos peritos das leiloeiras, supostamente experientes? Será que grande casas como a Sotheby’s e a Christie’s estão a desleixar-se na hora de avaliar o que se propõem vender? Perguntas como estas estão agora a ser feitas nos bastidores e nas páginas de jornais e revistas e a alimentar a imaginação dos que se habituaram a ler romances em que o mistério começa (e às vezes também acaba) numa obra de arte.
Um destes falsos, soube-se esta semana, foi transacionado pela leiloeira Sotheby’s em 2011, numa venda privada. É o retrato de um homem desconhecido, considerado uma obra de Frans Hals (1582/83-1666), um dos mais reputados pintores do chamado “Século de Ouro” holandês, ultrapassado apenas por Rembrandt e Vermeer.

Falso Frans Halls "Retrato de um homem desconhecido"
A Sotheby’s, que agora veio a público assumir o erro na atribuição do retrato, devolveu há meses ao comprador o montante que este pagara por ele – 10,6 milhões de dólares (9,4 milhões de euros) – e é bem provável que venha a processar o galerista que lhe fez chegar a obra.
Segundo o Antiques Trade Gazette, semanário para quem negoceia no mercado da arte, a Sotheby’s limitou-se a mediar a venda, que na realidade tinha como origem o galerista londrino Mark Weiss, que no passado se viu envolvido noutros escândalos mediatizados mas que já teve na sua lista de clientes instituições tão importantes como a Tate Britain e o English Heritage. O comprador será um americano cuja identidade não foi revelada.
Garante o semanário que, de momento, não há qualquer suspeita de que a leiloeira ou o galerista soubessem de antemão que estavam a negociar uma pintura falsa.

Uma Vênus falsa

A autenticidade do retrato de Hals passou a ser uma preocupação para a Sotheby’s quando, em Março, Vênus com um Véu, de Lucas Cranach, o Velho, foi retirada de uma exposição em Aix-en-Provence no âmbito de uma investigação das autoridades francesas que a colocava num lote de obras que, muito provavelmente, tinham sido falsificadas com o recurso às mais avançadas tecnologias, informou a leiloeira num comunicado esta quinta-feira. Esta obra do pintor alemão fora vendida em 2013 por sete milhões de euros ao príncipe do Liechtenstein, João-Adão II, pela galeria londrina Colnaghi, e está agora a ser examinada pela equipa do Museu do Louvre, em Paris, segundo a revista britânica de economia Money Week.
Perante o caso Cranach, a leiloeira avisou o comprador do retrato holandês. Depois, em conjunto, encomendaram uma “análise técnica de alta-qualidade que demonstrou que a obra era uma falsificação”, explicaria mais tarde a Sotheby’s à Antiques Trade Gazette. Esta “análise material”, forense, ter-se-á centrado, em boa parte, nos pigmentos usados e não deixou dúvidas. A aplicação de materiais modernos tornou evidente que a pintura não poderia ter sido feita no século XVII: “Continha materiais sintéticos que foram produzidos pela primeira vez no século XX”, lê-se ainda no referido comunicado.
Em 2011, quando a obra de Frans Hals foi vendida, fora feito um exame dendocronológico (método que permite determinar a idade do suporte com base nos padrões dos anéis da madeira nele usada) que não levantou quaisquer suspeitas quanto à antiguidade da obra. Ou seja, a madeira da pintura é antiga, mas os pigmentos com que foi executada (ou pelo menos alguns deles) não são.
Para o historiador de arte britânico Bendor Grosvenor, um especialista em pintura antiga, o caso deste falso retrato de Frans Hals é simplesmente “extraordinário”. E porquê? “O que é incrível é a qualidade e o facto de não ser uma cópia”, disse aos microfones da BBC Radio 4. “Ele [o falsário] conseguiu capturar a aura de Hals e ao mesmo tempo criar uma composição que é totalmente nova.” Se o retrato de Hals ou a pintura de Cranach são falsos, e Grosvenor acredita que é bem provável que o sejam, “estamos a lidar com o melhor falsificador de todos os tempos”.

A proveniência é tudo

O retrato de Frans Hals e a Vênus de Cranach são apenas duas das pinturas que a polícia francesa poderá vir a incluir um vasto lote de potenciais falsificações quando der por terminada a investigação. Um lote que fará parte de uma fraude que poderá ultrapassar os 220 milhões de euros e que inclui, por exemplo, uma pintura do italiano Orazio Gentileschi (1563-1639) que até já esteve exposta na National Gallery de Londres. Esta obra esteve também nas mãos do homem que tinha o retrato do pintor holandês – Mark Weiss.
O galerista Bob Haboldt, ouvido pela edição de domingo do tablóide britânico Daily Mail, que fez eco da investigação do francês Journal des Arts a propósito da Vénus de Cranach, publicada em Setembro, afirmou ser bem possível que a operação das autoridades de Paris venha a expor uma lista de falsos que pode chegar às 25 obras. “Este é o maior escândalo na arte dos últimos 100 anos”, disse Haboldt, que tem representações em Paris e Nova Iorque, referindo-se a “falsificações altamente sofisticadas”.
O que este caso vem demonstrar, disse à agência de notícias Bloomberg Richard Feigen, um outro negociante de pintura antiga que trabalha a partir de Nova Iorque, é que o grau de sofisticação dos falsários contemporâneos é cada vez maior, o que deve fazer com que as leiloeiras e os seus avaliadores sejam cada vez mais atentos e exigentes. “É um dos maiores escândalos de que me lembro”, acrescentou o galerista que tem loja aberta há 60 anos. “Não há nada de que me recorde a esta escala e com esta variedade de artistas.” O Cranach e o Gentileschi (David Contemplando a Cabeça de Golias) foram-lhe oferecidos como possibilidade de negócio, mas Feigen, que em janeiro vendeu outra obra do pintor italiano por 30,5 milhões de dólares (27,2 milhões de euros) ao J. Paul Getty Museum, não chegou sequer a ter oportunidade de os avaliar.
Falso Gentileschi "Davi contemplando a cabeça de Golias".
Não será a primeira vez que o mundo se vê confrontado com um falsificador talentoso – basta pensar em Wolfgang Beltracchi e nas pinturas que fez e que passaram como originais de Max Ernst e foram parar à colecção do Museu Metropolitan, em Nova Iorque –, mas o que estes episódios recentes vêm sublinhar é que, quando se trata de decidir o que fazer perante a possibilidade de comprar uma obra de arte, antiga ou não, “a proveniência é tudo”, escreveu recentemente o editor de arte da BBC, Will Gompertz. Para que uma obra venha com garantia, é preciso saber quem foram os seus donos no passado e o que fizeram com ela no que à conservação e ao restauro diz respeito. “As falsificações são bem mais comuns do que muitos no mercado da arte estão dispostos a admitir em público.
O galerista Bob Haboldt concorda: “É difícil identificar estas obras como falsas, mas a falta de informações credíveis quanto à sua proveniência e de referências [a elas] nas numerosas publicações sobre estes artistas deviam ter levantado suspeitas junto dos negociantes.
Haboldt acredita que a lista das obras envolvidas no escândalo será revelada em breve. As autoridades francesas estarão a investigar uma rede de falsários italiana, escreve o Mail on Sunday, avançando com a possibilidade de o francês Giuliano Ruffini ser uma peça-chave em todo o esquema. É que o Hals e o Cranach não foram as únicas pinturas vendidas por este homem que continua a dizer ser apenas um coleccionador, não um especialista. Ao Art Newspaper chegou mesmo a lembrar que não apresentara nenhuma das obras que vendeu como sendo verdadeira.
Fonte: UOL Notícias, 10/10/2016.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

É NATAL?


Por João Soares Neto (*)
O que caracteriza o Natal? A sociabilidade aumentada? A mudança do estado de espírito? Mais proximidade com a família? Ouvir e ver os anseios encomendados nas televisões? Acreditar em saúde melhor? A intenção, mesmo passageira, de servir, ajudar o próximo? A cultura do nosso dia a dia? A esperança de fazer algo novo, empreender?  E como ficam as finanças no balanço já em curso?  Empatam, pelo menos?
Há um pouco de cada um do especulado no parágrafo acima, mas Natal é, antes de tudo, simbologia. A necessidade pessoal de se sentir melhor do que é na realidade; deixar por menos os inesgotáveis motes familiares; ver a saúde como o resultado da genética, dos exercícios feitos ou não, do comido, do bebido e de como nos aceitamos no nosso mundinho real e no imenso universo.
Natal é, mesmo assim, sinal de vida. Somos parte da humanidade. Essa a enfrentar-se no Oriente Médio de forma absurda para os nossos olhares não árabes; ver a decadência política e econômica do Brasil causada pelo descaso de cada um de nós, os eleitores. Não era para ser assim?! Era. Nós somos causa e efeito do todo a nos aturdir. 
Em seguida, logo ali, o ano novo, um dia igual a todos, pois feriado dito da confraternização universal. Exato nesse dia nos trancamos em nossas casas, dando trato à imaginação e na reflexão feita não encontramos a pedra filosofal ou mera saída.  Daqui a menos de um mês, a Casa Branca voltará a ser branca. E o Jaburu? Feliz Natal!
(*) João Soares Neto é escritor e membro da Academia Cearense de Letras.
Fonte: Publicado no jornal Diário do Nordeste, Ideias, 24/12/16.

domingo, 25 de dezembro de 2016

Natal na Cadeia em 2016


Fonte: Circulando por e-mail (internet). Fotomontagem sem autoria explícita.

Ceia de Natal: peru X peixe


Fonte: Circulando por e-mail (internet). Fotomontagem sem autoria explícita.

PAPAI NOEL EVITANDO O PT EM 2016


Chargista: Não explícito.
Fonte: Circulando por e-mail (internet).

sábado, 24 de dezembro de 2016

Ceia de Natal de 2016


Fonte: Circulando por e-mail (internet). Fotomontagem sem autoria explícita.

NATAL DO DEUS CONOSCO


Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)
A ressurreição é o momento da eternização do humano e o Natal é a humanização do eterno
Mais uma vez nos preparamos para comemorar o Natal. A cada ano, a sensação que se tem, por meio das propagandas veiculadas na mídia, é que está se perdendo mais e mais o verdadeiro sentido do Natal.
Papai Noel tornou-se o símbolo do Natal, e a festa do nascimento do Deus Menino, que nasceu numa simples manjedoura, pobre entre os pobres, na gruta de Belém, tornou-se um pretexto para um consumismo desenfreado.
Até mesmo entre nós, católicos, muitos sabem que celebram o nascimento de Jesus, mas não se atém à grandiosidade que envolve este fato.
Embora não se tenha certeza do dia exato do nascimento de Jesus, comemoramos o Natal no dia 25 de dezembro, como a grande festa do aniversário de Jesus. A festa do Natal é de fundamental importância para o cristianismo, pois celebra-se a encarnação de Deus feito homem (Jo 1, 14). Jesus, o Emanuel, Deus Conosco que entra na história como uma frágil criança. É Deus, que esvaziando-se de si mesmo, vem a nós assumindo nossa condição humana em tudo, menos no pecado. Vem para trazer a luz, a paz, a salvação.
Este é o significado por excelência do Natal cristão, porém ao longo da história, devido à onda excessiva de consumismo, o sentido dessa festa foi se perdendo.
Por que celebrar o Natal? A cada ano, somos chamados por Deus a celebrar esse dia significativo na história da salvação, porque Natal é renovação.
No tempo do Natal, as pessoas se tornam mais solidárias; nesta época de Natal, existe um clima diferente. Porque a cada ano somos chamados a enxergar uma realidade: Natal é Natal, porque Jesus nos dá esse presente. Parece óbvio, mas o mundo se torna melhor nesse tempo porque os homens recebem uma graça de Deus. A vida recebe um enfeite e as pessoas ficam com coração mais mole. A cada ano, Deus nos concede este momento de humanização. A ressurreição é o momento da eternização do humano e o Natal é a humanização do eterno. E, ao celebramos o eterno no humano, nos tornamos melhores.
No Natal temos a possibilidade de celebrar o que há de mais bonito: o rosto mais lindo da face humana, Deus em nós.
Por isso, finalizo dizendo - deixe essa magia do Natal, essa energia do eterno em nós fazer aflorar o sorriso mais largo, o olhar mais profundo, as palavras mais doces. Deixe aflorar o belo que há em você, o Deus materializado em você.
O céu e a terra na noite santa de Natal trocam presentes, quem ganha somos nós. Deixe, permita, alimente que Deus em você possa se manifestar. Viva em toda sua plenitude essa experiência do amor de Deus, porque Natal é amor.
Deus visitou seu povo, nos libertou e trouxe para nós o salvador.
Natal com Jesus é Natal!
(*) Fundador e presidente da Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 6/12/2016. Espiritualidade/Fé. p.11.

Mensagem de Natal do Papa Francisco - 2014


FELIZ NATAL
O Natal costuma ser sempre uma ruidosa festa; entretanto se faz necessário o silêncio, para que se consiga ouvir a voz do Amor.
Natal é você, quando se dispõe, todos os dias, a renascer e deixar que Deus penetre em sua alma.
O pinheiro de Natal é você, quando com sua força, resiste aos ventos e dificuldades da vida.
Você é a decoração de Natal, quando suas virtudes são cores que enfeitam sua vida.
Você é o sino de Natal, quando chama, congrega, reúne.
A luz de Natal é você quando com uma vida de bondade, paciência, alegria e generosidade consegue ser luz a iluminar o caminho dos outros.
Você é o anjo do Natal quando consegue entoar e cantar sua mensagem de paz, justiça e de amor.
A estrela-guia do Natal é você, quando consegue levar alguém, ao encontro do Senhor.
Você será os Reis Magos quando conseguir dar, de presente, o melhor de si, indistintamente a todos.
A música de Natal é você, quando consegue também sua harmonia interior.
O presente de Natal é você, quando consegue comportar-se como verdadeiro amigo e irmão de qualquer ser humano.
O cartão de Natal é você, quando a bondade está escrita no gesto de amor, de suas mãos.
Você será os “votos de Feliz Natal” quando perdoar, restabelecendo de novo, a paz, mesmo a custo de seu próprio sacrifício.
A ceia de Natal é você, quando sacia de pão e esperança, qualquer carente ao seu lado.
Papa Francisco
Quinta-feira, 25 de dezembro de 2014, às 12h06
Fonte: Sites e blogs diverso. Circulando por e-mails.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

VARIAÇÕES NATALINAS


Pedro Henrique Saraiva Leão (*)
Quisera escrever uma crônica dezembrina, mas sem os cediços chavões sazonais. Sem neve, renas ou papai Noel. Sem trenós, apenas carros-pipa. Não havia avelãs, pinheiros, mas xiquexique e mandacarus. Viera encontrar-se com um rio prometido, dele beber, nele banhar-se. Também para transformar o agreste em pomar. Recolher facas e distribuir pão. Vinha de longe... tangendo velhas ovelhas, cavalgando trôpego pangaré. Ambos macérrimos, costelas à mostra. Pendendo de longo cacete de jucá, ostentava puído “lábaro” estrelado (bandeira, estandarte, enunciado na confusa letra do nosso hino nacional, o povo cantando sem entender).
Apresentava profundos vincos no rosto, quais talhados a golpes de faca. Suara muitos sóis, irrigando aquele chão gretado. Muitas luas prateavam seus cabelos. Transpirava o sangue do sofrimento. No gibão de couro tocos de pão, nacos de fumo, pedaços de rapadura e resto de farinha, lembravam o estirão percorrido. Lutara contra seca, aluvião, fome, fauna e flora, enfrentara leões, moinhos de vento, desafiara a sorte, o amor e a morte. Provara até “um certo contato com a lua”, evocando o poeta Antônio Girão Barroso. Escapara de areias movediças. Bárbaros e bérberes. Fora picado por três cobras que criara; indabém que Deus, ao concebê-lo, vedara-lhe o corpo para os vírus, vícios e venenos da vida. Peregrinando por ínvias vias, atravessara rios, vadeara riachos, escalara serras, penedias e noites sem fim.
Certa feita, embora cogitando desistir, descumprir promessas, pedir meças ao homem lá de cima, pensou mais. Carregando sua cruz, preferiu aguardar o último trem. Esperar, ia. Acreditava valer a pena, pois tinha a alma grande. Só, carecia de mais paciência. Tê-la-ia! O tempo não tarda, e tem todo o tempo para esperar. Sabia que vida é véspera. Aliás, a água da chuva não era preta como aparentavam as nuvens.
Deste provérbio africano lembrava-se sempre o professor Newton Gonçalves, na Faculdade de Medicina do meu tempo (1958-1963). Cuidava agora fosse nascer de novo, nova mente. Vencidos os demais perigos da existência, as incertezas das esquinas, o desamor dos amigos, os desacertos do destino, domadas as dores da consciência, chegava, afinal.
Não soaram sinos à sua chegada, mas balidos de ovelha, e guizos de cascavel. Bois berravam o contraponto. Não trazia ouro, mas pedaços de mica, e galhos de mirra por incenso. Contudo, trazia esperança. Viera adorar o divino infante Jesus, terno, tenro e eterno ramo de fé, para plantarmos no coração e embalar nos nossos braços cansados. Lembrou-se do retorno dos mortos para a ceia natalina – “e o que lhes iremos dizer? / aos mortos, quando chegarem? / o que, meu Deus! / os teus segredos, os meus?”. Chorou. Amanhã seria outro dia. Sorriu. Pecaríamos menos e amaríamos mais. E nossos pecados serão perdoados. Aleluia! Feliz Natal!
N.b. Os versos aspeados são de “meus eus”. Edições UFC, Fortaleza, 1994.
(*) Professor Emérito da UFC. Titular das Academias Cearense de Letras, de Medicina e de Médicos Escritores.
Fonte: O Povo, Opinião, de 21/12/2016. p.10.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Exame de Qualificação do Mestrado em Gestão em Saúde (UECE) de Paulo Romão


Flagrante da banca com o mestrando, logo após o Exame de Qualificação do enfermeiro Paulo Romão Ribeiro da Silva. Paulo Romão está ladeado pelos professores Mauro Serapioni e Marcelo Gurgel Carlos da Silva, à esquerda, e por Ilse Maria Tigre de Arruda Leitão, à direita. (Foto cedida pelo mestrando).
Aconteceu na tarde de 20/12/16, na Universidade Estadual do Ceará, mais um Exame de Qualificação de Mestrado Profissional em Gestão em Saúde – MEPGES, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPSAC), da UECE.
A banca examinadora, composta pelos Profs. Drs. Mauro Serapioni (orientador), Marcelo Gurgel Carlos da Silva e Ilse Maria Tigre de Arruda Leitão, aprovou o Projeto de Dissertação “Avaliação da atenção primária à saúde da perspectiva do usuário no município de Tianguá-CE”, apresentada pelo mestrando PAULO ROMÃO RIBEIRO DA SILVA.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor do PPSAC-UECE

Exame de Qualificação do Mestrado em Gestão em Saúde (UECE) de Micael Nobre


Flagrante da banca com o mestrando, logo após o Exame de Qualificação do farmacêutico Micael Pereira Nobre. Micael está ladeado pelos professores Ilse Maria Tigre de Arruda Leitão e Marcelo Gurgel Carlos da Silva, à esquerda, e por Vânia Cordeiro de Matos, à direita. (Foto cedida pelo mestrando).
Aconteceu na tarde de 20/12/16, na Universidade Estadual do Ceará, mais um Exame de Qualificação de Mestrado Profissional em Gestão em Saúde – MEPGES, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPSAC), da UECE.
A banca examinadora, composta pelos Profs. Drs. Marcelo Gurgel Carlos da Silva (orientador), Ilse Maria Tigre de Arruda Leitão e Vânia Cordeiro de Matos, aprovou o Projeto de Dissertação “Avaliação da assistência farmacêutica nos municípios da microrregião de saúde de Baturité-Ceará: construção e validação de um instrumento”, apresentada pelo mestrando MICAEL PEREIRA NOBRE.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor do PPSAC-UECE

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Defesa de Memorial para Professor Titular da Infectologia da UFC de Mônica Façanha


Flagrante da Comissão Especial Julgadora, logo após a defesa de Tese da médica Mônica Cardoso Façanha. A Profa. Mônica está ladeada pelos professores Drs. Everardo Albuquerque de Meneses e Helena da Silva Pitombeira, à direita, e por Manassés Claudino Fonteles e Marcelo Gurgel Carlos da Silva, à esquerda.
(Foto cedida por Profa. Mônica Cardoso Façanha).
Aconteceu na manhã de sexta-feira (16/12/16), no Auditório Paulo Marcelo da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, a Defesa de Memorial, seguida da avaliação de desempenho, para a promoção funcional da classe de professor associado 4 para Professor Titular do Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da UFC.
A Comissão Especial Julgadora, composta pelos Profs. Drs. Everardo Albuquerque de Meneses, Manassés Claudino Fonteles, Helena da Silva Pitombeira e Marcelo Gurgel Carlos da Silva, aprovou o Memorial apresentado pela professora doutora MÔNICA CARDOSO FAÇANHA.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor do PPSAC-UECE

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

REFLEXÃO SOCIAL


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
A questão social poderia ser analisada sob dois aspectos complementares. Na forma tradicional, caracterizada pela realização de investimentos e dispêndios nas atividades sociais básicas (educação, saúde, habitação, alimentação, etc), e na forma comportamental, representada por manifestações de caráter coletivo ou individual, tendo por orientação princípios filosóficos, religiosos, éticos, dentre outros. Acreditamos, inclusive, que os investimentos e gastos sociais só evidenciarão eficácia permanente e estratégica desde que ocorram modificações no comportamento dos governos (aspecto coletivo) e das pessoas (aspecto individual). É fundamental estimular o debate e tentar mostrar a importância do capital social comportamental. Ademais, não só por palavras, mas também mediante atitudes simbólicas podemos externar bom comportamento. Não basta apenas realizar investimentos ou gastos na área social, mas precisamos de paz, justiça e liberdade, do ponto de vista coletivo, bem como do trinômio, amor, solidariedade e humildade na conduta individual. Com relação ao aspecto coletivo ou governamental, não é conveniente a busca do poder pelo poder. Orientações maquiavélicas, por sua vez, não conduzem um povo a uma situação de tranquilidade política, ordenamento jurídico e crescimento com distribuição de renda. O poder deve ser conquistado democraticamente. Sob o ângulo individual, o trinômio mencionado somente será alcançado na medida em que as pessoas possam ampliar, cada vez mais, os sentimentos espirituais e não apenas os ligados aos valores materiais. A existência humana não significa somente viver, porém procurar razões para viver com dignidade.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Publicado no Diário do Nordeste, Ideias. 29/7/2016.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

PRAÇA PORTUGAL REPAGINADA


Por Affonso Taboza (*)
Está bonita a praça, bem mais que antes da reforma. Estaria irreconhecível não fosse o conhecido desenho: círculo central com pracinhas nos quatro cantos, e o belo monumento em homenagem à pátria portuguesa que de longe se vê. Dá gosto caminhar, ver os detalhes. Era o ouro da coroa e continua sendo, agora com muito mais quilates.
O círculo central, antes inacessível devido ao forte trânsito de veículos e ausência de sinalização, pode agora ser alcançado com facilidade e absoluta segurança. Desapareceram os meios-fios incômodos de 30 centímetros de altura; e o círculo central com as quatro pracinhas, bem mais amplas, estão nivelados com as calçadas das avenidas Dom Luís e Desembargador Moreira. Os idosos agradecem. Jardins bem projetados completam o visual agradável. É difícil, em curto espaço, citar o que de bom ali foi feito, quase tudo que se poderia desejar de um ambiente gostoso de lazer nos fins de tarde – se houver segurança! Aliás, este item merece comentário em outra oportunidade.
O item mobilidade foi bem resolvido e merece um elogio especial: tráfego de veículos em absoluta harmonia com o de pedestres nos quatro lados da praça. Abundam semáforos e faixas de pedestres, facilitando sobremodo os acessos. Parabéns aos engenheiros que resolveram o intrincado problema de compatibilizar, numa praça com aquela geometria, o tráfego intenso de veículos com a necessidade de circulação de pessoas.
Costuma-se dizer que da discussão nasce a luz. Concordo, com uma ressalva: se os participantes forem bem intencionados e predispostos a aceitar ideias alheias. Parece que isso aconteceu em relação à Praça Portugal. Intenso e demorado debate se travou em torno da reforma do logradouro. Eu mesmo escrevi um artigo (Vão matar a praça, O POVO, 31/5/2015), quando se falou em ali construir um túnel.
Era plano da Prefeitura implantar um cruzamento convencional, com boas razões, pois ali se encontram em ângulo reto duas artérias importantes. O projeto era bonito e prático, mas contra ele se insurgiu uma parcela da população, que não aceitava alteração no traçado original da praça, a mais bela da Cidade. Face aos poderosos argumentos e à determinação dos oponentes, a Prefeitura teve a sabedoria de recuar e determinar fosse o assunto reestudado. Daí surgiu a beleza que foi entregue nestes dias à Cidade.
Na praça, como em tudo na vida, inexiste solução perfeita e acabada. A transformação do local em cruzamento simples era prática e garantia a perfeita mobilidade de veículos e pessoas, mas privava a Cidade de um belo logradouro. A decisão finalmente adotada produziu o resultado que lá está, belo, prático, quase perfeito. De parabéns a Cidade pelo presente que ganhou.
(*) Engenheiro civil e militar e membro do Instituto do Ceará – Histórico, Geográfico e Antropológico.
Fonte: Publicado In: O Povo. Fortaleza, 7/09/2016. Opinião. p.10.

domingo, 18 de dezembro de 2016

BANDEIRA$ DO M$T


 Chargista: Lane.
Fonte: Circulando por e-mail (internet).

O DIA DO MST NO FUTURO


 
Chargista: Indecifrável (reuben.org).
Fonte: Circulando por e-mail (internet).

sábado, 17 de dezembro de 2016

UECE FORMA SUA NONA DE MEDICINA


Mesa diretora da Colação de Grau da MedUece 2016
A Universidade Estadual do Ceará (UECE) realizou ontem, dia 16 de dezembro, às 15h30, no Auditório Paulo Petrola da Reitoria, a solenidade de Colação de Grau do curso de Medicina do ano 2016, com 28 concludentes. Esse número foi o menor das turmas já formadas pela UECE porque dez de seus alunos tomaram parte no Programa Ciências sem Fronteiras, cumprindo um ano de intercâmbio no exterior, e devem colar grau na turma de 2017.
O Reitor da UECE, professor José Jackson Coelho Sampaio, presidiu a cerimônia de outorga de Grau, assegurando a manutenção do ritual acadêmico da formatura, que contou com a presença de pró-reitores e professores do colegiado do curso, além de convidados e familiares dos concluintes.
Prof. Daniel de Castro profere o discurso docente
O médico Daniel Bezerra de Castro, que dá o nome à nova turma, foi o Orador Docente. O Orador Discente foi o concludente José Andreolli Faustino Andrade e o juramentista da turma foi o formando João Pedro Carlos de Oliveira, que conduziu a leitura do Juramento Oficial e do Juramento de Hipócrates.
O concludente José Andreolli Faustino discursa em nome dos formandos
Boa parte desses novos médicos já foi aprovada nos processos seletivos da Residência Médica em diferentes especialidades, para cumprir programas no Ceará e em outros estados; outra parcela está assumindo postos de trabalho na Estratégia Saúde da Família em municípios interioranos cearenses.
Flagrante da Solenidade de Colação de Grau da Turma MedUece 2016
 
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular da UECE / Curso de Medicina