Brendan Coleman
Mc Donald (*)
Estamos iniciando o
ano 2014. Como será este ano novo? Deixamos de lado a futurologia e a
astrologia. Deixamos de lado também o fatalismo do simples “como Deus quiser”.
Nós, cristãos, procuremos compreender, à luz dos mandamentos e dos planos do Criador,
que, sem em nada diminuir a fé em Deus, o futuro deve ser por nós construídos.
O futuro não se adivinha, mas se edifica. O amanhã depende do acerto das nossas
opções de hoje. O ano 2014 será aquilo que nós faremos. Acreditamos em Deus e
na sua soberania, mas não nos deixamos ficar num passivo providencialismo ou
num fatalismo acomodado. Se tudo depende de Deus, tudo depende também de nós.
O 1º de janeiro é a
Festa da Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria, e um dos títulos de Maria é
Nossa Senhora da Paz. O 1º de janeiro também é o Dia Mundial da Paz e da
Fraternidade. No início de cada ano a Igreja Católica procura trazer à
consciência de cada pessoa cristã a importância da paz e o dever de
preservá-la. A melhor maneira de assegurar a paz é trabalhar pela justiça. A
paz é o vértice dos bens terrenos. Sem ela perdem substância todas as
conquistas do homem em seus mais variáveis setores.
Há uma enorme falta
de paz no mundo e no Brasil. Basta ver o crescimento vertiginoso de todo tipo
de violência. Inicialmente ligados à paz estão os direitos humanos. Manter a
paz à custa dos direitos humanos é uma contradição em termos. Onde hoje há
a insana repressão dos direitos humanos, amanhã haverá toda forma de violência
e, finalmente, a convulsão social.
Não podemos contar
com todos para preservar a paz, mas com as pessoas de boa vontade que realmente
formam a maior parte das comunidades. Pessoas firmemente dispostas a
preservá-la, constituem uma grande defesa e estímulo para a paz.
A existência de
milhões de empobrecidos no País nos envergonha no início de mais um ano. A
Igreja Católica no Brasil olha o conjunto do País a partir das massas sobrantes
da modernização, e aponta a solidariedade, a união e a organização do povo como
o caminho para uma sociedade mais democrática e não excludente em 2014.
Que este ano novo
então seja um ano de paz, alegria e abundância para todos, digo isso
dedicando-lhes as palavras de uma antiga bênção irlandesa, minha terra natal:
“Que o caminho seja brando a teus pés; que o vento sopre leve em teus ombros;
que o sol brilhe cálido sobre tua face; que as chuvas caiam serenas nos campos;
e até que, de novo, eu te veja, que Deus te guarde na palma de sua mão”.
(*) Padre da Congregação Redentorista, professor
aposentado da UFC e assessor da CNBB Regional NE1
Publicado In O Povo, de 31/12/13. Opinião.
p.7.
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