quarta-feira, 17 de julho de 2019

A ECONOMIA DA CULTURA


Lauro Chaves Neto (*)
Os dados que existem sobre a Economia da Cultura no Brasil são imprecisos e, muitas vezes, incompletos e até contraditórios. Talvez reflexo da falta de Políticas Públicas estáveis sobre o tema, o país ainda não entende a importância da arte para a Economia e assim nunca possuiu, de fato, uma Estratégia para desenvolver a Cultura e sem continuidade fica quase impossível o gigantesco potencial e diversidade cultural brasileiro se transformar em um eixo significativo do nosso desenvolvimento.
Segundo a FIRJAN, a Indústria Criativa foi responsável por 2,6% do PIB em 2017, com significativo impacto na geração de emprego e renda. Existe, no entanto, uma lacuna em dados oficiais consolidados sobre a dimensão desse mercado e o seu impacto nos demais setores da economia.
Uma extensa cadeia de valor se beneficia social e economicamente da atividade cultural. O Brasil, nessa área, possui um conjunto de vantagens competitivas, que, se bem aproveitadas, poderão torná-lo um dos mais importantes players internacionais.
Formar um público consumidor para a cultura constitui-se em um dos maiores desafios para o país, se superado, poderá contemplar o desenvolvimento de produtos culturais, privilegiando, principalmente, crianças e adolescentes e criando, desse modo, o hábito do consumo cultural desde cedo.
A UNESCO destaca que as cidades criativas sempre devem ter a cultura como destaque nos seus planos de desenvolvimento. A competitividade e a própria identidade dos territórios são fortemente impactadas pelo grau de relevância assumido pela cultura no processo de transformação urbana e empoderamento popular.
Mecanismos de incentivo à cultura, como a lei Rouanet, por exemplo, sempre serão necessários, principalmente para o surgimento de novos talentos, porém os protagonistas desse mercado devem buscar técnicas de gestão que lhes permitam ganhos de eficiência e maior produtividade, sem representar uma perda na criatividade e na inovação.
(*) Consultor, professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte: O Povo, de 15/07/19. Opinião. p.18.

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