sábado, 31 de julho de 2021

CUIDAR MELHOR, UM COMPROMISSO DE ESTADO

Por Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho (Doutor Cabeto) (*)

A oportunidade de exercer um cargo público é um desafio, principalmente diante de momentos conflituosos, suscetíveis a idiossincrasias e violência. Cônscio da responsabilidade de médico e de "ser" político, diante das aflições humanas e de suas complexas relações sociais, estabelecemos parâmetros técnico-científicos e de conformidade ética.

Assim, a plataforma de modernização da Saúde do Ceará, apresentada à sociedade em setembro de 2019, trata, especificamente, do ato milenar de cuidar com sensibilidade, ou seja, com apreço à vida e à solidariedade.

As diretrizes do programa versam sobre a ampliação dos acessos à saúde com qualidade e equidade entre as cinco regiões de saúde (Norte, Leste, Central, Cariri e Fortaleza) e ao desenvolvimento da economia da saúde com atração e retenção de talentos, além de empresas de alto porte tecnológico.

Para tal, lançaremos, nos próximos dias, um concurso público para os hospitais estaduais, disponibilizaremos ainda em 2021 centros de oncologia, cardiologia e neurologia em todos os 4 hospitais regionais e a implantação de três distritos de inovação em saúde (Quixeramobim, Eusébio e Porangabussu).

Da mesma forma, o Ceará já garantiu uma política prioritária de saúde quando aumentou o repasse do ICMS para os municípios de 3% para 15%, vinculados ao desempenho da saúde (Programa Cuidar Melhor), implantou a regionalização da saúde em lei aprovada em setembro de 2019, que aumenta o repasse de recursos para regiões com menor IDH, instituiu a Fundação de Saúde do Ceará e Agência de Regulação da Qualidade da Saúde pública e privada (primeira da América Latina). Na área da inovação, criou o IntegraSUS, uma plataforma de dados e transparência repetidamente reconhecida como a mais transparente ferramenta de dados de saúde na pandemia.

O início da construção do primeiro Hospital Universitário Estadual, com 660 leitos, dentro do campus da Universidade Estadual do Ceará, demonstra, objetivamente, a valorização do conhecimento e da ciência como principal método de transformação social.

Tudo realizado em tempos exíguos devido à catástrofe sanitária da Covid 19. Nesse aspecto, destacamos ações coordenadas entre os vários setores do sistema de saúde público e privado, que rendeu reconhecimento em publicação internacional na revista Science em abril de 2021.

Dessa forma, trabalhamos, incessantemente, com milhares de profissionais, nesse movimento disruptivo para garantir uma política de Estado e não de governo, de forma discreta, sem proselitismo ou demagogia. 

(*) Médico. Professor da UFC. Secretário Estadual de Saúde do Ceará.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 28/5/21. Opinião, p.21.

sexta-feira, 30 de julho de 2021

Crônica: “A milhar do guaxinim” ... e outro causo

A milhar do guaxinim

Lugarejo humilde e os amigos inventaram um jogo do bicho dos moldes do tradicional, com certas particularidades. Objetivo: combater a ociosidade e permitir que toda semana um sujeito lá enricasse com o bolão apurado. Só dava direito a um ganhador; em caso de empate (duas ou mais pules vencedoras), o prêmio ia pro felizardo mais bonito, com mais filhos na igreja e torcesse pelo time local campeão do ano anterior.

No jogo convencional, de Avestruz à Vaca. No jogo do povo do São Romão do Cacimbão Verde, da Ariranha à Tijubina. 49 bichos, entre eles o Mangangá (grupo 7), Peba (14), Lagartixa (21), Cobra de Duas Cabeças (28), Grauçá (31), Guaxinim (39), Mambira (41), Piririguá (45)... Importante: a única semelhança com o tradicional era a dezena do cachorro, do grupo 5. Motivo: “Terra sem cachorro, humanidade latindo”.

Pois bem. Quinca de seu Gonçalo jogou no milhar do Guaxinim e acertou na cabeça. Total a receber: 232 reais e 45 centavos, já descontadas as coisas. Suficiente pra encher a despensa de feijão. Ocorre que, por descuido do apostador, o gato de casa (Estopa) urinou na pule deixada sobre a preguiçosa da sala, borrando as escritas. Não bastasse, o pai de chiqueiro que criavam viu a porta do terreiro aberta, adentrou e comeu o papel premiado - a mulher de Quinca ainda tentou impedir com um pau, mas...

Sai o resultado, o homem é o ganhador. Mas, que quede a poule? Quinca se apressa em reclamar dos responsáveis que o número sorteado do dia era o dele. Ou melhor: a milhar do Guaxinim – 1599. Só ele de ganhador. Para prová-lo, levou a mulher, os meninos, o gato mijão e o bode comedor da pule. Tudo que pudesse confirmar Quinca o sortudo. Como todos se conheciam – e aquela era terra de homens sérios, os argumentos foram acatados. E ele já sai da banca do jogo do bicho com a ruma de dinheiro no bolso.

Ocorre que Quinca Júnior (o primogênito) achou de melar a alegria geral. O número jogado pelo pai, em verdade, era 1598: milhar que o velho Quinca amarrava há meses. 15, a idade do rapaz; 99, ano do seu nascimento. Voltam todos à banca para “desreclamar” o prêmio, devolver a grana. Pela força da sinceridade externada, a diretoria decide manter o prêmio de Quinca, com a sugestão:

- Um churrasquim de bode tem seu valor! Pra criar marra!

Hora de ir pra casa em casa

Festança começou às 20 horas, povo numa animação medonha. Era a comemoração dos 40 anos dos donos da casa: Deca e Amélia. Só para os mais íntimos do casal. Cervejinha, uísque, petiscos diversos; por volta da meia noite, o jantar com os parabéns. Clima tão fraterno e contagiante que Deca liberou-se para merecidas libações a mais do costumeiro. E haja discurso. Que Deca e Amélia eram isso, que Amélia e Deca eram aquilo.

Histórias engraçadas envolvendo o par anfitrião. Cada amigo um com seu causo. Dibebê e dicumê no rodo. Deca se ri das contações. Só se levanta para ir ao banheiro escorrer o cipó, e vai nas últimas, pra não perder um minuto de boa prosa. Amélia, a companheira de quatro décadas, sempre ao lado, ajudando o marido nas boas lembranças de uma vida em comum tão exemplar.

O tempo voou, o relógio de parede da sala bate uma hora da madrugada. Ao ouvir o toque, confirmando-o pelo Rolex de pulso, Deca, bem meladim, dá um pulo da poltrona e grita, tropeçando nas palavras:

- Bora, bora, bora pra casa, Amélia! A conversa tá muito boa, mas já é tarde! Valeu, negada, chau!!!

Amélia, sempre muito paciente...

- Deca, meu amor, nós estamos em casa!

Fonte: O POVO, de 29/4/2021. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.

quinta-feira, 29 de julho de 2021

200 ARTIGOS PUBLICADOS EM O POVO

Em 21/05/2021 o jornal O POVO publicou o nosso 200º artigo, por certo um marco pessoal que nos posiciona entre os colaboradores mais assíduos deste importante veículo de comunicação cearense.

Dos nossos 600 textos de opinião, a maioria do gênero crônicas, dispersos em jornais e revistas não científicas, O Povo abrigou exatamente um terço deles em suas páginas.

Excetuando o caso isolado da primeira publicação em 25/11/1989, a nossa contribuição regular para esse jornal começa em 2000, ano em que veiculamos três artigos. Em média, desde então, nos aproximamos de dez publicações/ano.

Houve uma grande variabilidade numérica ao longo do tempo, com anos poucos expressivos, exibindo até três artigos, e outros mais profícuos, com duas dezenas, sendo o recorde anual estabelecido em 2009, quando alcançamos a cifra de 22 artigos publicados.

Como médico, economista e professor universitário, atuante em diversas instituições laborais e entidades culturais, foi natural que a nossa produção versasse por temática assaz variada, cobrindo temas técnicos e culturais, e vagueando, livre e notadamente, em assuntos de Saúde Pública, Educação Médica, Ensino Superior, dentre outros, bem como demarcando postura pessoal em questões polêmicas, de natureza política ou comportamental.

A farta maioria dos textos foi editada na seção de opinião, mas o Jornal do Leitor compareceu em segundo lugar com 50 deles (25%); outros cadernos ou seções também se fizeram representados.

A maior parte dos nossos trabalhos dados à estampa brotou de colaboração voluntária, mas não foi pequena a participação oriunda de demandas do próprio jornal a nós direcionadas como formador de opinião.

Como assinante regular, há mais de duas décadas, de O Povo, meio de comunicação do qual nos servimos para nos mantermos antenados ao que se passa aqui e alhures, nos sentimos gratificados pelo acolhimento das duas centenas de artigos publicados. 

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Professor universitário e médico

*Publicado In: O Povo, de 28/07/2021. Opinião. p.22.

https://mais.opovo.com.br/jornal/opiniao/2021/07/28/200-artigos-publicados-em-o-povo.html

quarta-feira, 28 de julho de 2021

AS DORES DO HOME OFFICE

Por Leonardo Drumond (*)

Covid-19 tem trazido inúmeros transtornos para a sociedade. A necessidade do isolamento social fez com que as empresas adotassem um novo sistema de trabalho com os funcionários: home office.

Em casa, as dores nas costas, na cervical e na região lombar se tornaram frequentes. Quem está trabalhando neste sistema fica, no mínimo, cerca de quatro horas seguidas sentado, na maioria das vezes em cadeiras desconfortáveis e usando o computador em mesas com alturas inadequadas.

Muitos optam por trabalhar na cama, no sofá ou até na rede. Nessas situações, o risco de as dores evoluírem para lesões ortopédicas é alto.

Para evitar lesões, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot) orienta que, no home office, a pessoa levante a cada meia hora para fazer um breve alongamento no corpo.

Também é importante alongar os punhos para minimizar o efeito do uso de mouse, que pode levar a uma Lesão Por Esforço Repetitivo (LER). Fazer um esforço para manter uma boa postura durante o tempo de trabalho é primordial.

O quadril e os joelhos devem estar no ângulo de 90 graus e as costas acomodadas na cadeira. As cadeiras ergonômicas são ideia pois auxilia a manter a coluna na posição correta.

Os pés devem estar firmados no chão para ajudar a melhorar a postura e manter a tela do computador na mesma altura dos olhos para não forçar o pescoço. Os braços também devem estar apoiados na mesa, para evitar tensão nos punhos.

O sedentarismo também é considerado um agravante. Por isso, orientamos a prática de atividades físicas, mesmo dentro de casa, de forma moderada e orientada por um profissional. Ela servirá para ajudar na renovação óssea e fortalecer os músculos que sustentam os ossos. 

(*) Médico. Presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) – Regional Ceará.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 2/05/2021. Opinião. p.28.

terça-feira, 27 de julho de 2021

VACINAÇÃO, RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL E COLETIVA

Por Magda Almeida (*)

Para evitar a pressão assistencial que a rápida disseminação da Covid pode causar precisamos de barreiras.

Estas barreiras vão desde comportamentos individuais para prevenção da infecção pelo Sars-Cov2, até medidas que dependem de ações do sistema de saúde, sendo a vacinação a mais importante até o momento.

Assim como o isolamento social, a imunidade de rebanho advinda da vacinação só poderá ocorrer com adesão da população.

As vacinas reduzem a chance de ficarmos doentes, a chance de precisar de hospitalização e a chance de morrer pela doença, mas para isso é preciso que seja feito o esquema vacinal completo com duas doses.

Todos os estudos de eficácia das vacinas disponíveis no Brasil para combater a Covid-19 mostraram a imunização completa somente alguns dias depois da segunda dose.

Estudo realizado na Universidade do Chile, onde a vacina CoronaVac também é a vacina mais aplicada (90%), identificou que uma única aplicação da vacina fornece proteção de apenas 3%.

Essa mesma proteção sobe para 56,5% duas semanas após a segunda dose.

É importante atentar-se para os diferentes intervalos, de 21 a 28 dias para Coronavac, e três meses para AstraZeneca. Porém, quem perdeu o prazo estabelecido no cartão de vacinação, deve procurar seu município para completar seu esquema vacinal.

Aqueles que tiveram Covid recentemente, foram orientados a esperar pelo menos 30 dias após os sintomas para receber a vacina. Não é necessário reiniciar a vacinação quando há atraso na segunda dose.

A busca ativa dos municípios pelos faltosos e a realização de mutirões para "repescagem" também oportunizam que as pessoas completem seu esquema vacinal.

Todos que tomaram a primeira dose das vacinas Coronavac e AstraZeneca devem comparecer aos centros de vacinação para a segunda aplicação com o seu cartão de vacinação e, assim, garantir a completa eficácia desses dois imunizantes, reduzindo a cadeia de transmissão no Ceará.

Para proteção da Covid, a vacinação tem que ser inteira, não pela metade.

(*) Médica. Secretária de Regulação e Vigilância da SESA. Professora da UFC.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 1/05/2021. Opinião. p.20.

segunda-feira, 26 de julho de 2021

DESAFIOS BRASILEIROS

Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)

Dentre os principais objetivos nacionais, destacam-se: inserção do Brasil, de forma soberana, no contexto mundial; aumento persistente do nível de emprego; melhoria dos indicadores de distribuição de renda e redução da pobreza. É claro que por trás destes objetivos interdependentes está a grande questão social, prioridade absoluta do país. Por outro lado, como desafios básicos, podem ser mencionados: boas taxas de crescimento sem jogar o País na inflação e combinar juros baixos, melhores salários, queda do desemprego e investimentos sociais, dentre os principais pontos. Não é fácil, todavia precisa-se tentar. Seria fundamental alcançar a cooperação entre governo, sociedade e setores empresariais e trabalhistas. O desenvolvimento integrado e sustentável somente ocorrerá na medida em que haja uma participação responsável dos diversos segmentos da sociedade. Questões tão complexas exigem, igualmente, tratamento complexo. A persecução da estabilidade macroeconômica é vital para que a retomada do desenvolvimento econômico seja eficaz, pois de outra forma não haveria tranquilidade para repensar a atuação do Estado nas áreas que lhe são pertinentes. Em tempos de globalização econômica, e de seus poderosos efeitos, a premência por resultados não pode ser desconsiderada. Sem desenvolvimento econômico, não há de que se falar em geração de renda ou de empregos e nem de melhorias que repercutam significativamente na vida do cidadão, seja quanto à educação, à saúde ou a quaisquer outros temas que o afetam diretamente. Assim é que os serviços sociais básicos de responsabilidade pública devem sofrer profunda reestruturação, a fim de focar sua atuação em áreas em que sua presença seja absolutamente necessária. Nada do que foi dito e do que porventura esteja sendo- ou venha a ser- adotado pelo governo federal, como solução, pode ter resultados concretos, voltamos a repetir, sem o envolvimento de toda a sociedade brasileira. Deseja-se que o engajamento se dê de forma crítica e atuante, com justiça, sem corrupção, sem conluios e garantindo a transformação de nossa realidade e a preservação dos princípios democráticos e constitucionais.

(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.

Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 2/7/2021.

domingo, 25 de julho de 2021

DR. ATTILA NOGUEIRA QUEIROZ (1935-2021)

Attila Nogueira Queiroz nasceu em Fortaleza-CE em 15/12/1935. Foi o filho primogênito de Milton Frota Queiroz e Carminda Nogueira Queiroz e o irmão de Achilles, Anchises, Ascanio, Ajax e Maria do Socorro.

Toda a sua formação escolar, do Primário ao Científico, se deu no Colégio Castelo Branco, afamado estabelecimento de ensino situado na capital cearense. Quando colegial, destacou-se nas práticas desportivas (Tênis de Mesa, Basquetebol e Voleibol), sendo, inclusive atleta da equipe de Basquetebol do Náutico Atlético Cearense.

Em 1956, ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, vindo a diplomar-se na turma de 1961. Completou a sua formação educacional com os Cursos de Especialização em Administração Hospitalar e em Medicina do Trabalho.

Admitido por Concurso para Oficial Médico da Policia Militar do Ceará (PMCE) em 1962, galgou todos os passos da carreira militar, de aspirante a coronel, promovido por seus méritos funcionais. Exerceu, com aplicação, os diversos encargos atribuídos por seus superiores hierárquicos, foi Diretor-Geral do Hospital Geral da PMCE e chegou a chefe do Serviço de Saúde da PMCE. Passou para Coronel Médico da Reserva da PMCE em 1985, aposentando-se após 25 anos de bons serviços prestados à corporação militar cearense.

O coronel-médico Attila Nogueira Queiroz, além da sua atuação como cirurgião geral do Hospital Geral da PMCE, foi um dos pioneiros da Medicina do Trabalho no Ceará e muito contribuiu para o fortalecimento dessa especialidade médica em nosso meio. Nesse aspecto, foi membro da Câmara Técnica de Medicina do Trabalho do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará.

Participou da fundação da Associação Cearense de Medicina do Trabalho, tendo sido integrante da diretoria dessa entidade em várias gestões e membro atuante da Associação Nacional de Medicina do Trabalho. Durante muitos anos, o Dr. Attila foi médico do trabalho da Teleceará do Grupo J. Macedo S.A. e do Hospital Geral César Cals.

Mantínhamos, ele e eu, um relacionamento mútuo de amizade e respeito profissional há mais quatro décadas, desde quando o tive como um dos nossos melhores professores do Curso de Especialização em Medicina do Trabalho, que coordenei na Universidade de Fortaleza em 1980.

Como fruto último dessa amizade, mesmo quando ele passava por momentos difíceis que culminaram na sua perda de um filho, Attila aceitou participar conosco da feitura do livro “Fora de Forma”, concorrendo com relatos de causos oriundos de sua vivência na caserna, obra lançada em dezembro de 2020.

Como gestor público, ele foi Diretor do Hospital de Orós de 1992 a 1995 e Secretário de Saúde de Beberibe de 2007 a 2010.

Atualmente, prestes a completar 60 anos de graduado, Attila Nogueira Queiroz era médico do trabalho do Colégio Santa Cecília.

Casado com Valdenice Fontenele Queiroz (Nicinha), de cuja duradoura união, de 57 anos de puro amor e dedicação, resultaram três filhos: Alessandra, Andrea e Attila Jr. (falecido em 2020), que se desdobraram em 12 netos e sete bisnetos.

Viveu muito para a família sentindo imensa alegria ao ver a casa cheia de seus entes queridos. Em todas as ocasiões que reunia seus familiares, sempre havia o momento do discurso de agradecimento por estarem juntos, rezando o Pai Nosso e a Ave Maria.

Era um homem simples, humilde e praticante da caridade em suas ações; para ele, os menos favorecidos mereciam, prioritariamente, todo nosso respeito e atenção. Religioso, devoto fervoroso de Nossa Senhora, fazia suas orações diárias com a sua esposa. Ele pregava que a tudo devemos dar graças e que amar ao próximo é amar à Deus.

Dr. Attila, que recentemente (25/6/2021) deixou esse mundo menor, foi um exemplo de integridade pessoal e de correção profissional a ser seguido por todos que o conhecia.

Que Deus o acolha entre os Seus eleitos.

Despeço-me aqui com um abraço amigo.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Médico do Trabalho RQE Nº 589

Fonte: Publicado In: Jornal do médico digital, 2(15): 41-43, julho de 2021.

Disponível em: https://bit.ly/3wKrPjl

RD-15-julho21-Oncologia-Ortopédica-app.pdf (jornaldomedico.com.br) 

ELSIE STUDART: oito anos de sua partida

Hoje, quando se celebra o Dia do Escritor, completam-se oito anos da perda do nosso convívio físico da Profa. ELSIE STUDART GURGEL DE OLIVEIRA, falecida em Fortaleza, em 25/07/2013.

Durante esses anos, como preito de admiração e de afeto, temos buscado preservar a sua lembrança, por meio de homenagens especiais, publicação de artigos sobre ela e lançamentos póstumos de suas obras literárias.

Ainda dispomos material suficiente para a edição de mais dois ou três livros póstumos, desde que obtenhamos os recursos monetários para cobrir os custos da impressão dos mesmos.

Isso tem contribuído, igualmente, para diminuir a saudade que nos atinge nesse tempo da sua distância presencial.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Amigo da família Studart Gurgel


UMA COBRA VAI AO MÉDICO

Uma cobra velha vai ao médico e diz: "Preciso de algo para ossssss meusssss olhosssss. Não essstou vendo muito bem".

O médico coloca nela com um par de óculos e marca outra consulta paraela voltar em duas semanas.

A cobra volta em duas semanas e diz ao médico que está muito deprimida.

"Qual é o problema?", pergunta o médico. "Os óculos não ajudaram?"

"Os óculossss estão ótimossss, doutor." Responde a cobra, desanimada. "O problema é que acabei de descobrir que tenho vivido com uma mangueira de jardim nosss últimossss 2 anosssss."

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

sábado, 24 de julho de 2021

O MARIDO RICO QUE SÓ DIZ SIM!

Conversa ao Telefone:

"Alô?"

"Querido, sou eu. Você está no clube?"

"Sim."

"Ótimo! Estou no shopping a dois quarteirões de onde você está. Eu acabei de ver um casaco de pele lindo. É simplesmente maravilhoso! Posso comprá-lo?"

"Qual o preço?"

"Só R$ 1.500."

"OK, compre, se você gostou tanto assim..."

"Ah, eu também passei pela loja da Mercedes e vi os novos modelos... Tem um que eu realmente gostei. Falei com o vendedor, e ele me deu um preço muito bom... e já que precisamos trocar a BMW que compramos no ano passado..."

"Qual o preço que ele deu?"

"Só R$ 100 mil..."

"OK, mas por esse preço eu quero com todos os opcionais."

"Ótimo! Mas antes de desligar, outra coisa..."

"O quê?"

"Pode parecer muito, mas eu estava olhando nossa conta bancária e passei num agente imobiliário. Aquela casa que vimos no ano passado está à venda de novo! Lembra? Aquela com piscina, jardim, sala de fitness, vista para o mar..."

"Quanto eles estão pedindo?"

"Somente R$ 800 mil - um preço magnífico! E eu vi que temos mais que o suficiente no banco pra cobrir isso..."

"Bem, então compre, mas ofereça apenas R$ 760 mil, ok?"

"Ok, querido... Obrigada! Eu te vejo mais tarde! Eu te amo!!!"

"Tchau, eu também te amo!"

O homem desliga, levanta a mão, segurando o celular, e pergunta a todos os presentes: "Alguém sabe de quem é este telefone?"

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

CONVITE: Celebração Eucarística da SMSL - Julho/2021


A Diretoria da SOCIEDADE MÉDICA SÃO LUCAS (SMSL) convida a todos para participarem da Celebração Eucarística do mês de Junho/2021, que será realizada HOJE (24/07/2021), às 18h30min, na Igreja de N. Sra. das Graças, do Hospital Geral do Exército, situado na Av. Des. Moreira, 1.500 – Aldeota, Fortaleza-CE.

CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!

MUITO OBRIGADO!

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Da Sociedade Médica São Lucas

Nota: Serão aplicadas as medidas preventivas recomendadas pelas autoridades sanitárias, sendo obrigatório o uso de máscara por todos os fiéis presentes.

Sociedade Médica São Lucas


NUNCA ME SENTI MELHOR!

Um feliz homem de 90 anos de idade entrou no consultório do médico. Ele estava mais sorridente do que nunca, riu com os enfermeiros e funcionários, e brincou com todos até que o levaram para ver o médico.

O médico o examinou e disse que ele deveria começar a comer melhor, porque sua saúde não estava muito boa, e ele já não estavam mais tão em forma, como esperado.

O velho ficou surpreso com a nova informação, e disse ao seu médico: "Eu nunca me senti melhor! Eu tenho uma noiva de 18 anos, que está esperando um filho meu. O que você diz sobre isso?"

O médico considerou a pergunta por um minuto e, em seguida, disse: "Eu tenho um amigo que é um grande caçador. Um dia, quando estava saindo com pressa para caçar, ele acidentalmente pegou seu guarda-chuva, em vez da arma. Quando chegou à floresta, viu um coelho sentado ao lado de um córrego. Ele levantou seu guarda-chuva, atirou, e o coelho caiu morto na hora. O que você diz sobre isso?"

O senhor, rindo, respondeu: "Eu diria que outra pessoa matou aquele coelho."

O médico sorriu: "Exatamente".

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Crônica: “A cura pela mão de tabefe” ... e outros causos

A cura pela mão de tabefe

Centro-Sul cearense. Seu Nicolau sentiu umas mazelas e foi bater no hospital; com ele, a mulher Judite Helena. Ele, muito simpático, falador, agora cabisbaixo - coceira e murrinha no corpo sugerem coisa mais grave. Ela, do meio das brenhas, gente muito boa, é tímida e demais ciumenta, sempre que rolam expansões de gentileza do marido, sabedor da impertinência dela. E já na entrada do nosocômio público, o começo da "imbuança": Nicolau recepcionado por enfermeira bem dada, desinteressadamente amorosa.

- Bom dia, amadinho!

- Bom dia, anjinho de três asas! - respondeu o enfermo, sem querer.

O velho paciente - garganta subitamente entupida de medo - olha pra mulher que já se enfeza, com cara de "fresque não senão eu lhe sangro!" Nicolau é convidado a se abancar na cadeira dos doentes mais comprometidos. Casal não troca uma palavra, sinal de que o conflito se estabeleceu no "anjinho de três asas". De volta a doce enfermeira, para os primeiros procedimentos, enquanto o médico chega.

- E aí, bebê delícia? O que meu biscoitinho tem?

Desnecessário dizer do Lampião que se assenhorou de dona Eliane Judite. Que simplesmente abre a bolsa de palha que traz a tiracolo e mostra o cabo da peixeira enferrujada, cheia de dente - de tanto rolar tronco de carnaubeira, em sinal de perigo iminente. O marido decifra a reação como ultimato e tenta disfarçar.

- Tenho dez braças de terra, um gadim, uma forrageira, essa mulher decente aí...

- Não, amor das nuvens. Quero saber o que meu jumentinho não vacinado sente?

Dona Judite pra cima do marido, que ainda tem fôlego de responder, correndo em busca de casa:

- Sinto que um milagre acabou aconteceu, dotôra! Bastou a senhora me chamar de "jumentinho vacinado" e eu comecei a sentir o cheiro duma mão de tabefe!!!

Bodejado 2

- O mascarado do feijão

Recebi a seguinte mensagem, que enviei para a minha lista de transmissão:

"Peço encarecidamente a quem encontrar um menino usando máscara de pano branco, por nome Kelvin Kauan, entrar em contato comigo, a mãe dele. O bichim faz dois dias que sumiu de casa e é um amor de menino, não bole com ninguém, não mexe com o que não é dele".

De primeiro ele era muito ingriziado com o povo da rua, mas tá um amor de cristão. Vai ser difícil saber quem ele é, no meio de tantos mascarados no mundo. Mas tem um jeito infalível de descobrir se Kauan é meu Kauan: mostre um prato de feijão com toicim pra ele. Se ele, ao vir a pratada do mulatinho, der um grito: "Agora eu me arrombo, mãe!!!", ligue pra mim! Que Deus abençoe quem me ajudar a encontrar esse meu bruguelo. Mirta".

Bodejado 3

- Mutuca sem glúten

Essa é do Poeta dos Cachorros, uma mensagem bastante instigante, por sinal.

"Inspirado no Café Ordec (Ordec é Cedro ao contrário) e no também Café Ojuara (Araújo de trás pra frente). Com base na fábrica de confecções Azeret (Tereza de lá pra cá) e na belíssima grife Rebualf (Flauber ao contrário). E tomando por medida, ainda, a marca de tijolim Lebasi (Isabel de revestrés) e no picolé Labreda (Aderbal invertido), estou pensando na marca de cuscuz que vendo na Rodoviária, e que já é sucesso. No meu quintal, onde planto o milho para fazer o delicioso prato, tem muita mutuca. Penso em denominá-lo: Acutum.

Cuscuz Acutum, o que acha?"

Fonte: O POVO, de 15/4/2021. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

A SIMPLICIDADE NAS INTERVENÇÕES DO ESTADO

Por Henrique Soárez (*)

As aulas presenciais do Ensino Médio foram autorizadas novamente após 452 dias de espera. Tempo demais, uma vez que os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental foram autorizados a retornar em 20/09/2020 e depois em 24/04/2021.

As bases científicas que determinaram a suspensão das aulas de alunos de 9º ano são idênticas àquelas aplicáveis aos alunos do Ensino Médio. Mas uns foram privados de aulas presenciais por 200 dias a mais que outros. Nenhum critério factual foi invocado para justificar tal distinção.

Há outras inconsistências nos decretos de restrições sociais: as cantinas escolares, por exemplo, foram autorizadas em 15/05/2021 enquanto os bares e restaurantes operam desde junho/2020. Observamos durante a pandemia que as restrições vêm mais facilmente do que vão.

Quando voltamos o olhar para o Ensino Superior notamos que estas aulas não são epidemiologicamente distintas de eventos corporativos com menos de 50 participantes. Contam ainda com o público constante (mesmo grupo de alunos em todos os encontros) e acontecerão sob os mesmos protocolos já aprimorados nas escolas. Estão autorizadas as aulas práticas.

É notório que o ensino digital é mais eficiente neste segmento, superando, em alguns aspectos o ensino presencial. Mas as proibições tolhem a inovação: cerceiam o direito de instituições de ensino e alunos encontrarem juntos a melhor combinação de trabalhos digitais e presenciais.

Somente uma fração das modalidades avaliativas, por exemplo, funciona bem digitalmente. Quando o Estado precisa intervir, deve fazê-lo de forma simples e suficiente para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados.

Enquanto não sabemos se a 3ª onda virá é oportuno criar e divulgar para a sociedade regras objetivas para o funcionamento das escolas.

Qual o índice de transmissão comunitária que impede as aulas presenciais? A partir de qual ocupação dos leitos de UTIs é possível retomar as atividades?

Após 18 meses de pandemia já é possível antecipar a natureza dos próximos eventos. É chegada a hora de oferecer previsibilidade aos cidadãos.

(*) Engenheiro eletricista, diretor do Colégio 7 de Setembro e da Uni7

Fonte: Publicado In: O Povo, de 17/6/21. Opinião, p.20.

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Qualificação do Doutorado em Educação (UECE) de Sarlene Gomes de Souza


Aconteceu na tarde de ontem (20/07/2021), terça-feira, de forma remota, em Plataforma virtual, o Exame de Qualificação de Doutorado da educadora física SARLENE GOMES DE SOUZA do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Ceará (PPGE-UECE).

A banca examinadora, composta por Sílvia Maria Nóbrega-Therrién, Marcelo Gurgel Carlos da Silva e Isabel Maria Sabino de Farias, aprovou o projeto de Tese “A integração ensino e pesquisa na graduação em medicina: lugar e implicações na educação médica”, apresentado pela doutoranda SARLENE GOMES DE SOUZA, orientanda da Profa. Dra. Sílvia Maria Nóbrega-Therrién.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Professor do PPSAC-UECE

O TEMPO TRÁGICO DA PANDEMIA

Por Cláudia Leitão (*)

“És um senhor tão bonito... compositor de destinos... E quando eu tiver saído para fora do teu círculo, tempo, tempo, tempo, tempo, não serei nem terás sido..." Na sua Oração ao Tempo, Caetano Veloso profetiza a essência dos tempos em que vivemos.

Eles simbolizam a fadiga de uma razão linear e evolucionista da vida social. Enquanto tempo trágico, inverso ao tempo comum, a pandemia demonstra que é uma ilusão acreditar que caminhamos em direção ao futuro.

Pelo contrário, voltamos sempre ao ponto de partida. Impossível lutar contra o tempo trágico. Somos espectadores impotentes diante do desfile de imagens de um filme invertido. Quando chegamos ao começo, ou quando o começo chega até nós, somos nós que acabamos.

A dramaturgia do Édipo Rei, que revela a tragédia da condição humana. A história começa com um sacerdote de Tebas que vem implorar pela ajuda do rei Édipo, pois a cidade está assolada pela peste.

Édipo foi condenado à morte quando ainda era recém-nascido. Laio, rei de Tebas e seu pai, ouviu do oráculo de Delfos que o filho o mataria e desposaria sua mãe, Jocasta.

Diante da revelação, o rei decide mandar matar o filho. Um pastor é convocado para a tarefa, mas apieda-se e o leva para casa, oferecendo-o posteriormente a Políbio, rei de Corinto, para adoção.

O desenrolar da peça conduz Édipo a realizar a profecia do oráculo. Ao levantar das cortinas, o drama já está consumado.

Todos os personagens parecem livres para agir, mas, na verdade, somente vivem ilusões de futuro. No início, sabe-se o fim, e no final, compreende-se o início.

A essência da tragédia de Sófocles está no entrecruzamento e tensionamento do tempo real com o tempo trágico. A alegoria de uma cidade adoecida é o pano de fundo da tragédia.

A peste é o início e o fim de uma narrativa, processo e produto dos desvarios humanos. "Salva Tebas hoje para todo o sempre! Se tens de ser o governante dessa terra, que é tua, é preferível ser senhor de homens que de um deserto," diz o sacerdote ao rei Édipo.

Impossível não pensarmos sobre a atualidade do texto de Sófocles... 

(*) Professora da Uece. Diretora do Observatório de Governança Municipal do Iplanfor.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 14/6/21. Opinião, p.22.

terça-feira, 20 de julho de 2021

OS DESAFIOS DAS EMPRESAS PÓS COVID-19

Por Emília Buarque (*)

Zerou tudo! O jogo começa novamente a partir de agora. Este momento incomum na humanidade trouxe lições ou não?

Muitos apostaram que não haveria grandes transformações, outros acreditaram firmemente que sim. Falaram em espírito solidário, novo normal e home-office exclusivo.

Nada disto será forte o suficiente para se concretizar, mas existe, sim, uma onda regenerativa.

Se há um segmento que passa por profundas transformações, este setor é o empresarial.

A perspectiva de mundo mudou e as empresas se veem tentando colocar as inúmeras novas e velhas demandas em suas caixinhas.

A elas caberá mais que antes a responsabilidade e liderança nos debates sobre para onde e como o mundo e as pessoas vão seguir.

A razão disto é simples: entre sociedade organizada, governos e empresas, as últimas são as mais confiáveis.

De outro lado, vale destacar que esta crescente valorização e acolhimento do setor empresarial às causas sociais, ao meio ambiente e à ética não se dá por caridade ou altruísmo.

Os custos da desigualdade recaem sobre todos, então, o senso de urgência e pragmatismo levam o setor privado a pensar rápido e executar.

Deste modo, as empresas nascem agora, das mais longevas às startups, ou se preferirem, se regeneram.

Em suas distintas dimensões, todas seguem de alguma forma uma cartilha semelhante, com um grau a mais de dificuldade, pois pensar no curto prazo para planos a médio e longo prazo será um enorme desafio.

O que é hoje pode não ser o mesmo em seis meses a um ano, e certamente não será referência no período posterior.

É aqui que entra a inovação, sendo ela aberta e colaborativa (open innovation), lembrando que no mundo do compartilhamento imediato, os riscos de uma nova ideia ser apropriada por outros está sempre presente.

Com estas provocações e descobertas, os líderes precisam ser ainda mais curiosos, menos minuciosos, mais generalistas.

Especialistas, apenas no que tem relação com o core business. E, acima de tudo, mais abertos ao que ainda está por vir.

Mudar não será uma opção. Ficar onde está será perigoso. No entanto, a aventura tem limite, pois mesmo estas teses hoje mais difundidas podem não ser sustentáveis até que uma nova avalanche estabeleça outros conceitos para uma próxima curva de aprendizado.

(*) Presidente do LIDE Ceará.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 12/6/21. Opinião, p.19.

segunda-feira, 19 de julho de 2021

VIOLONISTA JOSÉ MÁRIO

Por Paulo Gurgel Carlos da Silva, pneumologista, violonista, bloqueiro e escritor

José Mário de Araújo nasceu na cidade de Acaraú-CE, no dia 13 de outubro de 1939. Com base nas informações prestadas numa entrevista por Maria Cleomar Vasconcelos de Araújo (esposa de JMA), afirma o pesquisador Eddy Lincoln que, desde a primeira infância, ele foi criado pelos avós, e viveu até a sua juventude em uma fazenda. A constituição do gosto pelo violão veio desse período de tempo, quando ele ainda construía imitações do instrumento, sem imaginar que ali seria o início de algo maior, que lhe conferiria uma profissão, um reconhecimento por parte da sociedade que se estenderia mesmo após a sua morte.

Ainda de acordo com a entrevistada, "[...] ele começou tocando lá no interior, mas assim, sem ser por música, só de ouvido mesmo. Quando ele veio pra cá já tocava, e veio com a vontade de estudar com um professor."

No ano de 1956, aos 17 anos, veio morar em Fortaleza. Com o mesmo intuito de muitos que nascem no interior; José Mário veio tentar novas possibilidades na capital, estudar e trabalhar. Sobre esse momento, Maria Cleomar Vasconcelos de Araújo relatou também, em sua entrevista para o pesquisador, Eddy Lincoln, que, na ocasião, ele teve na ocasião a influência de um primo, o qual já residia na capital e estava trabalhando no Hotel Fortaleza. Foi nesse hotel que José Maria conseguiu o seu primeiro emprego. Ele cumpria o seu horário de trabalho durante o dia e, à noite, cursava o supletivo no Colégio Fênix Caixeral.

O início do estudo sistemático de violão ocorreu com o professor Oscar Cirino, que adiante orientou-o a procurar o Conservatório de Música Alberto Nepomuceno (CMAN).

Seu ingresso no Conservatório para fazer o Curso Fundamental se deu em 1959. Com a duração de oito anos, o Curso envolvia o estudo de teoria e canto coral, e sua formatura aconteceu em1967.

O título obtido possibilitou que ele fosse contratado para ministrar aulas de violão no CMAN (à época, dirigido pelo maestro Orlando Leite).

É possível afirmar que o professor José Mário de Araújo foi o principal agente legitimador do campo de ensino do violão em Fortaleza-CE.

JOSÉ MÁRIO DE ARAÚJO: memória e trajetória na constituição do campo de ensino do violão no Ceará.

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de doutor em Educação, por Eddy Lincoln Freitas de Souza. Orientador: Prof. Dr. Pedro Rogério.

http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/38269/3/2018_tese_elfsouza.pdf

José Mário morou na Justiniano de Serpa (rua em que eu nasci). Pela porta aberta de sua casa, ao transitar na calçada, por diversas vezes vi este seguidor de Tárrega absorto em seus estudos violonísticos. Certa vez, convidado pelo maestro Orlando Leite, ele acompanhou ao violão o Coral Universitário (do qual fiz parte) em um recital.

Postado no Blog Família Gurgel-Carlos de Paulo Gurgel em 18/7/2021.

http://gurgel-carlos.blogspot.com/2021/07/violonista-jose-mario.html

 

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