Por André Luiz Santos Pessoa (*)
Nos últimos meses conhecemos o
coronavírus, uma ameaça que não distingue classe social ou etnia. Coronavírus é
uma família de vírus que causa infecções respiratórias e intestinais, e tem
esse nome porque parece com uma coroa no microscópio eletrônico. Embora causem
outras formas de infecções do trato respiratório, o tipo atual requer atenção
especial.
Na maioria dos infectados, o quadro se
assemelha a um resfriado comum, mas um percentual dos pacientes evolui com
gravidade, principalmente em grupos de risco, como idosos ou pessoas com
doenças crônicas, mas também tem sido relatado em jovens hígidos. Essa variante
chamada Sars-CoV-2, causa a doença Covid-19, que pode causar uma Síndrome
respiratória aguda grave (Sars) cursando com insuficiência respiratória e
internação. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 81% desenvolveram
sintomas leves, 14% sintomas graves e 5% estão em estado crítico. Sua
letalidade é de cerca de 4%.
No meio do caos surge uma dúvida
importante: quais os riscos e cuidados em relação às crianças? Por se tratar de
uma "doença nova" ainda se carece de estudos científicos robustos que
produzam evidências científicas que norteiem cuidados, complicações e
tratamentos específicos. Até o momento artigos científicos de revisão,
produzidos principalmente na China, mostram que os casos pediátricos têm sido
menos frequentes e de forma geral menos graves. Esse dado serve de alento, mas
não deve motivar uma despreocupação com os cuidados a serem tomados: a)
Crianças devem ficar em casa saindo apenas para situações completamente
essenciais, como vacinações, exames ou atendimentos médicos. O contato com
outras crianças dentro de um condomínio deve ser evitado; b) Lavagem das mãos
com água e sabão e/ou uso de álcool a 70%, com assistência de um responsável
deve ser constante, principalmente ao tocar em objetos ou pessoas; c) Evitar-se
tocar nos olhos, nariz e boca, pois as mãos podem estar contaminadas; d)
Calçados usados fora de casa não devem ser usados em casa, roupas usadas fora
de casa devem ser lavadas; e) Telefone celular é uma importante fonte de
contaminação. Limpe-o periodicamente com álcool isopropílico; f) babás que
retornam rotineiramente para os seus lares, devem ser licenciadas de forma remunerada;
g) o calendário vacinal deve ser mantido.
(*) Neurologista
Infantil e professor do curso de Medicina da Uece.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 9/04/2020. Opinião.
p.11.
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