sábado, 5 de julho de 2025

As moradas do advogado e do padre no céu

Chegaram juntos ao céu um advogado e um papa. São Pedro mandou o advogado se instalar em uma bela mansão, no alto de uma colina com ruas de ouro.

O papa, que vinha logo atrás, pensou que seria contemplado com um palacete, mas ficou decepcionado quando São Pedro disse que ele deveria morar numa kitnet minúscula. Irritado, o santo padre observou:

- Não estou entendendo mais nada! Um sujeitinho medíocre como esse, simples advogado, recebe uma mansão daquela e eu, Pontífice da Igreja do Senhor, vou morar nessa espelunca?!

Ao que São Pedro respondeu:

- Espero que Sua Santidade compreenda! De papa, o céu está cheio, mas advogados... Esse é o primeiro que recebemos!

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.


Ela não imaginava essa 'surpresa' no jantar...

Um casal muito idoso estava tendo um jantar muito elegante para comemorar o seu 75º aniversário de casamento. Viveram muito felizes e tiveram nada menos que 10 filhos.

O velho inclinou-se e disse baixinho para sua esposa: "Querida, não é algo que eu preciso lhe perguntar, mas como sempre me incomodou que o nosso décimo filho nunca se parecia com o resto de nossas crianças... Nesses 75 anos que passei ao seu lado, têm sido a experiência mais maravilhosa que eu poderia ter em toda a minha vida, e sua resposta não pode acabar com tudo. Mas eu preciso saber: por acaso ele é filho de um pai diferente?"

A mulher abaixou a cabeça, incapaz de olhar o marido nos olhos. Ela fez uma pausa por um momento e depois confessou: "Sim. Sim. Ele é de outro pai."

O velho ficou muito abalado, a realidade de que a sua esposa o traiu era mais difícil de administrar do que ele esperava. Com uma lágrima no olho, ele perguntou:

"Quem? Quem é ele? Quem é o pai?"

Mais uma vez, a velha baixou a cabeça, sem dizer nada num primeiro momento, enquanto tentava reunir a coragem suficiente para dizer a verdade ao marido. Então, finalmente, ela disse:

"Você, 20 anos mais velho! Você realmente estava diferente de quando nós tivemos o nosso primeiro filho!".

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Crônica: “Algum alguém” ... e outro causo

Algum alguém

Cheio de nove horas, é modelo de sujeito falante, que tudo sabe - e nada entende, quando investigado mais proximamente. Tudo presenciou, protagonizou, testificou. Conversa bonita tali. E as frases de efeito criadas a partir do que ouviu em inglês, francês, esperanto? "Ox fóide di grandi xibiribibiu!", a ele atribuído, é pensamento "mental" de significado secular - "Nos menores frascos, as melhores essências". Que tal esse - "Mas se você dadaba, dadaba vineneco", cujo significado assegura ser - "Se você não me queria, não devia me procurar, não devia me iludir..."?

- E se não for, eu cegue!!! Me deixe em paz!!!

Utilizado por Falcão em rompantes fuleirosóficos, chama pra si a autoria do latinado - "Lago cabo mater tu amala burra est" - "Agora eu faço como o ditado: iê, iê!". Olavo Babau, a quem me refiro, não consegue pronunciar o que está escrito no papel, simplesmente articula do jeito que lhe chega às oiças a palavra, a frase, o remoque. Dona "Carmelitra" (sogra dele), seu "Alfrane" (marido de dona Carmelita - Afrânio); dotô Nambuco (Dr. Nabuco, urologistra); "contragota" (contagota); "Uai faz" (Wi-Fi - "Wireless Fidelity"); Antônio pros dentes (onde tratou ferida braba)...

- O resto do tratamento foi em casa, a "Rô me quer"!

A desculpa que aplicou para não ir ao batizado da neta do cunhado do genro da ex-vizinha Carmosa foi cinematográfica. Por conta, quiçá, do que rolou com uma filha que viajou pra Califórnia, Olavo Babau matou a pau em matéria de convencimento a quem lhe fez o convite. "Infelizmente, infelizmente! Foi mal!"

- Estou em Horizonte, no sítio, e meu passaporte pra voltar ao Montese venceu. Terei de ir a Pacajus resolver a querela diplomática na Embaixada! Entende? - disparou.

- Não, mas é perfeitamente compreensível! Cuidado pra não ser deportado! - respondeu o cunhado do genro da ex-vizinha Carmosa, algo mais ou menos consolado.

- Meu querido, nem sempre a gente ganha, mas sempre a gente tem raiva...

- Se você tá dizendo...

- Disse e tá dizido! Quem quiser que ôva!

Passei um mês sem pregar a pestana

No Guajiru, final de semana derradeiro de abril, na praça da Matriz de Nossa Senhora dos Navegantes, boquinha da noite, a pergunta do pescador um tanto já "truviscado" da velha "caieba" ao cachorro magricelo que lhe fazia companhia, na calçada alta, chamou-me a atenção pela profundidade ontológica, a dimensão hermenêutica, o quilate transcendental, a repercussão socioambiental magnânima, enfim. Perquirição como aquela, só do gênio incompreendido.

Tenho "ouvisto" o físico brasileiro Marcelo Gleiser defender, e eu concordo, que ciência e religião não precisam ser vistas como antagônicas; todavia, nada se compara ao questionamento quântico do preclaro guajiruense. Michio Kaku, cientista norte-americano de nome horroroso, destaca ser "ridículo achar que somos a única espécie inteligente". Acredito piamente que seja, mas... Stephen Hawking em suas especulações acerca de cenários catastróficos - guerra nuclear, inteligência artificial descontrolada, eventos cósmicos - bate nem o centro quando comparado à problemática levantada pelo colega praieiro. A inquisição do moço, simplesmente:

- Tu sabes, Tupi, qual o impacto ambiental da mijada de um sujeito imprevidente, de seus 80 anos, no mar desse Oceano Atlântico de Meu Deus?

Atento à exposição interrogativa, o cachorro levantou-se, abanou o rabo de lá pra cá três vezes, fez xixi no poste ao lado e uivou à moda um lobo solitário, como a dizer em alto e bom som em que resultaria a mijada de um sujeito imprevidente no mar:

- Lascou!!!

Fonte: O POVO, de 6/06/2025. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

VIDA 3

Por Rev. Munguba Jr. (*)

Meu tio, Dr. Silas Munguba, nome dado a avenida do Castelão, veio para Fortaleza com o propósito de fundar o Hospital Batista, e meu pai, Pr. Samuel Munguba, nome dado a rua da Seven Church, veio para fundar o Colégio Batista. Juntos, fundaram o Desafio Jovem do Ceará, que foi a primeira comunidade terapêutica do sul da Bahia ao norte do Acre.

Sempre acompanhei meu pai e meu tio em suas jornadas de investimento na qualidade de vida dos seus semelhantes. Lembro que passei mais de um ano fazendo palestras no Presídio Amanari, onde Dr. Silas foi diretor. Também realizamos visitas sistemáticas ao Desafio Jovem do Ceará, que leva o nome do Dr. Silas Munguba.

Mas descobri algo muito importante: não podemos mudar a vida de quem acredita que não precisa de mudança. É necessária uma decisão, uma forte disposição para transformar a própria realidade. Milhares de jovens tiveram suas vidas restauradas, mas nem todos conseguiram beber do amor desses dois homens de Deus e ressignificar suas histórias.

No início do ano de 1999, recebi em meu gabinete pastoral um jovem que havia passado pelo Desafio Jovem e, infelizmente, havia recaído no vício das drogas. Ele estava visivelmente abalado. Relatou que sua família o internara em uma clínica psiquiátrica, onde recebeu choques elétricos na cabeça e muitas injeções para ficar quieto e sem forças. Contou ainda que havia fugido de lá e que não retornaria sob hipótese alguma.

Conversei com ele por mais de uma hora e acalmei o seu coração. Ele me disse que tomaria um banho em casa e voltaria para participar de uma das nossas celebrações.

Cerca de duas horas depois, recebi um telefonema da família pedindo que eu fosse com urgência à sua residência.

Quando cheguei, deparei-me com a imagem mais triste que já marcou a minha vida: um jovem lindo, com um futuro promissor, estava pendurado em uma corda, em um quartinho nos fundos da casa.

Naquele dia, pedi a Deus uma ideia que me permitisse ajudar a ressignificar a vida das pessoas, para que eu pudesse ser parceiro dos profissionais de saúde mental atuando na prevenção.

Foi assim que, em 1999, nasceu o Vida 3 - o Seminário de Desenvolvimento Espiritual, Emocional e Financeiro -, que já influenciou positivamente a vida e a história de mais de sessenta mil pessoas ao longo desses anos. @vida3oficial

(*) Pastor Munguba Jr. Embaixador Cristão da Oração da Madrugada e Erradicação da Pobreza no Brasil e presidente da Igreja Batista Seven Church.

Fonte: O Povo, 7/06/2025. Opinião. p.18.


Comentários sobre arrecadação versus IDH

Por Pedro Jorge Ramos Vianna (*)

O orgulho do professor é sempre constatar o sucesso do aluno. No caso do Dr. Cialdini tenho muito orgulho de ter sido seu professor e é sempre com muito cuidado que leio seus artigos. Sempre excelentes. Assim nunca fiz qualquer comentário sobre aqueles que li.

Este, entretanto, me chamou a atenção por tratar de um assunto dos mais difíceis em ciência econômica: o fenômeno "causa-efeito".

Não quero aqui entrar na discussão filosófica do fenômeno "causa´-efeito', discussão esta que se arrasta desde Aristóteles (384AC - 322AC), quando em seu trabalho sobre metafísica definiu as quatro "causas" que poderiam existir.

Mas é importante termos consciência que o fenômeno "causalidade" envolve muito cuidado quando queremos determinar "o que causa o que".

Aqui vale lembrar que a "causalidade" entre dois eventos, do tipo: o evento X determina o evento Y não pode ser tomada como uma lei determinística. Isto só será verdade se o "não X implica no não Y"

Sabemos que a "causalidade" é um dos temas mais controversos (embora um dos mais discutidos) em ciência econômica. De fato, essa ciência se utiliza de muitas "leis", onde são estabelecidas muitas "causações".

Exemplo: a relação renda-consumo. Todo aluno principiante de economia já é capaz (já que lhe foi ensinado) de atestar que "o aumento da renda determina um aumento no consumo".

Mas aí vem o consumo dos bens inferiores, que desmente essa lei. Ou o "efeito catraca" de James Duesenberry que, também não corrobora tal lei. Ou a Lei de Wagner, sobre os gastos públicos. Eu poderia citar inúmeros exemplos.

O artigo do Dr. Cialdini procura mostrar que há uma relação direta entre arrecadação e IDH. Me pareceu que temos aí uma variante da Lei de Wagner.

Vale salientar que o Dr. Cialdini chama a atenção para o problema da "Causalidade", em termos de "estabilidade". Entretanto, o problema não é a "estabilidade" dessa relação, mas sua veracidade.

No caso do artigo ora discutido, a causalidade foi expressa como: "quanto maior a arrecadação (X), maior o IDH (Y)".

Entretanto, não foi discutido o problema que no cálculo do IDH o que entra é a renda total da sociedade (não somente a renda do setor público) e não o valor arrecadado, e defende que os outros dois indicadores no cálculo de IDH (nível de vida e educação) dependem fortemente do gasto público. Hipótese não necessariamente verdadeira.

Chamo, ainda, a atenção que o uso de instrumentos econométricos sofisticados, neste caso, não determina que a causalidade "Não X implica o não Y", seja verdadeira.

Sabemos, apenas, que quanto maior for o sistema econômico, maior é o setor público.

De qualquer forma parabenizo o Dr. Cialdini pela defesa da arrecadação, ele que é um excelente tributarista.

(*) Economista e professor titular aposentado da UFC,

Fonte: O Povo, de 1/06/25. Opinião. p.186.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

XXV Prêmio Estadual Ideal Clube de Literatura

Ontem à noite (1º/07/25), representando a Academia Cearense de Médicos Escritores ACEMES, os acadêmicos Luiz Moura, Walter Miranda e Marcelo Gurgel comparecem ao lançamento do XXV Prêmio Estadual Ideal Clube de Literatura – 2025.

Desta feita, o certame, que homenageia o poeta José Teles, tem o gênero CONTOS e distribuirá prêmios da ordem de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), além da publicação em livros dos trabalhos premiados.

A quem interessar, vide informações, na home page do Ideal Clube.

As inscrições ficarão abertas até 29 de agosto de 2025, de forma exclusivame remota.

Acad. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Membro titular da ACEMES – Cadeira 24


ALGUNS MITOS SOBRE TRIBUTAÇÃO NO BRASIL

Por Alexandre Sobreira Cialdini (*)

Em coautoria com os pesquisadores Pedro Humberto e Cláudia Decesares, lançamos o livro Solidariedade Fiscal: desmistificando o nível de tributação e seu impacto no crescimento econômico. Realizamos uma análise comparativa de 126 países, incluindo o Brasil. Os dados foram obtidas junto ao Banco Mundial, à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa de Orçamentos Familiares e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Já as informações relativas à União, aos estados e aos municípios foram disponibilizadas pela Secretaria do Tesouro Nacional.

A seguir, respondemos a algumas perguntas frequentes no debate sobre a carga tributária e seus efeitos na economia brasileira.

1 - A carga tributária (CT) no Brasil é alta? Não. O Brasil apresenta apenas 28% da arrecadação tributária média per capita, em paridade de poder de compra considerando 26 países de elevada renda per capita. O problema, no entanto, está na composição da carga tributária. Uma reforma tributária abrangente e inclusiva deve priorizar a tributação de indivíduos de alta renda, sobretudo a de capital, além de fortalecer a tributação sobre o patrimônio.

2 - É possível fazer comparações internacionais de carga tributária? Sim, mas cuidado com a comparabilidade. Entre 2000 e 2021, a arrecadação tributária média foi de 32% do Produto Interno Bruto (PIB) oficial. Apesar dos avanços proporcionados pelos Simples Nacional e Microempreendedor Individual, o Brasil ainda conta com cerca de 38 milhões de brasileiros na informalidade, de acordo com dados da Pesquisa Economia Informal e Urbana, do IBGE. Conforme o Banco Mundial, o setor informal brasileiro é muito mais elevado que o dos países desenvolvidos. Considerando o PIB real, a carga tributária cai para 23%, já que a tributação não incide sobre bens, serviços e rendimentos de trabalhadores e empregadores informais. Isso gera uma desconexão entre o nível de arrecadação e a necessidade de gastos públicos.

3 - A tributação sobre rendimentos do capital e patrimônio precisa ser mudada?

Sim. O Brasil se destaca pela baixa progressividade. A nossa historiografia tributária rendeu alargada desigualdade. Nosso estudo levantou que a tributação sobre juros, dividendos e ganhos de capital foi de 23% nos países desenvolvidos como Alemanha, Áustria, Bélgica, Canadá e Holanda enquanto no Brasil esse percentual não ultrapassa 15%. Tomando o Imposto sobre Propriedade Territorial e Urbana (IPTU) como exemplo, o Brasil arrecada apenas 0,5% do PIB com esse tributo, contra 2,4% na França e 3% nos Estados Unidos, Canadá e Inglaterra.

O trabalho completo pode ser acessado em: https://encurtador.com.br/b9VHx.

(*) Mestre em Economia e doutor em Administração Pública e Secretário de Finanças e Planejamento do Eusébio-Ceará.

Fonte: O Povo, de 29/05/25. Opinião. p.17.

 

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