Por Tales de Sá Cavalcante (*)
Alfred Nobel nasceu em Estocolmo, cresceu em São Petersburgo, que
depois se chamou Petrogrado, Leningrado, em homenagem a Lênin, e, após a queda
da União Soviética, voltou a ser São Petersburgo, em consonância com a citação
shakespeariana que se segue: "A flor que chamamos de rosa, se outro nome
tivesse, ainda teria o mesmo perfume."
Nobel criou a dinamite para uso em construções de túneis e canais,
registrou mais de 350 patentes e tornou-se rico. Talvez pelo uso militar de sua
invenção, destinou aos Prêmios Nobel a maior parte de sua herança. Em
11/10/2024, o Prêmio Nobel da Paz foi merecidamente concedido à Nihon Hidankyo,
uma organização japonesa, fundada em 1956, que deseja a extinção das armas
nucleares.
A Nihon Hidankyo divulga a história dos hibakusha, os sobreviventes
das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki. Eles contam suas próprias
experiências, a emitir alertas contra essas ogivas.
Em 1950, a desrespeitar a Constituição, Carlos Lacerda afirmou:
"O senhor Getúlio não deve ser candidato, se for candidato, não deve ser
eleito, se for eleito, não deve tomar posse, se tomar posse, não pode
governar." Em pequena analogia: na Terra, ninguém deve manter arsenal
atômico, se algum país o detiver, não deve usá-lo, se usar, deve saber que seus
inimigos farão o mesmo e, em guerras nucleares, não haverá vencedores. Se
muitos o tiverem, terroristas também o terão; então, se considerarmos o que
houve em 7/10/2023 em Israel, pode ser profética a célebre citação de Einstein,
quando declarou não poder dizer como seria uma 3ª Guerra Mundial, mas a 4ª
seria com paus e pedras.
Para a Unesco, o nosso planeta é a "Mãe Terra". Se dela
extraírem requisitos básicos para nos abrigar, é como retirar de uma mãe o
necessário ao cuidado de seus filhos. Nossa Mãe Terra não merece os atuais
danos, muito menos o seu assassinato. O genial Washington Olivetto ainda está
entre nós por ditos, escritos e atitudes. Para ele, "paz é um produto
interessante porque, quanto mais você usa, mais você tem. E, se todo mundo
usar, quem sabe chegue um dia em que ninguém mais precise fazer um comercial
para vender a paz".
(*) Reitor do FB UNI e
Dir. Superintendente da Org. Educ. Farias Brito. Presidente da Academia
Cearense de Letras.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 17/10/24. Opinião, p.18.
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