Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Carlito Maia, falecido em
22 de junho de 2002, foi um intelectual extremamente ativo. Publicitário digno,
coerente, foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores disse certa vez: “Quando a esquerda começa a contar dinheiro, converte-se
em direita”. Por outro lado, sem tomarmos
como regra geral, podemos dizer que quando a direita deixa de contar dinheiro
vira esquerda. Essas observações mostram a importância dos aspectos monetários
na formação do pensamento e das atitudes, ao longo do tempo, de boa parte da
humanidade. Estudiosos, cientistas e filósofos abordaram tal comportamento à
luz de princípios políticos, éticos e morais. Assim aconteceu na antiguidade,
com Sócrates, Platão e Aristóteles, na segunda metade do século XIX, com
Engels, e mais recentemente com Max Weber, dentre outros. As duas frases
mencionadas, apesar de aparentemente simplórias, concentram mensagens fortes no
que diz respeito à conduta das pessoas. O Estado existe não para ser
ditatorial, tampouco de direita ou de esquerda, mas para assegurar os
princípios básicos da democracia. Precisamos nos voltar para o conhecimento das
verdades essenciais, objetivando alcançar os valores éticos indicadores de um
mundo social baseado nos conceitos de justiça e de igualdade de oportunidades.
Ressaltamos, não ao maniqueísmo direita e esquerda mas sim a defesa da democracia
apoiada na liberdade e na paz. A política é mutável ou dinâmica, conforme o
Estado e o Governo, já a moral é permanente. O importante é compatibilizar a
política e a moral dentro de bases éticas que respeitem a democracia, a
estrutura legal e a justiça. Aliás, vale lembrar Bacon: “Como é estranho ambicionar o poder e perder a liberdade” e também Alexis de Tocqueville: “Creio que, em qualquer época, eu teria amado a liberdade;
mas, na época em que vivemos, sinto-me propenso a idolatrá-la”.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 1/3/2019.
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