Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Situando-nos,
historicamente, dentro da mensagem bíblica, Amós foi um pastor de ovelhas, na
cidade de Judá, chamado por Deus para anunciar a sua proposta em Israel. Isso
ocorreu em 750 antes de Cristo, durante o reinado bastante próspero de Jeroboão
II. A situação de Israel evidenciava um progresso material significativo, porém
concentrado numa minoria de privilegiados. Em nome de Deus, o “Profeta da Justiça” (Amós), denunciou a injustiça, a opressão e
as ações corruptas. “Em vez disso, quero que haja tanta justiça como as águas
de uma enchente e que a honestidade seja como um rio que não para de correr” (Am
5:24). Sua missão foi extremamente difícil e arriscada, pois enfrentou nações e
pessoas poderosas, tanto do ponto de vista político, como econômico. Dizem os
estudiosos que o livro de Amós não é o primeiro, ao considerarmos a literatura
profética, mas a sua leitura permite compreendermos outras profecias. Ademais,
podemos concluir que um profeta assimila uma mensagem divina e a transmite a
outras pessoas. As palavras anunciadas pelos profetas são eternas, não possui
uma data limite. Referindo-se, especificamente, a Amós deduzimos que suas
apreensões não se limitavam a Israel. São válidas até hoje e no futuro também
as serão. Ao condenar a corrupção, a opressão e a injustiça, está mostrando a
desonestidade, a ganância, a falta de liberdade, de solidariedade, de
humildade, enfim de amor. Para refletir, vale lembrar Montesquieu: “O pior governo é o que exerce a tirania em
nome das leis e da justiça”
e o nosso saudoso Ulysses Guimarães: “A corrupção é o cupim da república”.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 17/11/2017.
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