Pesquisas
na Universidade do Colorado estão investigando como as terapias de artes
criativas podem fortalecer a resiliência em profissionais de saúde de cuidados
intensivos.
Experimente
vivenciar um dia numa UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) de um hospital e
você poderá testemunhar casos difíceis, doenças devastadoras e, com muita
frequência, declínio e morte.
Ao
trabalhar na área de saúde, o sofrimento está em todos os lugares, mas o modelo
médico ocidental não explica realmente o que é preciso para sobreviver a isso.
Para
médicos, enfermeiros e demais profissionais da área de saúde, cujo trabalho é
tratar e preservar a vida de seus pacientes, o custo psicológico desse ambiente
difícil pode levar à ansiedade, ao burnout e até ao transtorno de estresse
pós-traumático.
Há uma
epidemia de sofrimento psicológico e Síndrome de Burnout entre profissionais de
UTI e considera-se hoje uma questão de saúde ocupacional.
As
terapias de artes criativas poderiam ser aproveitadas para ajudar os
profissionais de saúde de cuidados críticos a lidar com as demandas emocionais
e psicológicas de seu trabalho. As diferentes formas de arte - música, dança, artes
visuais, teatro, podem ajudar os pacientes a melhorar a comunicação, a
expressão e o funcionamento emocional, cognitivo ou social.
Além de
melhorar a saúde psicológica, há também o potencial da terapia com arte ter
efeitos positivos na retenção e na rotatividade de funcionários. Essa proposta
envolvendo arte, saúde, bem-estar social e emocional traz uma maneira inovadora
de lidar com o cuidado do doente grave transformando-o num processo inusitado e
envolvendo também os seus cuidadores.
À medida
que o conhecimento médico se expande e a necessidade de pessoal qualificado
aumenta, o burnout e a rotatividade consistentemente altos serão problemas não
apenas para custos de internação hospitalar, mas também para qualidade e
continuidade do atendimento clínico, e qualquer método de prevenção de burnout
pode ser crucial.
A arte
poderá ser um caminho eficaz na prevenção e cuidado desses problemas não
somente nos pacientes críticos, mas também nos profissionais de saúde que lidam
com eles.
(*) Médico
e professor de Medicina da UniChristus.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 15/04/2019. Opinião. p.22.
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