quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

SAÚDE! PREFEITO.

Por Valdester Cavalcante Pinto Jr. (*)

Saúde é discutida superficialmente, quase sempre gerando abismo entre o posto (problemas) e o conceito (soluções). "Saúde como estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença." (OMS)

Há avanços no acesso e aos cuidados promovidos pelo SUS. Mas, basta? - Não. "universalidade", "equidade", "integralidade", "intersetorialidade" são premissas amplas que devem ser cobradas na medida da sua ousadia.

Como os recursos à Saúde são considerados despesa e não investimento, sempre ouviremos - recursos finitos, demandas infinitas. É fato que o ordenado é insuficiente, restando eficiência, mudança no modo de pensar saúde e pressão por mais investimentos. E usamos bem? - Certamente, não; do contrário, o caos não seria observado com tão pouco esforço.

Soluções parecem mantra: mais consultas, exames; mais hospitais, médicos e tanto mais que se julgue importante como resposta à população. Pouco se observa causas de mortes precoces ou de incapacidade permanente: violência, drogas, alimentação inadequada, trabalho insalubre, condições de moradia e transporte; e falta de lazer. A míngua de prevenção e o manejo insuficiente de doenças como câncer, hipertensão arterial, dislipidemias, obesidade dentre outras, determinam custos para o tratamento das complicações.

Arrisco dizer que não precisa mais tinta no papel, o desafio é privilegiar a integração de saberes e experiências para a identificação de iniquidades, no planejamento, implementação e avaliação de ações para alcançar efeito sinérgico em situações complexas, visando ao desenvolvimento social, superando a exclusão social. Nesse processo, a população passa a ser considerada sujeito, e não objeto de intervenção.

Nada pode ser negligenciado. E grifo: - somos imprudentes para com a saúde. Na relação doença/infraestrutura/financiamento, deve ser observado o adoecimento. Para balancear, é determinante adoecer menos. Possível por meio de intervenções no "conceito amplo de saúde", menos oneroso social e financeiramente. Deixo assim a questão: - por que não se intensificam ações já previstas em normas?

(*) Médico cirurgião cardiovascular pediátrico.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 12/12/2024. Opinião. p.16.

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