domingo, 6 de fevereiro de 2022

RESPEITE O CRISTO!

Por Assis Cavalcante (*)

Dia desses, um amigo me contou algo que ouço recorrentemente: o mundo anda enviesado. É o povo brincando com a sorte, desperdiçando vida, zombando do Divino. Pessimista, reportou-se, entre outras, ao Cristo levado à Sapucaí em 2019, açoitado e crucificado no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro; aos contraventores da fé - vendilhões dos templos nos tempos modernos... Não acredito em um Deus rancoroso, vingativo, mas que o homem colhe o que plantou. A pandemia em 2020, por exemplo, simboliza advertência, necessidade de mudarmos conceitos. Nada de castigo do Alto.

Nesse sentido, lembro-me de um velhinho do Serrote do Marinheiro, em Maranguape, dado a profecias, que certa vez se assustou com a "visão" que teve de um jovem pisando na cabeça de um Cristo de borracha na vitrine de uma loja. "Não brinquem com as coisas sagradas!", alertou. Corroboro as palavras dele, acrescentando: respeite o Cristo! Por tudo que atravessamos, imagino o filho de Maria a pedir que O respeitemos, que vivamos os Seus ensinamentos, honremos a família, as instituições.

Ainda sob as luzes do Natal, recorro à natureza para falar de renovação. A cajazeira (árvore que dá o cajá) perde toda a folhagem entre novembro e dezembro. Quando chega janeiro, as folhas renascem e, de março para abril, na quadra chuvosa, a planta frutifica e os cajás caem de maduro. Por isso o dizer: "Cajá se colhe na lama".

O que nos proporciona o período de celebração ao nascimento do Cristo? A preparação para um ano promissor, o reencontro com a esperança, as reflexões sobre mudanças, fazendo-se o melhor por si e pelo outro. Um juízo interior forte é: se você está em dúvida se vai cometer um ato, lícito ou não, pense: "Se eu contar isso pra minha mãe, ela vai me deixar fazer?" É a "regra áurea" - não faça ao outro o que não gostaria que o outro lhe fizesse.

Falando aos empresários, por fim: cuidemos da nossa saúde, continuemos a gerar emprego e renda, atendamos às causas básicas da sociedade, pagando impostos com justiça fiscal. E vivamos o Evangelho do Mestre na atitude, qualificando mão de obra, promovendo dignidade. Somos instrumentos de paz social, franciscanamente.

(*) Empresário. Presidente do CDL.

Fonte: O Povo, de 7/01/2022. Opinião. p.22.

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