Por Lauro Chaves Neto (*)
Resgatar a
dinâmica econômica do centro histórico de Fortaleza deve ser uma das principais
prioridades, tanto do prefeito eleito, quanto da nova bancada da Câmara de
Vereadores, reforçando a importância da participação da sociedade civil, nesse
processo, representada pelas entidades empresariais, culturais e sindicatos de
trabalhadores.
Hoje, Fortaleza é
uma metrópole policêntrica, com diversos "centros" autossuficientes,
distribuídos no seu território. A realidade urbanística e econômica antiga de
uma Fortaleza monocêntrica onde um único centro distinguia-se no conjunto urbano,
pela concentração das ruas de comércio, pelas residências da população de renda
mais elevada, e pelos equipamentos públicos, privados, religiosos e culturais,
não existe mais.
Essa é a atual
configuração com novas áreas de centralidade no fluxo de pessoas, comércio,
serviços e informação. A educação a distância (EAD), o processo de compras e as
transações financeiras não mais exigem o deslocamento físico. Atualmente, os
grandes bairros, como Messejana, Parangaba, Aldeota e Pirambu, são exemplos de
centralidades consolidadas.
O centro
histórico ainda possui uma intensa dinâmica urbana entre 8 horas da manhã e
seis da tarde, de segunda a sexta, sendo o maior gargalo a falta de uso do
espaço, tanto nos finais de semana, quanto durante a semana, entre as 19 horas
e as 7 horas da manhã, quando o Centro fica sem atividades. Sem o enfretamento
dessa questão o Centro nunca será resgatado; nenhuma ação policial, seja
preventiva ou repressiva, será capaz de solucionar esse impasse.
Economicamente,
devem ser priorizados comércio varejista, serviços, cultura, tecnologia da
informação e economia criativa, porém apenas o reposicionamento do território,
também como função residencial, pode devolver qualidade de vida ao Centro.
São atividades
familiares cotidianas, como sair cedo de casa, chegar do trabalho e da escola,
ir à farmácia ou à padaria, frequentar praças, cafés, museus e demais
equipamentos públicos e privados, que proporcionarão a tão sonhada
revitalização do centro histórico de Fortaleza.
(*) Consultor,
professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte:
O Povo,
de 14/10/24. Opinião. p.22.
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