quinta-feira, 7 de novembro de 2013

MAIS BRASIL PARA OS MÉDICOS



Pedro Henrique Saraiva Leão (*)
O carioca Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865 – 1918), além de poeta foi profeta, em “A Pátria”, ao escrever: “Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste/Criança! Não verás nenhum país como este”. Realmente, há muito vimos constatando esta asserção, ou assertiva (afirmação categórica). Aliás, o Ministro da Saúde deixou de utilizar R$17 bilhões daquela pasta, entre 2011 e 2012. Não dá pra entender. Em 1900, a mineiro (Ouro Preto) Conde Afonso Celso de Assis Figueiredo Junior (1860 – 1938), publicara, o livrinho “Porque me ufano do meu país”. Seguramente, no seu lirismo, o Conde teve lá suas razões. No Brasil o governo aplica em saúde pública R$ 2,00 por dia/pessoa ou seja menos de 4% do PIB.
Contrariando as alexandrinas petices contidas na já famigerada e legalmente inconsistente Medida Provisória 621/13, de 08/07 último, temos médicos em números suficientes no Brasil (talvez mais de 400 mil), em proporção superior ao que determina a organização mundial de saúde, por habitante. Não temos, esta é a verdade, as condições básicas para o trabalho médico, máxime na maioria das cidades interioranas, pois ali faltam hospitais e ambulatórios, nestes inexistindo os mínimos aparelhos imprescindíveis ao diagnóstico e ao tratamento, do termômetro, do tensiômetro, aos raios-x. Isto sim. O resto é alarido midiático.
Em 2012 os médicos paulistas (USP) começaram a propalar a criação de um coração artificial. Entre nós já em 2009, cirurgiões cardíacos do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, liderados pelo Dr, Juan Mejia, conseguiram o pronto apoio financeiro do empresário Beto Studart (BSPAR) para a fabricação do primeiro coração artificial brasileiro! Assim, no Ceará – hoje referência na cardiologia nacional – brevemente, moléstias como a insuficiência cardíaca grave (6,5 milhões de pessoa no Brasil/ano) matarão muito menos. Dessa doença falecem mais de 50% dos pacientes aguardando transplante. Originalíssimo aparelho aqui desenvolvido, o Ax-Tide garantirá os corações até o transplante, como prótese temporária. Curiosamente, será uma espera “axistida”! Desde 2009, pois, este projeto vem sendo acompanhado pelo seu criador, o cardiologista pesquisador italiano Alessandro Verona, outros especialistas do Hospital de Messejana, e dos engenheiros Henrique Carvalho e Rui Barbosa. Sem participação estrangeiro a empresa cearense BSPAR já injetou R$ 6 milhões de reais, na “Studheart Technologies” fundada àquela época. Aliado ao Hospital Albert Einstein (São Paulo) e ao INCOR dali, o grupo do colombiano Dr. Juan (Alberto Cosquillo) Mejia, em 23 de fevereiro último comemorou os primeiros sucessos do Ax-Tide, com testes em 100 animais. É outro exemplo do espírito humanitário de Jorge Alberto Studart Gomes, Beto Studart. É a indústria nacional apetrechando nossos doutores. Disto nos ufanamos! É mais Brasil para os médicos!
 (*) Médico e secretário geral da Academia Cearense de Letras.
Fonte: O Povo, Opinião, de 9/10/2013.

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