Tomamos conhecimento do falecimento hoje,
27/08/2022, de Maria Elma Gurgel Mota,
a nossa querida tia Elma, irmã de minha mãe Elda Gurgel e Silva, falecida em 12
de abril de 2022.
A notícia desse lamentável acontecimento é
somente mitigada pelo conforto de saber que tia Elma voltou aos braços do Pai, e
n’Ele encontrará a Paz Celestial.
O corpo será velado na manhã de amanhã (28/08/2022),
no Parque da Paz, a partir das 8h, com celebração religiosa às 11h30, e o sepultamento
está marcado para ocorrer, logo em seguida, às 12 horas, nessa necrópole.
O texto abaixo de nossa autoria, publicado
em 2008, contém um pouco da trajetória de vida da tia Elma.
MARIA ELMA GURGEL MOTA
Marcelo Gurgel
Carlos da Silva
Elma nasceu em Fortaleza, em 10/05/1934,
onde permaneceu até os nove anos de idade, sob a custódia dos avós paternos,
Francisco Coêlho e Clotilde Pimenta Coêlho. A esse tempo, seus pais buscavam
equilibrar suas finanças, para juntar todos os filhos em Fortaleza. Foi
alfabetizada por seus avós e tios com quem residia, ingressando logo depois no
ensino Primário formal, no Instituto Padre Anchieta.
Como era boa aluna e havia recebido boa
instrução doméstica, pode entrar em um nível mais alto do curso e chegou a
fazer dois anos escolares (3º e o 4º anos) em apenas dois semestres letivos e o
5º ano do Primário, em somente dois meses, durante o período de férias
escolares.
Submeteu-se ao Exame Admissional, sendo
aprovada com excelentes notas; isso permitiu que fosse aberta uma exceção, para
fins de matrícula, pois como só tinha onze anos, a idade era inferior à
preconizada para iniciar o curso ginasial. Ingressou, então, em 1945, no
Ginásio Santa Isabel, mantido por religiosas, sendo agraciada com uma bolsa de
estudos, propiciada pela intervenção do Frei Teodoro em atendimento a um
pedido; completou o Ginásio, aos quinze anos de idade, em 1949, dando por
encerrada a sua formação escolar, seguindo o padrão costumeiro aplicado às moças
dessa época, sobretudo nas famílias pouco abonadas, financeiramente, a exemplo
da sua família, chefiada por uma viúva.
A família morava no bairro Otávio Bonfim,
donde o amplo envolvimento dos familiares nas atividades pastorais e sociais da
Igreja Nossa Senhora das Dores. Assim sendo, tia Elma participou da Cruzadinha
e tomou parte na Guarda de Honra feminina.
Após a conclusão do curso ginasial, em 1949,
foi admitida como escriturária da indústria Siqueira Gurgel, função que
exerceu, de forma dedicada, por quase cinco anos, quando deixou a empresa para
contrair núpcias e constituir a sua própria família.
Tia Elma casou-se, em 1954, com José Alcy
Mota, resultando dessa união, os seguintes filhos, observada, no caso, a sequência,
por ano de nascimento: Lúcia Maria (1955), Maria Goretti (1957), Maria Neuma
(1959), Maria Elma Filha (1961), Maria Clara (1962), Francisco Paulo (1965) e
José Alcy Filho (1971).
O tio Zé Alcy, conhecido pelos sobrinhos
como o “Cici”, foi contemporâneo dos irmãos de tia Elma: Edson, Edmar e
Espedito, e, portanto, seus futuros cunhados. Ele participava de várias
atividades esportivas e culturais da Igreja Nossa Senhora das Dores, como
jogador do time de futebol (o Montese), membro da Guarda de Honra e ator do
Conjunto Teatral Santo Antônio; foi educado, por vários anos, nos seminários
franciscanos de Canindé-CE e de Ipuarana, em Campina Grande-PB. Tio
Alcy trabalhou, por longos anos, na Serraria Mota, de seus
familiares, e depois gerenciou a Casa da Madeira e a Discon. Paralelamente,
cumpriu tarefas, no turno da noite, como agente administrativo, posto integrar
o quadro do funcionalismo público federal, de onde se aposentou por tempo de
serviço. Foi diretor do Usina Ceará Atlético Clube, time profissional mantido
pela Siqueira Gurgel. É perito-contador, formado pela Fênix Caixeiral.
Tia Elma é uma pessoa bem amável, que está
sempre de bom humor, disposta a uma boa dose de prosa, até podendo ser
classificado de “light”, por estar sempre de bem com a vida. Suas habilidades
manuais são conhecidas, sobretudo a pintura, o que lhe permite elaborar peças
de artesanato e objetos decorativos, esbanjando arte e gosto refinado. Fez
Curso de Pintura, com excelente aproveitamento, aprendendo a manejar os
pincéis, com destreza e perfeição, em diferentes superfícies: cerâmica,
porcelana, tecidos e tela.
Os desdobramentos celulares de tia Elma,
têm-lhe dado muito gosto: Lúcia formou-se em Medicina e exerce as
especialidades de pediatria e de clínica geral; Maria Goretti graduou-se em
Engenharia de Pesca e trabalha como sanitarista; Elma Filha formou-se em Serviço Social,
estando dedicada à área de recrutamento de recursos humanos; Maria Clara
bacharelou-se em Economia e em Ciências Contábeis,
sendo funcionalmente vinculada ao Banco do Nordeste. Neuma Maria, ex-bancária
do Banco do Nordeste, trabalha como contadora no escritório de contabilidade do
marido; Francisco Paulo é motorista de uma empresa privada; e o José Alcy
Filho, funcionário público municipal, atua na área de informática, sendo
concludente de curso de Computação.
Extraído de: SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Otávio Bonfim, das dores e dos amores:
sob o olhar de uma família. Fortaleza: Edições UECE, 2008.