Por Larah Pimenta (*)
Figurando como a quinta maior capital do País,
Fortaleza conta com poucas bibliotecas públicas para a população,
principalmente na região periférica. Parece faltar à gestão municipal interesse
no desenvolvimento de políticas públicas que abranjam esses espaços. As três
bibliotecas municipais mantidas pela SecultFor (Secretaria Municipal de Cultura
de Fortaleza) não têm localização central e não dão conta de atender toda a
população. É preciso que a prefeitura comece a repensar um novo modelo de
bibliotecas que atenda às necessidades da cidade e contemple a periferia. Por
que não criar bibliotecas em nossos terminais de ônibus? Atualmente, Fortaleza
possui sete terminais, que circulam diariamente de 53 a 273 mil usuários de
ônibus. Esses terminais além de serem centrais, são como pequenos shoppings
oferecendo diversos serviços, de lojas de roupas a lanchonetes. Por que não,
além de alimentar o corpo, não alimentar também o espírito? Um projeto adequado
que levasse em consideração as demandas dos cidadãos, e tendo a assessoria de
bibliotecários, redemocratizaria o acesso ao conhecimento para todas as
comunidades.
Criar bibliotecas geridas por bibliotecários e uma equipe
multidisciplinar, nesses sete espaços que mais circulam a população
fortalezense, é dar a possibilidade de acesso à leitura aos transeuntes dos
terminais, e moradores de seus entornos. Mesmo não estando diretamente na
periferia, por terem localização privilegiada e sendo o destino de muitos
coletivos, facilitaria o acesso da população de bairros mais afastados, pois
bastaria ir de ônibus para o terminal e lá acessar a biblioteca.
A gestão municipal precisa entender que bibliotecas não são locais
fechados com livros empoeirados. Fortaleza, Terra da Luz, deixa a desejar
quando se trata de espaços que misturam cultura e lazer. Por isso as
bibliotecas são tão necessárias, são espaços vivos, cheios de possibilidades,
desde projetos, shows, apresentações, debates, área de lazer, mostra de filmes
e brinquedotecas, a um espaço onde o cidadão fortalezense pode beber um café e
conhecer Rachel de Queiroz, enquanto espera sua viagem começar. (Re)pensem.
(*) Bacharela
em Biblioteconomia. Secretária acadêmica MPGES da Uece.
Fonte: Publicado In: O Povo, Opinião, de 29/11/19. p.22.
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