CACHIMBO, FUMO E
FOGO
Anais de
Câmara dos Deputados, 1873.
O Visconde de Barbacena havia conseguido do governo
privilégio para exploração das minas do Tubarão, no Rio Grande do Sul.
Atendido, pediu vantagens para uma estrada de ferro, e a concessão dos terrenos
marginais. Em seguida requereu garantia de juros para o capital empregado. E
era discutindo mais uma regalia requerida por esse titular, que Rodrigo Silva
bradava na Câmara, na sessão de 14 de julho de 1873:
- S. Excia. quer mais, muito mais. A princípio, pediu o
cachimbo, deram-lhe o cachimbo; veio depois, pediu o fumo, deram-lhe o fumo.
E entre a hilaridade da Câmara:
- E agora aparece para exigir o fogo!
DINHEIRO E
NOBREZA
Moreira de
Azevedo - "Mosaico Brasileiro", pág. 135.
Tendo se verificado um roubo vultoso no Tesouro Público,
no Império, foram levar a notícia do fato ao Marquês de Maricá, acentuando que
o crime havia sido praticado por uns miseráveis.
- Miseráveis!... Miseráveis!... Miseráveis, não, meu caro
amigo! - exclamou o velho filósofo.
E em uma das suas sentenças de momento:
- O roubo de milhões enobrece os ladrões!
CASA PARA ALUGAR
Anais da
Câmara dos Deputados, 1873.
Sessão de 12 de julho de 1873 da Câmara dos Deputados, no
Império. Discute-se projeto relativo à reforma da Guarda Nacional, apresentado
pelo governo. Araújo Lima, na tribuna, ataca a passividade da Câmara, anulada
pela vontade do Ministério.
E exclama, no meio da sua oração:
- Votai, senhores, esta lei; pouco falta para se inscrever
na frente deste edifício o dístico: Casa para alugar!
LATIM FULMINANTE
Ernesto Matoso
- "Coisas do meu tempo", pág. 239.
Era Lafayette Rodrigues Pereira ministro, quando, um dia,
orando no Senado em resposta a uma interpelação, notou que o senador Diogo
Velho procurava confundi-lo com apartes insistentes, uns sobre os outros.
Perdendo a paciência Lafayette interrompeu a sua oração, e, voltando-se para o
adversário, olhando-o de frente, deixou cair, uma a uma, estas palavras de uma
frase de Aulo Pérsio:
- Pueris, sacer est locus, extra migite.
Que significam:
- "O lugar é sagrado, menino; vá urinar lá fora!"
Fonte: Humberto de Campos. O Brasil Anedótico (1927).
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