O Deus de Jesus sempre nos surpreende. Ele nos remete ao interior da Gruta de Belém onde seu mistério se faz visível e revela o sentido do verdadeiro natal. Na Gruta de Belém, tudo foi alcançado pelo amor encarnado de Deus. Belém é Deus que entra em nossa própria casa. Deus se humanizou e nos divinizou.
O que encontramos no interior da gruta? Encontramos uma família alegre com o nascimento de uma criança. Deus veio ao mundo por meio de uma família. Nela se mostra, nos visita e salva. A família é um “sonho de Deus”. Deus não é solidão, Deus é família e se encontra na família. Talvez por isso, Natal seja a festa que toca o coração das famílias.
Encontraremos uma
criança. Em Belém, Deus se mostra criança. Esse menino é Deus-conosco, feito um
de nós. Um Deus menino que não infunde medo, não um deus juiz severo, cruel e
distante. Um Deus menino que torna visível a misericórdia, o amor e a
proximidade. Este menino é a salvação prometida, sonhada e agora realizada no
meio de nós. O Deus cristão não é um mito nem um livro, mas Palavra encarnada.
A Palavra pode ser vista, porque se fez carne.
Para entrar na Gruta,
é imprescindível o silêncio. No silêncio da Gruta de Belém, somos pacificados
de nossas ansiedades e agitações de fazer mais e de conseguir mais, de nossa
sede de poder e vaidades. O silêncio da gruta nos revela o essencial e faz
brotar em nós o desejo profundo de sermos mais fraternos e solidários. Diante
do menino deitado no presépio, brotará em nós um desejo profundo de sermos mais
humanos. A contemplar cada ser humano nesse lugar ainda não profanado, o lugar
de sua infância e de sua paz.
Hoje a gruta é tua
família. Reuni, portanto, tua família e descobre a Divindade que se humanizou
nos gestos de aconchego, solidariedade, amor, paz e fé. Neste Natal, deixe-se
envolver pelas surpresas do Deus feito criança. Feliz Natal!
(*) Sacerdote; diretor pastoral do
Colégio Santo Inácio.
Fonte: O Povo, de 23/12/2017.
Opinião. p.8.
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